MONTAIGNE (BOITEUSE ET MALASSISE)

Sete anos depois da morte de La Boétie, Montaigne encontra-se em Paris para a publicaçón de parte da obra do seu amigo, que verá a luz em 1571, editada por Frédéric Morel, na rua Saint Jean de Beauvais, em Franc Meurier. Conterá, além dos Poemata (Stephani Boetiani, Consiliarij regij in Parlamento Burdigalensi) e dos Vers François, a Mesnagerie de Xenofonte, Les Règles de Mariages e a Lettre de Consolation à sa Femme, de Plutarco. O volume encerra com o Discours sur la Mort Dudit Seigneur De la Boétie par M. de Montaigne, ou sexa, a carta ao pai acerca da morte de La Boétie. Non conterá o Discurso da Servidón Voluntária. O Aviso ao Leitor data de dez de Agosto de 1570, ano em que morre a sua primeira filha, com apenas dous meses. A Carta de Consolaçón de Plutarco é unha espécie de carta consolatória dedicada à sua mulher, Françoise de La Chassaigne. Do casamento (1565) nascem seis filhos. mas apenas Leonor sobreviverá. 1570 é também o ano da paz de Saint-Germain, que tinha rubricado o final da terceira guerra de relixión. Mas tratáva-se de unha paz fráxil. Negociada por Armando de Gontaut-Biron, que era coxo, e por Henrique de Mesmes, senhor de Malassise, cedo será rebautizada ironicamente como “coxa e cambaleante” (boiteuse et malassise). Nascimentos e mortes involuntários. No entanto, na “vixília das calendas gregas”, a 28 de Febreiro de 1571, abandona a maxistractura e cede o cargo a Florimond de Raemond no Parlamento de Bordéus, Montaigne inicia a “retraite”. Simbolicamente, trata-se de um segundo nascimento, aos trinta e oito anos, no seu castelo, mas desta feita nascimento voluntário, fructo da “liberdade voluntária”. Trata-se de um ano particularmente intenso. Em Setembro tinha nascido Leonor e em Outubro chega também a sua nomeaçón por parte de Carlos IX, como cavaleiro da Ordem de San Miguel (e xentil-home da câmara do rei) e a entrega do colar da ordem por parte de Gaston de Foix, marquês de Trans, no castelo de Fleix.

NICOLA PANICHI

Deixar un comentario