
A XÉNESE DA POESÍA EM ROMA
Se excluímos as reconstruçóns estrepitosamente historizantes, como a de Livio, o nosso conhecimento de unha literatura escrípta em latim começa repentinamente no 240 a. C. com a notícia da representaçón de unha obra (probabelmente unha traxédia) por Livio Andronico. Isto resulta curioso, posto que o conhecimento da história do povo romano remonta-se polo menos a três séculos antes e, com a axuda da arqueoloxia, a muito mais atrás. ¿Non habia obras literárias escritas em latim com anterioridade ó 240 a. C.? Parece inverossímil. Durante séculos, os romanos alcanzarom unha considerábel sofisticaçón em política e isto implicaba debates públicos com discursos cuidadosamente elaborados. A relixión romana constaba de series de cultos muito organizados, com um complicado ritual. A lei romana tinha sido codificada num passado lonxano e precisaba – e recebia – continuamente emendas e adiçóns de grande complexidade. Mas, de tudo isto, pouco queda que sexa anterior ao 240 a. C., e o que há foi conservado, descuidadamente, com outros propósitos por autores tardíos (principalmente gramáticos). Contudo, sucede que as escassas e obscuras indicaçóns debem buscar-se no fundo da literatura que parece ter surxido repentinamente para a vida no 240 a. C. Isto só pode facer-se mediante unha série de métodos diferentes, todos eles incompletos e inseguros. Carmina. A palabra “carmen” (etimoloxicamente relacionada com “canere” cantar) foi adoptada polos poetas augústeos como termo xenérico para as suas próprias composiçóns. Mas este significado de “poemas” e “poesía” era unha especializaçón imposta a unha palabra cuxo significado era muito mais âmplo orixináriamente. Um significado mais antigo aparece em Cicerón ao recordar os seus dias de escolar: xunto com os seus companheiros tinha que estudar as “Doce Tábuas” como “carmen necessarium” para ser aprendido de memória. As mesmas “Doce Tábuas” lexislarom contra a costûme dos “ensalmos”: a palabra usada é “carmen”. Um tratado antigo é descrípto por Livio como “carmen”; também unha sentença de execuçón e um xuramento. Noutros lugares este termo significa pregária ou as palabras de um pacto. Evidentemente, non habia limitaçón para o conteúdo de um “carmen”; a sua característica debe ter sido a forma. Típica das composiçóns consideradas como “carmina” é a forma com a qual o tribunal investigador (duumuiri) se erixe em xuíz para probar o assassinato da irmán de Horacio: “duumuiri perduellionem iudicent; si a duumuiris prouocarit, prouocatione certato; si uincent, caput obnubito, infelici arbori reste suspendito, uerberato uel intra pomoerium uel extra pomoerium” (que xulgue o tribunal de dous xuízes; se é citado polos duunviros, um debe defender o caso; se ganharam, que se lhe cubra a cabeça, que se colge com unha corda de unha árbore sem fructos, que sexa azotado, bem dentro das muralhas ou bem fora). Aquí a fala non é xenuinamente arcaica, está modernizada, mas a sua precisón essêncial está garantizada pola cita similar no discurso de Cicerón em favor de Gayo Gabirio, e está claro que há unha característica comúm a todas as notícias de antigos “carmina”: non som versos! Trata-se de prosa rítmica!
E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)