Arquivos diarios: 14/02/2021

WITTGENSTEIN (LIBRE DA BURGUESIA ACADÉMICA)

De entre os pacientes interlocutores que Wittgenstein encontrou em Cambridge, há que destacar o filósofo George Edward Moore. Tal como Russel, apesar do obstinado carácter de Wittgenstein, Moore em breve reconheceu nele um xénio. Mas este professor também foi albo de dura crítica por parte de tán surpreendente alumno. Em certa ocasión, recriminou-o por centrar as aulas em ideias alheias e non desenvolver o seu próprio pensamento. Mais fundamental foi a sua relaçón com David Pinsent, um alumno de matemática com quem Wittgenstein viveu unha amizade com unha dimensón sentimental que afectou a âmbos. Além de poder discutir com ele o seu trabalho de lóxica, Wittgenstein encontrou em Pinsent alguém com quem partilhar a sua paixón pola música. Assistiram a numerosos concertos e até fizeram música xuntos (aparentemente, Wittgenstein assobiava cançóns de Schubert enquanto Pinsent o acompanhava ao piano). Pinsent acompanhá-lo-ia na sua primeira viáxe à Noruega em Septembro de 1913, onde Wittgenstein se dedicou a trabalhar no que mais tarde se transformaria no “Tractatus”. Decorrido o mês que ali passarom xuntos, Wittgenstein decidiu recluir-se durante dous anos algures na Noruega profunda, afastado de Cambridge (e de Pinsent, que non tornaria a ver), para poder desenvolver as suas investigaçóns lóxicas até às últimas consequências. Assim o fez, embora por menos tempo, dado que a Grande Guerra rebentou, surpreendendo-o enquanto visitaba a família durante o verán. Toda a vida estivo a ir e a vir de Cambridge. É óbvio que necessitaba do ar que lá se respiraba para dar os passos fundamentais no seu trabalho, quer fosse a discutir com professores e colegas, ou mais tarde, quando ele mesmo começou a dar aulas, a pensar em voz alta á frente dos seus alumnos. Mas logo sentía a necessidade de fuxir de lá para respirar mais profundamente um ar mais limpo, libre da burguesia académica, dos seus hábitos sociais e dos seus convencionalismos.

CARLA CARMONA

EM NOME DE GUILLADE (RAÍZ CRÍTICA-ETIMOLÓXICA DO NOME)

Unha vez mais, nos afundamos na vertíxem do nome de Guillade, a nossa primeira terra. Para mergulhar na poeira dos tempos, em busca da orixe désta palabra. “Guillade” – a inicial “gui”, parece non pertencer às falas prerromanas hispânas, segundo a sábia opinión de Corominas, opôndo-se désta maneira a unha orixem ibérica. “Gui” – podería significar “filón de mineral” ferruxinoso, dos explorados em minas, em contraposiçón aos pétreos que se chamam “veta”. “Guilla” – pedra pelada, pequena, de matéria quarzosa. Que vêm do antigo galego “aguilla”, de orixem incerto, pode que do latím vulgar “petra aquilea”, pedra aguda, aguillón. Que à sua vez, sería unha variante do latím clássico “aquileus”, que estaría relacionado com àgua. “Aguilla” – “pedras de àgua”, seixos; empregados nos empedrados dos poboados da montanha, para pavimentar as estradas, as ruas e as entradas das casas. Pedrinhas de cantos rodados, de arroios, regatos e ribeiros. “Aguilla” – grava, greda, seixo, seixárro, guierro, ferro e arro (que é um sufíxo prerromano de orixe remota). “Pedras Guillas” – “pedra aguillón”, pedra que fere como um aguillón, os pés dos caminhantes e os cascos dos animais. “Tu ó fonte, que marmurando / vás, entre guillas correndo.” (Tirso); “Nas cortes das serras, / solos arroios murmuram, / em brancas guixas e areias. (Calderon); “Mil cláusulas lisonxeiras / fai ó compás desta fonte, / cítara de prata e perlas, / porque som em trastes de ouro, / as guillas temperadas cordas.” (Quixote). Entrámos agora, dando um xiro da fortuna, nas bondades etimolóxicas da palabra. “Guilla” – do hispâno-àrabe colheita “gílla”, colheita copiosa, fartura em productos da terra, abundância de frutos. “Guillote” – colheiteiro, usufructuário, folgazán, aficcionado à guilla, acostumado a non trabalhar, avarento e egoísta. “Sempre vexo em casa guilla, / e abondo me farto eu.” Eu sei que o mundo falaba, com invexa com maldade, que ésta era unha terra de “guilla”, mas muitas das malas costûmes eram fruto da necessidade urxente, que levava a viver da coráxe. “Guilla” – desexo instintivo, atençón absorbida em algo, engano, mentira, chifradura. “Guinhar-se” – fazer o sinal dos malfeitores de caminhos, para fuxir, qual raposa ou beato santurrón. “Guillemo-nos” – escapemos, fuxámos, escabulhámo-nos, mas o melhor é escafeder-se chifradamente! Quando venham a Guillade, non tenham medo, non tenham medo da fama, que a fama às vezes difama, xente boa, xente honrrada!

LÉRIA CULTURAL