Arquivos diarios: 05/09/2020

ESCRITORES HISPÂNOS (DÁMASO ALONSO)

Alonso, Dámaso (Madrid, 1898). Crítico, poeta e filólogo. Foi alumno de Menéndez Pidal. Em 1939, despois de unha longa carreira de professor em universidades de Estados Unidos, Inglaterra e Perú, ganhou a cátedra que Menéndez tinha obstentado no seu dia. Algunhas das suas obras forom firmadas baixo o pseudónimo de “Alfonso Donado”. Os seus Poemas puros: Poemillas de la ciudad (1921) som versos libres, mas a sua poesía posterior desarrolha um estilo mais libre e mais complexo: Oscura noticia (1944; terceira ediçón com Hombre y Dios, 1959), Hijos de la ira (1944; terceira ediçón, 1958), Gozos de la vista y Poesías escogidas, que aparecerom em 1969. Ultimamente publicou um libro de poemas, que em parte recolhe pezas anteriores: Os Gozos de la vista (1981). Traduziu o Retrato do artista adolescente de James Joyce (1926) e escrebeu versóns castelhanas de Gerard Manley Hopkins e T. S. Eliot. Editou a Erasmo (Enquiridion y Paraclesis) em 1932, interesando-se vivamente pola literatura extranxeira, ainda que sexa mais conhecido como editor e estudoso de poetas e escritores espanhois, especialmente de Góngora. O redescubrimento de Góngora começóu em 1927 com a ediçón e versón em prosa que fixo Alonso das “Soledades, e La lengua poética de Góngora”, libro com o qual ganhou o Prémio Nacional de Literatura em 1927, ainda que non foi publicado até 1935. A Ensayos y estudios gongorinos (1955) seguíu Góngora y el “Polifemo” (1960), ediçón, antoloxia e estudo. Também escrebeu La poesía de san Juan de la Cruz (1942) e Vida y obra de Medrano (1948-1958). Onde melhor se pode apreciar o seu método crítico é em Poesía española (1950, com várias reediçóns) e em Seis calas en la expresión literaria española, escrita em colaboraçón com o também poeta e crítico Carlos Bousoño (1951, com numerosas reediçóns). Em ambos libros, Dámaso Alonso distingue entre as formas externas e internas de um texto e investiga até que ponto e com que acerto se combinam ambas. O seu método, que parte da estilística de Spitzer, intenta mostrar a orixinalidade atemporal de unha obra, xá que considera que só o historiador da cultura debe sinalar a continuidade da tradiçón. Poetas españoles contemporáneos (1952) é um libro orixinal, cheio de um impresionismo que contrasta com outras obras como Menéndez y Pelayo, crítico literario (1956), De los siglos oscuros al de oro (1958), Primavera temprana de la literatura europea (1961), Del Siglo de Oro a este siglo de siglas (1962) e Cuatro poetas españoles (1962), no qual se declara pouco interesado nos valores formais da poesía de Góngora.

OXFORD

¡¡QUE NADA SE SABE!!

Do que aconteceu muito tempo antes de nós, do que acontecerá depois, ¿quem pode afirmar algo com certeza? A propósito disto, existe até hoxe entre os filósofos unha polémica tám grande sobre o começo ou eternidade do mundo, tám grande controvérsia sobre a sua duraçón e o seu fím, que ninguém logrou – que saiba-mos – por termo, nem acaso o logrará científicamente. Pois ¿como quem é corruptíbel poderia manifestar com certeza algo sobre o incorruptíbel. E quem é finito, sobre o infinito? E, finalmente ¿como quem só vive por um instante, como se non vivêsse, e existe como se non existísse, poderá manifestar com certeza algo sobre o sempiterno? A questón acerca de se existe isto último, ó igual que o referênte à existência dos dous primeiros, é fundamento de outras questóns, e dela o home non sabe, nem pode saber absoluctamente nada. Xusto a todas estas cousas se referem em filosofia as questóns duvidosas mais grandes e máximamente necesárias para o conhecimento de todas as outras cousas, questóns cuxa ignorância provoca o conseguinte desconhecimento das demais. Que, segundo a medida humana, nada pode saber-se perfeitamente, queda de manifesto polo feito de que o Peripatéctico, xunto com o resto da sua escola, se esforzam em mostrar com innumerábeis razóns que o mundo é eterno, sem que tenha tido um começo, nem vaia a ter um fim. A esta convicçón chegarom os filósofos. Por culpa disso, aquel romano começóu por aí a sua História Natural. E certamente te inclinarás a pensar isso se te deixas guiar pola razón humana. Pois viéste a um mundo xá feito, e o mesmo o teu pai e os teus avôs; eles partíron, como também tú irás; ves a outros nascer e morrer, mentras o mundo permanece. E non há quem afirme, bem de palabra, bem por escrito, ter conhecido o princípio do mundo, ou haber visto a outro que o tenha visto, ou que tivéra ouvido falar a outro que o vísse. Também, como afirma o Sábio: “Unha xeraçón vai e outra xeraçón vem, mas a terra permanece eternamente. Sai o sol e pôn-se, e retorna ó seu lugar, e voltando a nascer alí, xira através do aire inclinando-se cara ó Aquilón. O vento, recorrendo todas as cousas, despraza-se descrevendo um círculo e volta a reiniciar os seus xiros. Todos os rios desembocam no mar, mas o mar non rebosa. Voltam os rios ó lugar de onde saírom, para discorrer de novo. Todas as cousas som difíceis, o home non é capaz de as explicar por meio da palabra”.

FRANCISCO SÁNCHEZ