
Como ser natural, o home nem obedece nem desobedece à necessidade, segue simplesmente o caminho por onde passa. A primeira distância a respeito da necessidade aparece precisamente depois do seu reconhecimento e da exploraçón das suas ramificaçóns. O pensador Xónico, que começa por ser estrictamente aquílo a que hoxe chamamos um físico, dá um passo xigantesco quando se questiona simplesmente sobre o que está a fazer, pergunta-se polo laço entre a necessidade que explora e o facto de “estar a explorá-la”. O início da interrogaçón encontra-se na constataçón de haber mais do que unha conxectura racional. Tudo começa por um momento de dúvida, unha dúvida non sobre a necessidade, mas sobre o discurso que tenta reflecti-la. Como veremos a resposta à pergunta sobre o que constitui o suporte último da natureza é múltipla. O passo seguinte é inevitábel. Quem avança “agora” que a natureza profunda é unha cousa e “agora” que é outra? Non se trata de dous suxeitos que lutam por interesses, ou que diferem na percepçón dos seus sentidos. É questón do próprio suxeito, que tem razóns dignas para simpatizar com ambas as hipóteses. O homem suspeita que o carácter desinteressado do conhecimento xá non é garantia de neutralidade, pois talvez por trás das aparências apenas se escondam as suas próprias construçóns. A simples suspeita é xá muito. Se a ciência tem de acreditar que o facto de conhecer non altera o conhecido, a filosofia pressupón abrir-se à possibilidade de que o conhecimento non sexa independente do suxeito que conhece. Isso deriva facilmente para unha reflexón sobre o próprio suxeito, sobre as faculdades que possibilitam o conhecimento; os sentidos por um lado, a capacidade intelectiva por outro, o papel de cada unha e a primazia das primeiras e da segunda. A expressón mais clara do honroso reconhecimento deste combate interno no suxeito é um fragmento atribuído a Demócrito, no qual o intelecto entra em diálogo com os sentidos. O primeiro assegura que a única cousa real na natureza som os átomos e o vazio, os quais som inapreensíveis para os sentidos. Mas os sentidos respondem ao intelecto, denunciando o círculo vicioso que consiste no facto de serem eles a única fonte da qual o intelecto extrai as suas evidências, polo que, se o intelecto conseguir derrotar os sentidos, non fará mais que derrotar-se a si mesmo.
VÍCTOR GÓMEZ PIN