
Alfonso X El Sabio, rei de Castela (Toledo, 1221-1284). Filho de Fernando III e de Beatriz de Suabia, continuou a reconquista iniciada polo seu pai, ao qual sucedeu em 1252. Gostaba de chamar-se “rei de três relixións”: foi mais benévolo com os seus súbditos musulmáns, que com os xudeos. Aquí só o consideraremos como escritor, editor, erudicto e mecenas. Non se pode determinar com exactitude em que medida contribuiu para os grandes trabalhos erudíctos que patrocinou e impulsou, mas non cabe dúvida de que el e os seus colaboradores escribirom as primeiras obras clássicas da prosa castelán. As obras que levou a cabo classificam-se xeralmente em quatro apartados: história, leis, ciência e poesía. a) História. Como coordenador de investigaçóns non tivo igual no seu tempo. A primeira parte da Grande y general história, começou-se a elaborar em 1272, e a quarta parte foi terminada em 1280. As partes quinta e sexta elaborarom-se entre 1280 e 1284, ano no que morreu Alfonso. Como se trata de unha “história universal”, misturam-se os mitos e os feitos, que para a época era um procedimento perfeitamente ortodoxo e natural. A cronoloxía detem-se na árbore xenealóxica da Virxem María. A ideoloxía da época tendía a concepçóns universais do home, mais que a concepçóns nacionais ou rexionais. Por isso, a Primeira crónica general ou estória de España, foi abandonada por 1274. Son alfonsíes os capítulos que van até à invasón árabe, mas a segunda parte non é do rei Alfonso. A primeira parte foi confecçionada graças a unha técnica que se puido explorar e que consiste nunha primeira fase de recopilaçón de materiais, e a sua traduçón, unha segunda (tipicamente alfonsina) de armonizaçón dos materiais por ordem cronolóxico de reinados e anos. Na obra misturam-se materiais históricos (Paulo Diácono, Paulo Orosio) e poéticos (Lucano). A obra foi terminada xá em época posterior, durante o reinado de Sancho IV (1289). Alguns dos colaboradores forom: Bernardo de Brihuega, Garci Fernández de Toledo, Juan Gil de Zamora, Jofré de Loaysa e Suero Pérez ocuparom-se de escreber a segunda parte. Para o qual utilizarom fontes bíblicas, clássicas e árabes, assim como cantares de xésta. Menéndez Pidal a publicou em 1906 baixo o título: Primeira crónica general, o sea historia de España que mandó componer Alfonso el Sabio y se continuaba bajo Sancho IV en 1289 (1906). Três crónicas forom escrítas com base na Crónica general: la Crónica abreviada de don Juan Manuel, a Segunda crónica general ou Crónica de 1344 e unha versón perdida conhecida a través de quatro adaptaçóns: Tercera crónica general, de Florián de Ocampo, a Crónica de veinte reyes, a Crónica de Castela, na que se bassa à sua vez a Crónica particular del Cid. b) Leis. Las siete partidas (1256-1263). Compilaçón de leis quase sempre de orixem romano que intentam sistematizar prácticas da vida quotidiana. O número “sete” que aparece no título tem unha importância mais simbólica exotérica que aritmética. Delas, só a primeira é de época alfonsina; o resto foi-se transformando em funçón dos intereses da aristocracía durante o passo do tempo. Existem dous manuscritos, um do século XIII e outro do século XIV. Em ambos se observam notábeis diferênças. No manuscrípto do século XIII o poder absolucto do rei afianza-se obstenssibelmente, mentras que no do século XIV xa se fala mais do poder dos nóbres e é restrinxído o do rei, adbogando pola validés dos foros. A obra foi compilada por Jacobo ou Jacome Ruíz, “o mestre das leis”, Samuel Halevy, Juan Alfonso, arcediano de Santiago de Compostela, e Fernán Martínez. A obra non logrou unificar o sistema legal castelán, obxectivo que só se alcanzou em 1348. A lexislaçón espanhola actual ainda debe muito à obra alfonsina; parte dos estatutos dos estados norteamericanos da Florida e da Louisiana debem também algunhas leis a esta obra. c) Ciência. As aportaçóns científicas de Alfonso dan-se no nível da transmisóm e non no da criaçón. O Lapidario foi reeditado em 1881 por J. Fernández de Montaña, e os Libros del saber de astronomía em 1863-1867. O Libro de los juegos de ajedrez, dados y tablas, publicou-se em 1941. As três obras forom traducidas e adaptadas de fontes árabes por erudíctos xudeos. O Setenário (dado à luz em 1945), parte de propósitos xurídicos e morais e constitúi um tratado cosmolóxico e relixioso articulado em torno ao carácter simbólico da realidade toda e às virtudes do número sete. d) Poesía. Como poeta, Alfonso preferíu o galego-português, dialecto muito mais desarrolhado, expressivo e musical que o castelán e que na sua época era a fala literária por antonomasía. Escrebeu algo mais de 400 Cantigas de Santa María, obra composta para ser cantada, como era também habitual. A maioria desarrolham unha temática parecida: os milágres da Virxem. Alfonso incorporou ao elemento narrativo característico do mester de clerecía unha inspiraçón e um lirísmo que perviverom unidos na tradiçón literária posterior.
OXFORD
