
Gostosos aceitamos o convite da Comisón de Festas do Cristo, deste ano, para colaborar com um trabalho histórico sobre a parroquia de Guillade. Nesta breve exposiçón, non facemos mais que utilizar abundância de notas recolhidas durante muitos anos e que guardamos no nosso Arquivo particular. A nossa parroquia tem como padroeiro o Arcanxo San Miguel. Pertence ao Concelho, partido xudicial e Arciprestado de Pontareas (Pontevedra), e Dióceses de Tui-Vigo. Guillade é unha das parroquias mais ao interior do Concelho de Pontareas. A sua povoaçón actual aproxima-se aos 1.000 habitantes. Encontra-se enquadrada entre as seguintes parroquias: ao Norte, limita com Cumiar (Pontareas) e Mouriscados (Mondariz); ao Sul, com Vilacoba (Salvaterra de Minho); ao Este, com Uma (Salvaterra de Minho) e ao Oeste, com Celeiros e Santiago de Oliveira (Pontareas). Conta com as seguintes entidades ou bairros: Cavadiña, Eirado, Encostada, Igrexa, Lama, Lomba, Mourigade, Pazo da Fonte, Pazos, Pontedexil, Porteliña, Rañó, Reimonde, Val, Vigaira e Carbalheda. Está bem comunicada com Pontareas, capital do Municipio, do qual dista pouco mais de 8 kms., assim como com Salvaterra de Minho a unha distancia de 14 kms. Tem como montes mais importantes: Coto do Santo, Pedreira, Pedroso, Castromao e Albelle. É banhada polo rio Uma, que tem na parroquia dous afluentes: Pomar e Rillón. As suas xentes emigrabam, em boa parte, a Portugal, onde quedam alguns bem situados; agora, e em menor proporçón, a Madrid e ao extranxeiro, tal como a Suiça e a Alemanha. Esta parroquia é unha das mais ricas arqueolóxicamente da zona. Nela é fácil comprobar restos do Paleolítico, da Cultura do Bronce (sinxélos petroglifos), da Cultura

Megalítica (as mámoas das Chans do Campo do Mouro). Esta riqueza é mais abundante quando se trata da Cultura Castrexa e da Romanizaçón (O Crasto e Castromao); Encostada e Mourigade, asentamentos romanos. Na vertente Noroeste de Castromao, quedam pegadas de calzada romana, chamada “Verea Velha”, cuxa ruta vinha de Pontareas a Campo do Mouro, Franqueira, cañiza… Ourense. A primeira referência histórica que conhecemos alusiva à parroquia de Guillade, remonta-se ao século X, quando se menciona a existência de um Mosteiro dedicado a Santa Locaya (Leocadia). Existe unha preciosa documentaçón procedente do Mosteiro de Melón, por onde sabemos, que, ó menos, o 8 de Xulho do ano 963, o Presbítero Menendo e outros fixérom doaçón ao Ermitório de Santa Leocádia de Guillade, de importântes propriedades situadas na zona, sendo Abade do dito Convento, D. Pelagio (Pelayo). Empraça-se este Mosteiro no lugar conhecido, desde antigo, por Santa Locaya (Encostada e Vigaira) em Guillade D’Arriba, na ladeira Este de Castromao. Foi muito probábel que, despois na sua vertente a nascente apareceram restos arqueolóxicos de unha Via romana, perto da qual se edificou o citado Mosteiro, no entorno do qual nasceu a primitiva feligresía ou vicaría, de aí Vigaira. Esta Guillade sería conhecida, segundo diversa documentaçon com os nomes de Quilliati, Villate e Juliade, sendo por último Guillade. Presupôn-se que a primeira igrexa parroquial, debeu estar, como se indicou, ubicada em Santa Leocádia, em Guillade D’Arriba, na zona mais alta da aldeia, como era habitual na antiguidade. Alí, em 1962, forom encontrados restos arqueolóxicos romano-visigóticos. Entre eles, unha pía

bautismal, tendo como única decoraçón o tradicional entrenzado (em corda) do pre-románico; e um fermoso caneiro decorado com cabeza de carneiro, ademais de um altar pétreo com decoraçón

em reticulado de tradiçón castrexa, assim como bastantes telhas
.

.
(tégulas) romanas e fragmentos de certo tipo de baldosa cerámica. E, também a estructura da Capela de Santa Leocádia, e os restos de arcos abatidos da igrexa monacal. Pola decadência e anulaçón daquel Eremitório, as suas propriedades deberom ser anexionadas à Franqueira e com esta ao célebre Mosteiro de Melón. E, sem a menor sombra de dúvida, outra parte destes bens do Convento, passaríam, como era frequentíssimo, à Mesa Capitular de Tui, dando orixem ao posterior Benefício, mais que, realmente, unha coexistência de duas parroquias, e, de existir esta coexistência, debeu de ser por pouco tempo. A primeira mençón em torno à nova feligresía – tal vez a actual – nos é dada por Avila y Lacueva, na sua obra manuscrita e inédita, a propósito da doaçón que, em Maio de 1070, Dona Hermesenda Méndez, fixo da igrexa de Villati. Mas, xá com a actual titulaçón, de San Miguel, segundo o mesmo historiador tudense, aparece em 1191. Aquela doaçón da ilustre dama, como a maioria delas, no sucessivo, som feitas ao Obispo de Tui. Outra, das interesantes doaçóns (que a partir do século XII, som frequentes) e que facemos fincapé, é a seguinte: No 5 de Febreiro de 1205, o Monarca que se atopaba em Zamora, dona a D. Suero D., Obispo de Tui, o realengo (terras que pertencem ao Rei) de Guillady (sic) com os seus côtos. Doaçón, que o próprio Monarca realiza, em Benavente, o 2 de Outubro de 1228. Segundo outra escritura do Obispo de Tui, D. Pedro I, dicho D. Suero, sendo Canónigo Deán e Dignidade da Santa Catedral de Tuy, levaba xá a metade de todos os diezmos de San Miguel de Guillade e o seu anexo, San Pedro de Batalháns. Segundo documentaçón do Convento de Melón e Catedral, o mencionado Obispo, D. Suero, entregará, o citado realengo de Guillade, ao Mosteiro de Melón, que também há de receber em 1361 diferentes bens, que, em Guillade, posseía, assím mesmo, D. Fernán Eanes (Yáñez) de Sottomayor, Senhor da Casa e fortaleza de Sottomayor e da Casa e torre de Fornelos (Crecente). Antes da Desamortizaçón de Mendizábal e da própria Exclaustraçón, no século passado, aquel Mosteiro ourensano, percebia da parroquia de Guillade e por bens que lhe pertenciam, importantes rendas. Só a título de curiosidade, citamos algunhas daquelas, e, em forma de espécies, aparte do acostumado, milho, vinho, trigo… recebía, cinquenta galinhas, dous carneiros, oito sábalos e sessenta e oito lampreias. Em 1528, recorda o Obispo tudense, D. Diego de Avellaneda, nas suas Sinodais que: “A igrexa (cremos, só Beneficio-diezmos, primícias… Com Ermida) Santa Leocádia, paga à Igrexa de Tui, meia libra de cera; a Igrexa de San Miguel paga à referida dez soldos leoneses, unha libra de cera e doze maravedies velhos”. Nesta parroquia tivo xurisdiçón por razón de possesóns e dereitos, a Encomenda de Cabaleiros da Ordem de Malta. Pertenceu Guillade, à Encomenda de Beade (Ribadávia), Partido de Bugarín (Pontareas). Guillade debeu ser, em um princípio, de fundaçón e presentaçón Senhorial e da nobre família Menéndez, passando depois a Patronazgo real do Obispo tudense, xá em 1528. Em 1557 e depois de um clamoroso preito (com o Obispo San Millán), que o deixou pobríssimo, o Cabildo asignou ao Deán da Catedral, D. Francisco Lorenzo, a metade dos fructos de Guillade e San Pedro de Batalláns. Segundo os Libros Parroquiais, em 1603, atopamos a D. Andrés Preto, como Cura Capelhán do Beneficio de San Miguel. Das fundaçóns mais importantes da parroquia, encontra-se a obra pía e capela que, em 1669, fundou, na Sorreira, baixo a advocaçón do Bom Jesús, a Concepçón e Santo António Abad. Actualmene existem na parroquia duas ermidas dedicadas a San Gregório (século, XVIII) e outra, recente. a San Xoán (1987) das que mais tarde falaremos. A igrexa actual com a sua tradicional espadanha rural, debeu ser também obra do século, XVIII. Entre as imáxes mais meritórias, sobresáiem as de nossa Senhora das Angûstias e o Cristo Crucificado, que a tradiçón tem como obra do mestre Cerviño, do qual, em breve, comentaremos algo mais. Em Guillade D’Arriba conserva-se o Cruceiro mais artístico de Guillade, chamado de San Xoán e data de 1737, ao qual também voltaremos. Filhos ilustres desta terra, forom: o P. Domingo Rodríguez, da Ordem de Santo Domingo, que nasceu em Guillade em 1705. Passou a Filipinas, onde ademais da vida apostólica e pastoral, foi naquela capital Manila, professor de filosofia, assim como Prior do Convento. Evanxelizou nas províncias de Cagayán e Nova Vizcaya, falecendo no 1756 em Manila. Assim mesmo, o celebrado trovador, fecundo e orixinal poeta, Xoán García de Guillade (século XIII). A tradiçon afirma que a parroquia, tomou parte activa nas guerras contra Portugal (século XVII) e contra as hóstes de Napoleón (século, XIX), as quais saquearom e incendiarom a sua poboaçón.
X. MARTÍNEZ TAMUXE
