Arquivos diarios: 13/06/2020

IMPERIALISMO E DEMOCRACIA DE MÁNS DADAS

Porque seria tán difícil encaixar o velho pragmatismo nos formatos da filosofia científica e analíctica? Porque tinha ele de limar tantas arestas aos pragmáticos clássicos para os meter na cama de Procusto da filosofia científica? Unha das respostas é que os pragmáticos tinham teorias sobre a verdade e o conhecimento que a filosofia analítica consideraba totalmente erróneas. Mas outra resposta possíbel – esta será a de Rorty – é que Dewey e James começaram a duvidar se seria realmente apropriado ter teorias sobre esses assuntos. Unha terceira, mais xeral embora non menos importante, e ligada às anteriores, é que para a filosofia científica o pensamento de James e Dewey fazia parte de unha visón “perigosa” do mundo, em que o homem non só é a medida de todas as cousas, mas practicamente senhor do universo. Quem se encargou de fazer correr essa lenda no mundo de fala inglesa foi nada mais nada menos, o terrível Bertrand Russell. Começou com as suas críticas a princípios do século contra James e depois com toda a propaganda que lançou contra Dewey durante a pós-guerra. Nos ensaios de 1908 e 1909, Russell non se limitou apenas a analisar à sua maneira as ideias de James sobre a natureza da verdade e das crenças, mas descrebeu-as como um producto tipicamente norte-americano. Dado que – dizia Russell – xulgar que unha crença é verdadeira consiste apenas em saber se é boa, e para saber se é boa basta saber se satisfaz um desexo, entón o pragmatismo simplesmente torna a lóxica dependente da ética, e a ética dependente da psicoloxia. Non era assim, mas Russel sabia até onde queria levar o debate. A democracia -proclamou ele – condiciona totalmente a filosofia pragmatista; parece muito preocupada em non parecer autoritária, de maneira que non duvida em fazer a verdade depender das decisóns humanas. Ou sexa, para saber se a Terra é plana ou redonda basta fazer unha votaçón, e o planeta terá a forma decidida nessa votaçón. Quer dizer, a verdade é o que a “maioria” decidir. Alcançado este ponto de provocaçón, non é de admirar que Russell chegasse a afirmar que, para o pragmatismo, a verdade também pode ser decidida pola força, unha doutrina perfeita – dizia ele – para defender a democracia em casa, enquanto se xustificaba o imperialismo no estranxeiro. Russell concluía desta maneira a sua diatribe de 1909: o pragmatismo é unha filosofia arrogante e soberba, unha filosofia que se vanaglória da omnipotência humana, unha filosofia que ignora “quem prefere a liberdade estoica que provêm do domínio das paixóns, à dominaçón napoleónica que contempla a seus pés os reinos deste mundo”.

RAMÓN DEL CASTILLO