Arquivos diarios: 09/02/2021

CANET DE MAR E MANUEL TRIGUEROS

Cheguei a Canet de mar, da mán pródiga e canalha de um amigo, Manuel Trigueros, que me tinha aporfilhado unha noite de borracheira no Barrio Chino. Dous maricas, que me queríam sodomizar á forza, e que Trigueros tivo que barrê-los a hóstias. Nunca me tinham parecido bichos raros os homoxesuais, incluso entre eles tinha bons amigos; mas que quixéram encalomarme polas bravas, era outro cantar, que me fodeu bastante. A minha solidariedade com eles, non chegaba a compartir os seus gostos; mas non menguou pesse a tudo. Manolo Trigueros, tinha sido campeón de boxe da Catalunha, sucésso prodixioso, pois tinha um apêndice nasal, tam prolongado e ganchudo, que qualquer punhetazo que se perdera em vários metros à redonda, habia forzosamente de encontrar-se com el. Quando o vim metido em trifulcas, ainda que foram tabernárias, xá non me pareceu prodíxio e deixou de surpreenderme: era um fino estilista, dificilíssimo de tocar, nem sequer no seu naríz de Cyrano. Desde a sua casa da rua Conde del Asalto, reinaba sobre os baixos fundos do “Barrio Chino”, sem mais cetro ou maxestade que o copo de “güisqui”, alto e de tubo, ao qual vivía permanentemente agarrado. Era um tipo legal, Manolo Trigueros. E interclassista; respeitabam-no por igual maricas, putas, bohémios e chourizos. A pasma reclamáva-o para solucionar polas boas algún descuido ou violência na sua demarcaçón. E, se había bronca, rara vez tinha que recorrer à sua destreza de puxilista; bastaba-lhe com a sua autoridade. O Gran Gilbert, parece que era como lhe chamabam, na Bodega Bohémia, santuário de fracassos e solidóns, lhe faciam lugar ó seu lado. Compartir messa com o Gran Gilbert era priviléxio raríssimo; ainda que tivéras que pagar-lhe as copas e, de passo deixar-lhe algunhas pelas por necessidade. E, sobre tudo, non fazer caso, se a sua mán tola e anciana se pousaba sobre a rodilha mais próxima, de xovem ou velho, daba igual.

JAVIER VILLÁN E DAVID OURO