
Mais do que dois modos de ser, que remetem para dous mundos ou âmbitos distintos (lóxico e sensível), ideia e substância foram inicialmente apenas “recursos” interpretativos para se referir à manifestaçón do fenómeno (o ser), que se esquiva continuamente. Neste sentido grego, por “ontoloxía fundamental” terá de entender-se, sobretudo, unha teoria das cousas enquanto se manifestam, com toda a dificuldade que isso acarrexa – do qual se referiram xá alguns indícios -, e non enquanto unha mera teoria xeral sobre elas. Ou, por outras palabras, a suposta teoria teria de referir-se mais à manifestaçón das cousas do que ao conceito de ser, sobretudo, porque dizer que o ser é um conceito lóxico-gramatical, para além de ser parcial e estéril – o ser seria o conceito mais vazio -, deixa de fora o problema do ser, a sua questón, aqui entendida xá decididamente como “a da sua manifestaçón”. Daí também que, para Heidegger, a ontoloxia sexa fenomenolóxica, que significa precisamente o que acabou de referir-se – encarregar-se da questón do “manifestar-se” -, e non lóxica, que só prestaria atençón a um modo específico de dita manifestaçón. Por outro lado, a partir do momento em que o fenómeno non diz, por si, expressamente o que é, sendo preciso arrancar-lho através dos recursos da língua, como quando se interroga alguém que tem um segredo, poderíamos nomear essa violência interrogadora como “hermenêutica”, que aqui significa: “segundo o modo da interpretaçón”; um modo que xoga sempre entre o que a cousa interrogada indica por si própria, às vezes enganando, e o que os interrogadores son capazes de reconhecer nela, sem se enganarem. Daí que sexa sempre violento.
ARTURO LEYTE