Arquivos diarios: 24/06/2020

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (104)

Como se obrou o mistério seguinte: O Domingo 15 de Xunho de 1919, fún a Pontareas, e vinhem por Celeiros, acompanhado polo Senhor Traquinas, através do qual soubem que a proxima quinta feira habería ali fésta. O referido dia chegou, e eu estaba resolvido a non ir, mas polas 5,25 da tarde, apareceu o Senhor Jenaro convidando-me a que fora com el. Partimos pola Cabadinha até Guillade de Baixo, caminho de Celeiros, onde encontramos o Vidal, e ofereceu-me trabalho (como em 1913, vexa-se a páxina 58 e 62), consultei o oráculo e dixo que non fora, e assím o fixem. Galinha. O 23 de Junho de 1919, à noite, entrou unha galinha da Consuela pola minha casa. Eu, a escondim logo, e pola manham fún-a agouchar a Matamá, até às oito horas dentro dunha cesta. Logo, vinhem preparar-me à casa, e despois seguim para Trancoso, onde a vendim por 22 reais no Hotel do Françês (à Senhora Adelaira e à Senhora Flora). O Santo Cristo de Celeiros. O dia 28 de Xunho de 1919, vesperas do Santo Cristo da Victória, eu estivem na fésta, ó voltar, mesmo no pinheiral de Guillade, onde se cruzam os dous caminhos de carro, o que vai de Celeiros para Portela e o que vem de Oliveira cara a Guillade de Baixo, alí me fún meter na boca da Guardia Civil, e temendo um cacheo, quase à vista deles, atirei com o revolver para perto (vexa-se, que houbo algo sobrenatural, polo da galinha anteriormente referida, e que xá a Sibylla me avisára que ia suscitar contenda). Demanda, contra Calviño. O dia 28 de Xunho, apareceu a Guardia Civil com unha demanda contra Manuel Calviño, motivada por tê-lo apanhado com um revolver às quatro da manham, asegurando que vinha de unha fésta, e confesa e reconhece que a arma é sua, e que a tinha encontrado um mês antes a esta data. O que non aceita, è a multa aplicada por este xulgado e polo Senhor Xuíz Fiscal, com o qual non queda conforme a 7 de Xulho de mil novecentos e dezanove. Esta é unha emitaçón das palabras que quedarom escritas em Pontareas, segundo me recordam, pouco mais ou menos. Ainda um feito: o dia 24 de Outubro, sexta-feira de 1919, pola hora das três da tarde, apuntei unha escopeta à cara do Senhor Pedro Rey e Manuel Rey, por culpa da minha Santa Nái, que armou unha zaragata entre nós…

MANUEL CALVIÑO SOUTO