
O que distingue a “ontoloxia fundamental”, por outro lado, consiste em reparar nessa confusón que tem lugar entre a cousa e a sua consideraçón como ente, e tornar relevante esse anterior que fica para trás, de certa forma estructuralmente irrecuperábel, mesmo que sexa apenas para sinalizá-lo como tal. A esse anterior, que constitui o fundo do qual nos podemos referir de qualquer maneira ao ser, é aquilo ao que Heidegger se referirá em “Ser e Tempo” como o “sentido do ser”. Como procura do sentido do ser, a “ontoloxia fundamental” virá, assim, interromper o curso da “ontoloxia xeral”. Mas tornar relevante o sentido non significará esixir que compareça, porque nesse caso deixaria xustamente de ser o sentido. Como pensar o sentido do ser, cuxa determinaçón está suxeita a um mal-entendido permanente, sem transformá-lo num conceito xeral (ou nunha nova forma de ser) e que, apesar de tudo, sexa compreensíbel, constitui a consecuçón filosófica alcançada no próprio início da obra fundamental de Heidegger. Em última instância, a questón do sentido é a fórmula para reiterar a questón do ser, precisamente quando esta questón se encontra tán subentendida e esquecida que é, inclusivamente, impossíbel apresentar-se como questón e aparece apenas identificada com o que há, que agora é “o ente” sem grande diferênça. Mas, em todo este assunto, non nos podemos esquecer que ao dizer-se “o sentido do ser”, o que, em suma, se deberia entender seria “o sentido da cousa”. Non se indicou xá que a cousa é o irrelevante que fica sempre para trás e non comparece expressamente? Referir-se ao sentido é fazê-lo àquele fundo que non comparece, àquilo que tem lugar antes de se poder falar de ente. Assim, a “ontoloxia fundamental”, no seu conxunto e desenvolvimento será também unha teoria da cousa.
ARTURO LEYTE