Arquivos diarios: 16/02/2021

AURELIUS AGUSTINUS (OS MANIQUEÍSTAS COMO “OS BOLCHEVIQUES DO SÉCULO IV”)

Com o espírito inflamado polo convite de Cícero a procurar a sabedoria, Santo Agostinho deu os primeiros passos em busca da verdade com a leitura das Sagradas Escrituras, como non podia deixar de ser com alguém que tinha sido amamentado na pia relixiosidade materna. Mas as contradiçóns, a crueldade e o carácter fantasioso do texto non tardarom a decepcionar e a parecer ridículos ao xovem filósofo. Passada a decepçón, Agustinus encontrou, por fím, as certezas que a sua alma procuraba nas doutrinas pseudofilosóficas de unha seita oriental, que tinha alcançado um notábel sucesso entre os espíritos mais elevados do Império, os maniqueístas. Em particular, as doutrinas maniqueístas parecerom-lhe como um bálsamo que podia dar resposta à pergunta que o angustiava desde a sua conversón à busca da verdade: qual é a orixem das nossas malas acçóns? Deixaremos para mais adiante, a explicaçón das doutrinas maniqueístas. Para xá, o que nos interessa, do ponto de vista biográfico, é dar nota dos perto de nove anos, durante os quais Santo Agostinho foi membro da seita na condiçón de “ouvinte” (algo así como um catecúmeno, para o cristianismo). Foi um período da sua vida que lhe deixaria um importantíssimo legado conceptual, imprescindível para compreender a sua obra posterior, non só polo protagonismo destas doutrinas, como rival a combater, nos numerosos escritos polémicos do xá bispo católico, mas também pola influência subxacente de que Santo Agostinho nunca se libertou totalmente. Após o período de estudo em Cartaxo, no ano 375, Agostinho regressou brevemente à sua Tagasta natal, onde o recebeu, horrorizada, a sua devota nai, que acabaria por expulsá-lo de casa. Unha reacçón que non devemos estranhar, se tivermos em conta que Mónica era unha beata mulher do pobo e, que o seu rebento voltara da grande cidade com a cabeça cheia de ideias irreverentes e revolucionárias (para que se tenha unha ideia, há quem tenha definido os maniqueístas como “os bolcheviques do século IV”.

E. A. Dal Maschio

GALLEIRA (17)

A lenda de santa Eufemia, debe ao martírio a circunstância de que se a nomeie a cada instante. Consistem as suas ruínas nos restos das muralhas e montóns de pedras, acerca de cuxa disposiçón só se pode afirmar que, segundo Muñoz de la Cueva, “a certos sitios do val lhe chamam até hoxe (1700) as ruas de Santa Eufemia.” Chamam-na indistintamente xá Obobriga (Rivadavia), xá Calcedonia; que se o primeiro nome permite identificar o lugar do martírio na Galiza, permite á sua vez o segundo adxudicar à santa galega os feitos da calcedoniense. No que vam conformes, é em assinalar o lugar do martírio no terríbel despenhadeiro que se vê no alto da serra, que separa os rios Caldo e Limia, e em pôr cercanos ao precipício os vestíxios que todavía se conservam, da cidade na qual se confessou cristián, e foi por isso condenada Eufemia. Tudo naqueles lugares indica que estiverom sumamente poboados em tempos pre-romanos, que as ruinas das antigas cidades, tenhem que ser muitas, mas as que sinalámos na actualidade, e que por alí, debe por tanto buscar-se as da verdadeira Cinania. Abundam as tradiçóns e os monumentos também, a poesía os conságra, non lhes falta a lembrança dos homes. De San Xoán de Baños (Bande) escrebe o Padre Sarmiento que há memória de que houbo perto unha poboaçón: “e é muito pressumíbel, afirma, que fosse no terreno de Santa Comba e Banhos, e que alí houbesse unha pousada da vía militar que vinha de Braccara para Astorga por Entrimo.” Algo mais, que unha simples mansón sería, quando se supón que de alí forom levadas as relíquias da arte romana, que aquel ilustre antiquário atopou na igrexa de Santa Comba, “antiga e pequena”, e que consistiam em “quatro columnas de alabastro de arquitectura romana”, así como outras várias pedras também de alabastro, que conhecidamente som alheias ao tempo e ao templo, em que forom encontradas. Das ruinas de Sales, que também se encontram naquelas comarcas, pode desde logo afirmar-se, que ainda som mais importantes: distíngue-se todavía unha rua e outros vários pontos ainda se conservam vissíbeis restos de antigas e non despreçábeis fortificaçóns. Nas lembranças populares, nas vidas dos santos e na história da igrexa de Ourense, comparte com santa Eufemia o interesse e a adoraçón dos fiéis, a virxe e mártir Santa Marinha. Os lugares em que viveu e padeceu, som os mesmos: só o nome é diverso. Armeá, da qual fixéron unha nova “Armenia” nas lendas da santa, está também na Limia. O P. Sotelo (Hist. de Galicia), afirma que num montículo do têrmo de Perrelos, (…) estaba unha cividade à que os naturais do lugar chamam “Armeá”; “non de grande circunvalaçón, mas para aqueles tempos fortíssima, assim por natureza como por arte, porque ainda permanecem em parte os vestíxios dos muros ao parecer inexpugnábeis. A meia légua avistamos outra cividade, à qual chamam Tarraco, em nada menos forte que a outra, e parece ser que poboarom as aldeias que estám nas faldas dos montes. Ainda existem vestíxios innumerábeis por estas montanhas, e muitos nomes gregos puros.”

MANUEL MURGUÍA