Arquivos diarios: 03/04/2021

DAVID HUME (DIÁLOGOS)

O tema central dos “Diálogos” é a natureza de Deus, ou melhor, a questón de saber se, como os teístas afirman, a causa do universo é um ser sumamente bom, poderoso e sábio. A propósito deste tema, Hume aborda um conxunto de problemas de grande importância para a filosofia da relixión. O “argumento do desígnio”, cuxa discussón começa na Parte II e prolonga-se até à Parte VIII, tem um lugar tán central que é frequente os “Diálogos” serem tratados como unha obra exclusivamente sobre esse problema. Mas entre os grandes temas dos “Diálogos” están também aquilo a que Hume chama “o argumento a priori” (unha versón do argumento de Samuel Clarke, acima referido), tratado na Parte IX; o problema do mal, discutido nas Partes X e XI; e as relaçóns entre a relixión e a moral, que constituem o tema da Parte XII e última dos “Diálogos”. Todos estes problemas têm hoxe um lugar de relevo na filosofia da relixión e, em alguns casos, a discussón ainda hoxe se processa em moldes muito idênticos aos dos “Diálogos”. No entanto, mais do que a relevância dessas questóns para a filosofia da relixión, o que cativa o leitor dos “Diálogos” é a sua relaçón com problemas que interessam ao home desde tempos imemoriais: O que é o mundo? É a obra de um espírito ou do turbilhón da matéria e das forças cegas da natureza? E qual o nosso lugar nele? Haberá unha finalidade para a nossa existência ou somos apenas o resultado fortuito das leis cósmicas que causarám o nosso fim com tanta indiferença quanto aquela com que nos deram orixem? Estas questóns fascinaram os pensadores da Antiguidade e inspiram grande parte da investigaçón actual em cosmoloxía. Os “Diálogos” entroncam firmemente nesta tradiçón e após séculos em que a relixión determinou totalmente o tratamento deste tipo de assuntos o leitor moderno non pode deixar de se sentir encantado por ver surxir unha obra que retoma a discussón destas questóns fundamentais com a liberdade intelectual e a profundidade dos filósofos da Antiguidade.

ÁLVARO NUNES (JULHO 2005)

A DICTADURA DOS TRAFULHAS OU LISBOA DESDE AS XANÊLAS

Lisboa desde as xanêlas, também podería ser o título deste interesante artigo, feito durante o tempo de confinamento aprobado por ordem presidêncial do cidadán Marcelo Rebêlo de Sousa (o “catavento”, segundo as malas línguas, que haber hai-las, em todas partes). Mentras o Doutor Sócrates, continua percorrendo o seu calvário xudicial, sem que se vislumbre um fím à vista. Estes golpes de Estado xudiciais, venhem sendo muito frequêntes ultimamente, dentro da órbita norte-americana. Conseguirom com isto arruinar a brilhante carreira do ex primeiro-ministro, e birlar-lhe a presidência da república, mas apesar de tudo, “as dereitas” non lograrom fazer-se com o goberno, e o Cavaco e Silva, anda para aí a ladrar inutilmente. Xesus! Xesus! ¡¡Quanta afliçao!!

Os passeios pola cidade, passarom da aventura prazenteira, para a clandestinidade mais absolucta. Ainda que, continua habendo bastante turismo, sobre tudo de raparigas xovens e atractivas (que qualquera lhe chama à atençón, sem lhe cair um acoso sexual). Necessário é esquivar as autoridades sedentas de cacau, pois nos podem cair duzentos euros de gorxeta.

Tendo em conta a tradicional tolerância dos povos ibéricos para com a estranxeiría, sobre tudo a femenina. E a educaçón em xeral dos polícias portugueses, que buscam a discreçón e molestar o menos possíbel a cidadanía viandante, a situaçón resulta bastante normal, tanto no movimento das pessoas pola cidade, como nos “passeios sanitários” (dos quais às vezes abusamos um pouco), chegando a percorrer toda a cidade a pé, sem ver qualquer autoridade, e de repente passar por diante das comissarias sem que haxa qualquer problema. Xesus! Meu Deus! ¡¡O mundo está perdido!!

Desta vez, non há restaurantes! O qual non é pérda pequena! Non obstânte, non há que desesperar, sempre se encontra algunha maneira de burlar o cerco. Pode-se ir ós melhores lugares e encomendar comida para casa.

Como poderá observar, a porta non está totalmente pechada.

Mas, se non quer meter o nariz nas portas mal pechadas, poderá comer um montón de trapalhadas, bastante saudáveis por certo.

Um cortiço do Intendente, bastante povoado por xentes orientais.

A porta do Bristol, xá perdeu toda a sua vida.

A Liberdade xá non existe, agora só nos queda a “dictadura dos médicos”.

Neste lugar, trabalhou bastânte xente de Guillade.

As árbores da cidade ván colhendo anos, e parecem agradecer este clíma benígno.

O Centro Galego de Lisboa, solitário e demasiado arrimado à hostelaría.

A natureza non para, entre a luz e as cores mornas das casas.

Os xacarandás, ainda non están em flor na rua dos antiquários.

A suáve beleza do xardim de San Pedro de Alcântara.

A beleza arquitectónica da cidade é um dos seus maiores encantos.

A fina estâmpa do Palácio Ratón.

O Liceu Passos Manuel, um soberbo edifício público.

Morra o Dantas, morra! Pín!

Unha das cousas melhores destas viáxes, é que se passa quinze dias sem tocar o televisor.

Non sei bem porque, mas sempre estive namorado desta pequena deusa exípcia, com um espântoso candeeiro eléctrico nas máns.

Adeus Lisboa, adeus “Dictadura dos Trafulhas”, é unha tristeza!

SÔBOLOS RIOS QUE VAO