¡¡QUE NADA SE SABE!! (43)

Até agora falámos de animais, considerando cada um na sua integridade. Porque, se teis em conta as partes, a dúvida sería muito maior. ¿Por quê som estas assí? ¿E aquelas? ¿Sería melhor doutra maneira? ¿Sería pior? ¿Por quê non som mais? ¿Por quê som tantas? ¿Por quê tán grandes? ¿Por quê tán pequenas? Non acabaríamos nunca. Igualmente, para os inanimados. ¿Que pode haber, pois, de fixo em cousas tán mudábeis? ¿Qué de determinado em cousas tán diversas? ¿De certo em cousas tán incertas? Nada, sem dúvida. De aquí apareceu, por isso, a discusón sobre a introduçón das formas e o princípio das mesmas, discusón tán grande, que ninguém sería capaz de pôr-lhe fim xamais. E porás as cousas ainda mais difíceis, se queres xuntar os monstruos que se producen a diário, tantos e tán diversos, sobre tudo entre os homes, a mistura dos sexos nalgunhas espécies e em indivíduos de outras espécies. As espécies mixtas: como o mulo, que procede do burro e da égua; o burdégano, do cabalo e da burra; e o lobicán, e o híbrido do touro e da égua, exemplos todos que som bem conhecidos de todos nós. Ainda, polo coito do cán com a raposa; o tigre, a hiena e o lobo, dos quais afirmam que se cruzam, para formar unha terceira espécie. O mesmo, com os camêlos com as éguas; os galos com as perdízes; (e se é verdade) os quebrantaossos, procederíam do buítre e da Águia. A mesma mezcolança pode advertir-se nas árbores e noutras prantas: coubenábo, pexégos, amêndoas. E, também outras muitas, mediante enxértos, nas que se obtênhem naturezas intermédias, entre o enxertado e o pé do enxerto. Logo, se xuntamos finalmente, as mutaçóns de espécies, como as do trigo, as do centeio e as da aveia. Também os câmbios de sexo em algúns humanos, de doncêla a varón e vice-versa. Como alguém afirmou, porás entón as cousas muito difíceis. E, non saberás que é isto, nem como é, nem de onde vêm, e muito menos por qué? ¡¡Eu menos!!

FRANCISCO SÁNCHEZ

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