Arquivos diarios: 15/06/2020

QUE NADA SE SABE! (36)

Mas, tivemos que alargar-nos mais do que o pensado. E, voltando ao tema. ¡Quanta variedade há na mesma espécie humana! Em certo lugar, som todos muito pequenos: som os chamados pigmeos. Noutra parte, muito grandes: os xigantes. Uns, andam completamente em couros; outros som peludos e com cabelo por todo o corpo. Inclúso há quem, desprovistos totalmente de fala, vivem na selva como feras, refuxiando-se em cavernas, ou nas ramas das árbores segundo costûme das aves, e até devorariam com suma fruiçón a homes como nós, se algunha vez conseguiram apanhar-nos. Uns, sem ocupar-se para nada de Deus, nem da relixión, disfrutam tudo em comúm, inclúso filhos e mulheres; som nómadas e non tenhem asentamento fixo. Outros, polo contrário, nunha estreita fidelidade a Deus e à relixión, derraman por eles sem medo a sua sangre. Todos querem ter para sí comunidade, casa, mulher e família próprias, e, unha vez que as tenhem, defendem-nas até morrer. Alguns, despois da morte, som entregados à terra ou ao fogo xunto com os amigos vivos, as esposas e os haberes; outros, despreocupados de tudo isto, permanecem insepultos. Sofrem e empenham-se em ser torturados ou despedazados em vivo; outros, no seu lugar, pensam que se há de evitar a morte a toda a custa. Non acabaríamos se quixéramos dar conta de todas as costûmes de todos os homes. ¿Crés tú acaso que eles tenhem totalmente a mesma natureza racional que nós? A mím non me parece verossímil. Mas, nem tú nem eu sabemos nada! Talvés negarás que alguns deles sexam homes. Non me oponho. Digo o que me contarom; de cousas como estas estám cheios os libros dos antigos e dos modernos. E, non parece impossíbel que inclúso em algunha parte do universo, ainda non descoberta, haxa talvez outros homes, mais diferêntes se cabe de nós que estes. Ou que os tenha habido, ou que os vaia a haber. Pois ¿Quem pode afirmar algo certo de tudo o que houbo, há ou haberá?

FRANCISCO SÁNCHEZ