
De repente, a obra de Marx revela-se como muito mais modesta nas suas pretensóns teóricas do que o marxismo assegurava: Marx estudou as “leis do capitalismo”, non as leis da história. Por isso, na polémica sobre a comuna rural russa, recusou-se a que utilizassem “O Capital” como trampolim para tirar da manga unha “teoria xeral do curso histórico”. Retomemos as suas palabras: “se a Rússia tiver de se transformar num país capitalista… non o conseguirá sem a expropriaçón xeral da propriedade comunal do campesinato”. “E mais nada.” Non há melhor forma de constactar que o estudo de Marx se centrou na análise daquilo “em que consiste o capital”, e non de como tem de proceder o curso histórico. Marx estudou a “forma-capital”, sem a qual nenhuma realidade pode ser chamada “capitalista”. No primeiro libro de “O Capital”, Marx consegue mostrar a base estructural da sociedade capitalista, encontrou a “lei fundamental do capitalismo”… mas non da história. Marx investigou “aquilo que faz o capital ser capital”, no sentido platónico exacto em que um Sócrates podia perguntar polo que faz as cousas belas serem belas ou os sapatos serem zapatos. Marx encontra leis da sociedade moderna, dado que esta é a sociedade “capitalista”; talvez fosse possíbel encontrar, seguindo métodos semelhantes, leis de outros modos de produçón; mas o que non se consegue encontrar em Marx é algunha lei da própria história.
CARLOS FERNÁNDEZ LIRIA