
Citemos, por exemplo, Curley: “O estilo de apresentaçón axiomático de Espinosa non proporciona, na verdade, a clareza que este pretendia. É habitual que as definiçóns pareçam obscuras, e é frequente que os axiomas non sexam evidentes, que as demonstraçóns sexam com frequência pouco convincentes”. De seguida, acrescenta: “E, no entanto, custa muito abstrair-se da sensaçón de que aqui há algunha cousa pola qual vale a pena fazer um esforço para tentar compreender, algo que, se estiver certo, tem unha enorme importância, e algo que, muito possivelmente, está certo”. Esta é a sensaçón de todos aqueles que leram a “Ética”. É extremamente difícil, non atinxe nem de lonxe a perfeiçón formal a que aspira com o método xeométrico, e o leitor tem de preencher activamente muitas dessas lacunas. Ainda assim, vale a pena o esforço. Paradoxo do ateu ébrio de Deus: Unha das palabras que mais aparece na Ética é Deus. O poeta alemán Novalis escreveu que Espinosa estaba “ébrio de Deus”. Mas o filósofo holandês é considerado por muitos um pensador ateu (“sem Deus”). Como é evidente, nas diversas apreciaçóns existem abordaxens diferentes da concepçón de Deus.
JOAN SOLÉ



