Arquivos diarios: 30/06/2020

ESPINOSA (PARADOXO DO ATEU ÉBRIO DE DEUS)

Citemos, por exemplo, Curley: “O estilo de apresentaçón axiomático de Espinosa non proporciona, na verdade, a clareza que este pretendia. É habitual que as definiçóns pareçam obscuras, e é frequente que os axiomas non sexam evidentes, que as demonstraçóns sexam com frequência pouco convincentes”. De seguida, acrescenta: “E, no entanto, custa muito abstrair-se da sensaçón de que aqui há algunha cousa pola qual vale a pena fazer um esforço para tentar compreender, algo que, se estiver certo, tem unha enorme importância, e algo que, muito possivelmente, está certo”. Esta é a sensaçón de todos aqueles que leram a “Ética”. É extremamente difícil, non atinxe nem de lonxe a perfeiçón formal a que aspira com o método xeométrico, e o leitor tem de preencher activamente muitas dessas lacunas. Ainda assim, vale a pena o esforço. Paradoxo do ateu ébrio de Deus: Unha das palabras que mais aparece na Ética é Deus. O poeta alemán Novalis escreveu que Espinosa estaba “ébrio de Deus”. Mas o filósofo holandês é considerado por muitos um pensador ateu (“sem Deus”). Como é evidente, nas diversas apreciaçóns existem abordaxens diferentes da concepçón de Deus.

JOAN SOLÉ

ESCRITORES HISPÂNOS (MATEO ALEMÁN)

Alemán, Mateo (Sevilla, 1547-1615). Novelista. Filho de um médico xudeo adscrípto à prisón de Sevilla. Estudou medicina em Salamanca e Alcalá. Foi encarcerado por dívidas em 1580, 1594 e 1601. Viaxou a Nueva España em 1608, com o seu protector o arzobispo García Guerra, cuxa biografía publicou em 1613, baixo o título de “Sucesos de Fray García Guerra, Arzobispo de México”, que contem interesantes informaçóns sobre a vida da Colónia. Outras obras menores som a biografía “San Antonio de Padua” (1603) e “Ortografía castellana” (1609). É mais conhecido como o autor do “Guzmán de Alfarache”, popular novela picaresca, que publicou em duas partes: a primeira em Madrid (1599) e a segunda em Lisboa. Com ela contribuíu a difundir a figura do pícaro na literatura europeia. É unha dígna sucesora do “Lazarillo de Tormes”, a pesar de que nela aparece xá um fundo moralista, alheio ós melhores acertos do xénero.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (VERSOS ALELUIAS)

Aleluias, versos que se imprimem baixo algum grabado ou ilustraçón. Num princípio forom de temática relixiosa, mas pronto se secularizarom. Proliferarom desde finais do século XV até ó século XIX. A sua importância, como vehículo de informaçón foi visceral, para entender o alcance da cultura popular em etapas nas que o libro era património das elítes.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (O VERSO ALEXANDRINO)

Alexandrino, verso composto por dous hemistiquios de sete sílabas cada um. Non debe ser confundido com o alexandrino françês, que tem doze sílabas, nem com o português, que tem treze. O alexandrino debe o seu nome a Alexandro o Grande, pois as suas façanhas épicas e as suas lendas forom celebradas neste metro, no “Libro de Alexandre”, no “Libro de Apolonio” e o “Rimado de Palacio” do canceler López de Ayala, forom escritos também em alexandrinos. Um dos primeiros cultivadores de este metro foi Gonzalo de Berceo. Rubén Darío modificou lixeiramente a estructura do verso, acentuando as sílabas terceira e sexta de cada hemistiquio, como na sua famosa “Sonatina”: “La princesa está triste… ¿Qué tendrá la princesa? / los suspiros se escapan de su boca de fresa, / que ha perdido la risa, que ha perdido el color…”.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (VICENTE ALEIXANDRE Y MERLO)

Aleixandre y Merlo, Vicente (Sevilla, 1898). Estudou em Málaga e sacou a carreira de adbogacía em Madrid. A sua delicada saúde afastou-o das clásses. A partir de 1925 dedicou-se plenamente à poesía. Os seus primeiros versos aparecerón na Revista de Occidente, que dirixía José Ortega y Gasset. Formou parte da xeraçón do 27. No seu primeiro libro, “Ámbito” (1928), apercebe-se a influênça de Jorge Guillén e a de Salinas, os quais também figuram no movimento do 27. Aleixandre utilizou o surrealismo em “Espadas como labios” de 1932, em “Pasión de la tierra” (1935), “La destrucción o el amor” (1935, Premio Nacional de Literatura) e “Poemas paradisíacos” (1942). A crítica considera “Sombra del paraíso” (1944) como a sua melhor obra. Foi eleito membro da Real Academia Española em 1949. Escrebeu também “Mundo a solas” (1950), “Nacimiento último” (1953), “Historia del corazón” (1954); um libro de lembranças sobre personalidades literárias titulado “Los encuentros” (1958) e, em adiçón às suas “obras completas” (1960), “En un vasto domínio” (1962) e “Retratos con hombre” (1965). Finalmente, depois da segunda ediçón das suas “Obras completas”, publicadas em 1968, viron a luz “Poemas de la consumación (1968), “Antología del mar y de la noche” (1971), “Poesía superrealista” (1971), “Diálogos del conocimiento” (1975). A última ediçón completa da sua obra recolhe-se em “Antología total” (1975). Ao igual que outros poetas surrealistas, a leitura de Aleixandre é difícil ó princípio, mas é um poeta preocupado polos problemas fundamentais da existência e do home mesmo e exercéu com a sua obra unha importante influença na poesía espanhola deste século. Em 1977, foi-lhe concedido o Premio Nobel. As suas “Poesías completas” forom publicadas em 1975.

OXFORD