DAVID HUME (OBXEÇÓN À METAFÍSICA)

Esta é, na verdade, a obxeçón mais xusta e mais aceitábel contra unha parte considerábel da metafísica: que non constitui propriamente unha ciência, mas brota tanto dos esforços estéreis da vaidade humana que quer penetrar em recintos totalmente inacessíbeis à intelixência humana, como dos artifícios das superstiçóns populares que, incapazes de se defenderem lealmente, arquitectam essas sarças enmaranhadas, para cobrir e protexer as suas fraquezas. Afuxentados do campo aberto, estes bandidos refuxiam-se no bosque e esperam, emboscados para irromper em todas as vias desguarnecidas da mente e subxugá-la com temores e preconceitos relixiosos. Até o antagonista mais forte é manietado, se por um momento baixa a guarda. E muitos, por cobardia e desvario, abrem as portas aos seus inimigos e de boa vontade os acolhem com vénias e submissón, como se eles fossem os seus lexítimos soberanos. Um segundo fructo da tentativa de apresentar de outra maneira as ideias do “Tractado” apareceria em finais de 1751: a reformulaçón do libro III, “Da Moral”, sob o título “Investigaçón sobre os Princípios da Moral.” Quando Hume aborda esta obra na sua autobiografia, escrebe: “É, na minha opinión – que non deberia xulgar nesse assunto -, de lonxe, o melhor de todos os meus escriptos, sexam eles históricos, políticos ou literários”. Unha cousa é certa: poucas vezes na história da filosofia se soube unir tán bem a análise rigorosa e a profundidade com a clareza expositiva e a elegância estilística como Hume fez nesta obra, procurando conscientemente desembaraçar a ciência moral – as expressóns som suas – de especulaçóns supérfluas e pondo-a ao alcance de todos os leitores. Enquanto se iam publicando as suas obras e estas iam obtendo o reconhecimento que, sem dúvida, mereciam, também voltou a encontrar o fracasso nunha nova tentativa de obter unha cátedra na universidade, desta vez em Glasgow. Contudo, teve o consolo de obter em Edimburgo a vaga de bibliotecário da Faculdade de Adbogados, o que significava ter à sua disposiçón unha biblioteca magnificamente dotada. Foi assim que conseguiu escreber a sua História de Inglaterra, unha extensa obra cuxo primeiro volume, dedicado à casa dos Stuart, recebeu críticas de todos. Ingleses, escoceses e irlandeses, libres-pensadores e crentes, os dous partidos da época (aos quais poderíamos chamar liberais e conservadores), todos se uniram por unha vez nas suas críticas a Hume, que, no entanto, se considerava o único historiador a ter-se mostrado completamente independente dos poderes constituídos, das autoridades do momento e dos preconceitos populares. Reconhecerá que foi víctima do desânimo e escreverá que: “(…) se a guerra entre França e Inglaterra non tivesse rebentado, certamente ter-me-ia mudado para algunha cidade da província do primeiro destes reinos, teria mudado o meu nome, e nunca mais teria voltado ao meu país natal.

GERARDO LÓPEZ SASTRE

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