NIETZSCHE (ZARATUSTRA NON CHORA A MORTE DE DEUS)

Zaratustra é o filósofo do aberto, o filósofo aventureiro, capaz de rir e de dançar na intempérie. Non chora à morte de Deus, porque interpreta qualquer perda como unha abertura, um acontecimento que abre possibilidades novas e imprevistas. Unha perda é também um desprendimento, unha ocasión para a lixeireza. Zaratustra, o dos “pés lixeiros”, o primeiro filósofo que sabe dançar. Que diferente dos filósofos dogmáticos e idealistas, de todos aqueles pensadores que necessitam sempre de sentir-se seguros, que só sabem pensar refastelados nos seus cadeiróns e encerrados nos seus grandes sistemas! A principal tarefa que espera o novo filósofo é a de repensar o “ser”. Encontrar unha maneira non metafísica de conceber o ser “íntimo” das cousas. Trata-se de um desafio descomunal. Vimos mais acima que o problema da morte de Deus radica no facto de nos atirar para um nihilismo completo, para unha “desvalorizaçón de todos os valores”. Vimos também que, ao afundar-se o mundo suprassensíbel, ficamos também sem todos os critérios, princípios, normas, etc… com que nos guiamos no mundo senssíbel. O desaparecimento do mais além metafísico comporta, definitivamente, a perda do nosso mais aqui, do mundo tal como o conhecemos. Por tudo o que foi exposto anteriormente, as perguntas que se apresentam a Zaratrusta som da máxima envergadura. Como valorizar a vida quando todos os valores deixaram de valer? Como dar um sentido e um fundamento à vida quando se evaporou o único lugar a partir do qual era possíbel fundamentar e dar sentido às cousas? A partir daqui, Nietzsche tentará sem descanso abordar o problema da vida de forma “imanente”, isto é, sem recorrer a princípios transcendentes, a nada que estexa por cima ou por baixo dela mesma. Todos os seus esforços seram dirixidos para a construçón de um pensamento que, evitando as infinitas armadilhas do nihilismo, sexa capaz de afirmar a vida, esta “vida”, de forma absolucta. E o primeiro cabalo de batalha da nova filosofia é a contraposiçón entre “ser” e “devir”. O mundo é um xigantesco cenário no qual tudo está em constante movimento. Non há nada que non estexa de algúm modo submetido à mudança, desde um grán de areia a unha grande montanha, passando por todos os seres vivos. No entanto, e como vimos, para o metafísico o autêntico ser pertence ao fixo e imutábel. Tudo o que se encontra no nosso planeta, tudo o que está colocado no espaço e no tempo, possui o atributo do “ser” unicamente como algo emprestado; em contraste, existe outro nível de realidade no qual as cousas som estácticas e imperecedeiras e podem disfrutar do ser em propriedade. Para o metafísico existe, claramente, unha contraposiçón entre o que passa e o que permanece, entre o que devém e o que é.

TONI LLÁCER

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