Arquivos diarios: 18/07/2020

LITERATURA LATINA (10) (O VERSO SATURNIO)

A que pode ser a mais antiga poesía em latím (se exceptuamos o “carmen Arvale) som dous epitáfios de L. Cornelio Escipión Barbado, cónsul no 298 a. C., e do seu filho L. Cornelio Escipión, cónsul em 259 a. C. A antiga costûme romana era a de colocar sobre a tumba o “titulos” de um home (o seu nome e, acaso, unha mençón dos seus cargos importantes): ambos Escipións os tiverom, pintados em roxo. Os dous tenhem também epitáfios em versos saturnios; están talhados em pedra sobre os sarcófagos e o do filho é claramente mais antigo que o do pai. O escreber um poema sobre unha tumba representa clara influênça grega e esta orixem subraia-se por um sentimento no epitáfio do pai: “quoius forma uirtutei parisuma fuit” (cuxa perfeiçón física foi muito semelhante ó seu valor”. Isto traduce em latím o ideal ateniense de “kalokagatía” e significativamente dá-se ao adxectivo “agatóç” o seu sentido de valente de começos do século V. O nome do metro expressa a ideia de que era orixinário de Italia, mas persiste a dúvida básica sobre a sua verdadeira natureza e orixem, tanto agora como no mundo antigo. Era de orixe grego e quantitativo? Ou estaba construído sobre princípios de acentuaçón bastante alheios ao grego? Non se pode alcanzar unha certeza (em sentido xeral, polo lamentábel estado textual dos versos que sobreviveron, preservados principalmente em citas de gramáticos tardios que non tenhem a menor compreensón ou interese polo metro). Non obstante, a hipótese que parece mais coherente é a da orixem grega por três razóns: a) o contexto no que o metro se encontra pola primeira vez no epitáfio de Escipión suxére um meio helenizante; encontram-se também elementos do metro no “carmen Arvale”, que se remonta aos séculos V ou VI a. C. e certamente contenhem elementos relixiosos gregos reconhecíbeis. b) Os dous poetas, Livio Andrónico e Nevio (o primeiro era um escrávo grego, e o outro de unha rexión de cultura grega), que forom os primeiros em adoptar o metro em Roma, eram conhecedores das técnicas métricas do grego e escreberom as suas outras obras com assombroso domínio destas técnicas em latim. c) As afirmaçóns expressas de Cesio Baso sobre a base grega do “saturnio” pode-se comprobar no grego e em particular conservou-se um himno cultural grego non literário que apresenta a mesma forma métrica. Se unimos estes feitos com a testemunha xeral da influênça cultural da Grécia sobre Roma, desde o século VI a. C. em diante, tanto nas costûmes como na fala (e também nos metros), é dificil ver o “saturnio” como um metro puramente itálico. Os diferentes enfoques anteriores tratarom de examinar os descubrimentos sobre elementos que podem ter contribuido para a cultura literária e que existíam na Roma com anterioridade ó 240 a. C. As testemunhas som escasas e apuntam para unha cultura práctica: isto é, de composiçóns criadas para ocasións públicas específicas. Mas há indícios de unha certa sofisticaçón estilística e certamente de familiaridade com as técnicas gregas: em ambos casos, a cultura literária mais antiga de Roma apresenta rasgos que caracterizam a toda a literatura posterior escrita em latim.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)

POPPER (RACIONALISMO CRÍTICO)

Xá referimos que as duas áreas em que o pensamento de Popper exerceu unha maior influênça, tanto entre os seus contemporâneos como para a posteridade, foram a filosofia da ciência e a filosofia social e política. Para o próprio Popper, as suas contribuçóns para ambas as áreas están relacionadas entre si por unha actitude filosófica básica que denomina “racionalismo crítico” (cuxa caracterizaçón xeral expomos mais adiante). Este, por sua vez, fundamentar-se-ia nunha determinada actitude ética de princípio. No entanto, apesar do que o próprio Popper disse, convém analisar as duas áreas separadamente, tanto por razóns ligadas à lóxica do conteúdo como porque os âmbitos em que as ideias de Popper exerceram a sua influência son bastante diferentes num e noutro caso, ou sexa, podem aceitar-se as ideias de Popper sobre metodoloxia científica independentemente das suas teses sociopolíticas, e vice-versa. Nesta secçón, falaremos do primeiro pilar do pensamento popperiano, o que se refere sobretudo à sua filosofia da ciência; na secçón seguinte (“A sociedade aberta…”), exporemos com maior brevidade as suas ideias em matéria sociopolítica. A filosofia da ciência de Popper é essencialmente unha metodoloxia. Quer isto dizer que trata de averiguar qual é o melhor método para levar a cabo a investigaçón científica. As “ciências empíricas” (ou sexa, as que dependem em última instância das experiências que os nossos sentidos nos transmitem) e, mais em particular, as ciências naturais. Sobre a matemática pura, que é independente da experiência, Popper non tem grande cousa a dizer, e o pouco que encontramos nos seus textos sobre ela non é especialmente orixinal. Para Popper, dentro das ciências naturais, a ciência paradigmática é, sem dúvida, a física.

C. ULISES MOULINES