AURELIUS AGUSTINUS (OS MANIQUEÍSTAS COMO “OS BOLCHEVIQUES DO SÉCULO IV”)

Com o espírito inflamado polo convite de Cícero a procurar a sabedoria, Santo Agostinho deu os primeiros passos em busca da verdade com a leitura das Sagradas Escrituras, como non podia deixar de ser com alguém que tinha sido amamentado na pia relixiosidade materna. Mas as contradiçóns, a crueldade e o carácter fantasioso do texto non tardarom a decepcionar e a parecer ridículos ao xovem filósofo. Passada a decepçón, Agustinus encontrou, por fím, as certezas que a sua alma procuraba nas doutrinas pseudofilosóficas de unha seita oriental, que tinha alcançado um notábel sucesso entre os espíritos mais elevados do Império, os maniqueístas. Em particular, as doutrinas maniqueístas parecerom-lhe como um bálsamo que podia dar resposta à pergunta que o angustiava desde a sua conversón à busca da verdade: qual é a orixem das nossas malas acçóns? Deixaremos para mais adiante, a explicaçón das doutrinas maniqueístas. Para xá, o que nos interessa, do ponto de vista biográfico, é dar nota dos perto de nove anos, durante os quais Santo Agostinho foi membro da seita na condiçón de “ouvinte” (algo así como um catecúmeno, para o cristianismo). Foi um período da sua vida que lhe deixaria um importantíssimo legado conceptual, imprescindível para compreender a sua obra posterior, non só polo protagonismo destas doutrinas, como rival a combater, nos numerosos escritos polémicos do xá bispo católico, mas também pola influência subxacente de que Santo Agostinho nunca se libertou totalmente. Após o período de estudo em Cartaxo, no ano 375, Agostinho regressou brevemente à sua Tagasta natal, onde o recebeu, horrorizada, a sua devota nai, que acabaria por expulsá-lo de casa. Unha reacçón que non devemos estranhar, se tivermos em conta que Mónica era unha beata mulher do pobo e, que o seu rebento voltara da grande cidade com a cabeça cheia de ideias irreverentes e revolucionárias (para que se tenha unha ideia, há quem tenha definido os maniqueístas como “os bolcheviques do século IV”.

E. A. Dal Maschio

Deixar un comentario