Quando, por fim, em 1770, aos quarenta e seis anos, lhe chegou a cátedra de Metafísica e Lóxica, pôde, entón, concentrar-se na tarefa filosófica: durante a década seguinte ensaiaria e poría à proba na sala de aula as ideias que depois comporiam a Crítica da Razón Pura, para entusiasmo dos estudantes, que abarrotavam a sala e chegavam às seis da manham, unha hora antes do início da licçón, para encontrar sítio libre. A riqueza dos conceitos, a clareza e a exaustividade da exposiçón, bem como a solidez metodolóxica, fixeram de Kant um orador célebre muito antes de publicar as suas obras. As descripçóns de vários alumnos transmitem-nos um Kant que non se limitaba a leccionar rotineiramente os conteúdos programáticos, nem se contentaba em adorná-los com comentários erudictos ou simpáticos e pequenas histórias. Polo contrário, mostraba nas aulas como se constrói o conhecimento a partir de dentro, organicamente, desenvolvendo ideias, ramificando opçóns, atando as pontas soltas: mostraba, em suma, que o pensamento é algo vivo e em construçón, non um conxunto de sistemas fechados que tem de se memorizar e repetir; non ensinaba filosofía, ensinaba a filosofar. Como se vê, dedicava-se com o máximo interesse a incentivar o pensamento independente e criativo nos seus alumnos, para que, como ele dizia, se mantivessem sobre os seus pés.
Los aldeanos van en coche, la gente mal se habla, la terraza del “Tilo” está cerrada frente al cole de primária. Llegará la “Internet” a todos los hogares. El gasóleo sustituyrá la “lenha”, y la cocina de “Butano” a la “Lareira”!
…………………………………………………………………………………………..
Se aspira a ser viajado, erudícto, instruído, culto y educado. Pero, nos olvidamos, que estamos creando nustro próprio “Cortelho” de CO2. El estiercol y las moscas, se van con los dueños. Ahora queda la pretensión… Prospección y proyección!
…………………………………………………………………………………………..
La esperanza de un mundo desconocido. Que va a ser mejor que antaño… Enfoques surgem, las mas diversas profesiones… Los mas distinguidos y refinados gustos, llegando al vicio y la perversión. Cuando puedas decir, mi pasado fue ayer, con el puedo entender el presente. Para construir el futuro, entonces puedo identificarme como persona.
…………………………………………………………………………………………..
Según ella, ocuparé un lugar familiar, social, cultural, académico y profesional. Con gustos y intereses, que permitan valorar lo que va surgiendo. Puede ser una travesía a las “Cies”, el mecánico que me cuida el coche, la pescantina que limpia el pescado… Ó el estudiante de aeroespacial, la azafata de congressos, que se mueve libremente, el ratero del bus en la grán ciudad.
Um dos maiores obstáculos no estudo das filosofías helenísticas é a falta de documentos orixinais. Conhecemos melhor as ideias dos estoicos e dos epicuristas antigos através das referências feitas por autores posteriores do que através de cópias fiéis dos seus escritos. Isto é o mesmo que dizer que non conhecemos directamente as suas ideias, mas que as reconstruímos a partir de testemunhas posteriores que lonxe de serem obxectivas, apresentam-se muitas vezes parciais ou tendenciosas e nem sempre sabiam distinguir as opinións pessoais da douctrina histórica efectiva. A verdade é que à maioria destes autores chegou xá unha versón indirecta de todas as ideias e opinións dos pensadores orixinais. Conservamos apenas unha pequena parte dos muitos escritos de Epicuro, non possuímos nenhuma obra completa dos primeiros estoicos gregos, e do escéptico Carnéades tudo o que sabemos é graças a fontes secundárias e tardias. Deste modo, o que se sabe sobre o primeiro pensamento helenístico (da Atenas dos séculos IV e III a. C.) som apenas as suas linhas mestras, ideias xerais, mas non os pormenores nem as argumentaçóns concretas. Esta penúria textual explica, em parte, a razón pola qual os estoicos e os epicuristas nunca merecerom a atençón académica que hoxe achamos que debem merecer, mas também a xá mencionada clara preferência pola metafísica e polas ciências, muito mais do que pola filosofía moral. A perda de inúmeros textos estoicos e epicuristas (non os cínicos, porque estes quase non tinham textos a perder) deveu-se também ao facto de, nas escolas dos primeiros séculos da nossa era, a maior parte da atençón ter sido dada às filosofias platónicas e aristotélicas, cuxas obras foram copiadas em bons códices de pergaminho, ao mesmo tempo que se neglixenciavam os ensinamentos e a cópia dos textos helenísticos. Nos capítulos dedicados aos estoicos e aos epicuristas som mencionadas as fontes primárias e secundárias que conseguiram chegar até nós. No entanto, neste pequeno estudo global non é a nossa prioridade descreber com detalhe as investigaçóns filolóxicas que permitiram encontrar os textos secundários, cuxos exemplares mais antigos datam do século I a. C., duzentos e cinquenta anos depois de os primeiros filósofos helenísticos terem exposto as suas doutrinas. É nosso deber, porém, alertar o leitor para os obstáculos documentais que este período apresenta.
La vida próspera, en la Lxa de los años 30. En el seno de una família, construída por un emigrante, y una maestra. Família esa, que non abandona el “eido”! En verano, en las raízes de sus antepasados, com un refinado tufo a la mesa y silla, donde Rosalía de Castro se dedicaba a escribir.
…………………………………………………………………………………………..
A los descendientes desta família, les gustaba llegar en verano a la aldea, vestir la ropa mas vieja que tenia y, jugar a las casitas, no Eido da Ramona; montar en bicicleta y ir a la playa a Samíl en un 127.
…………………………………………………………………………………………..
Tufo nón… semelhanza. A los peques, les gustaba saber, cuando llegaban a la aldea, quien había nacido, quien había muerto y, quien se irá casar ( que pronto crezcas, e o amor encontres). Iba media aldea a la boda, ó la aldea entera… Hoy, siglo XXI… Como pasa el tiempo, como hemos cambiado!
…………………………………………………………………………………………..
Nace, crece, reproducete, pero nunca te deslumbres!
¿Como sería o mundo se a Ilíada e a Odiseia tiveram desaparecido por completo, ou se só se conservaram fragmentáriamente? A pergunta non admite apenas que se prantêxe. Incluso da traxédia grega só se conserva unha parte. ¿Por quê somos entón tán afortunados no caso de Homero, que viveu e trabalhou uns trescentos anos antes que os grandes tráxicos, muito antes da época das bibliotecas e do comêrcio desarrolhado do libro, probabelmente ainda antes de que a própria escritura se aplicara sériamente em Grecia à composiçón e rexistro das obras literárias? A razón principal é que Homero foi desde o princípio o poeta mais admirado da Antiguidade helénica ou helenizada, e que se mantivo nessa posiçón quase até ó seu final. Parecía encarnar o espírito de unha idade heroica, e apesar disto nunca resultou antiquado como Esquilo ou moralmente duvidoso como Eurípides. A aprendizaxe de memória da sua poesía era unha parte esencial da educaçón ordinária, e isto, mais que ningunha outra cousa, foi o que salvou àquela da fragmentaçón e da decadência nos séculos seguintes à sua morte. Unha vez confiado à escritura, o texto adqueríu gradualmente unha forma estandard. As versóns escritas eram bastante descabezadas ó princípio, mas pouco a pouco os erudictos e bibliotecários as reduzirom à ordem em Atenas, Alexandría e Pérgamo, desde o século V até ó II a. C. Até centos de anos mais tarde, como o mostram as ruínas dos estabelecimentos grecorromanos que adornam o Nilo, nos escarpados desertos onde os libros de papiro lograrom sobreviver, ainda se liam profusamente a Ilíada e a Odiseia, ainda mais populares que as mais incultas e modernas obras de Menandro. Muitos dos fragmentos de papiros homéricos procedem de cópias escolares, mas outros muitos som de rolos primorosamente escritos que constituíam a preciosa possesón de homes cultos. Seiscentos ou setecentos anos antes, mais perto do momento em que forom compostos os poemas, as cousas eram muito parecidas. Incluso os filósofos Platón e Aristóteles desgranabam citas homéricas nas suas conferências e tratados, perpectuando, (e, no caso de Platón, também criticando) a ideia tradicional de que de Homero manaba a sabeduria e a experiência em matérias tán diversas como a medicina, os assuntos militáres e a moralidade do pobo. Ainda non sendo sempre muito exactas a suas citas, isto non porque os poemas épicos estiveram antiquados ou porque non houbera textos razoabelmente asequíveis. Mais bem, eram demasiado asequíveis para o seu próprio benefício; recordába-se de memória grande parte do texto e o que os citaba non se preocupaba de despregar os delicados volûmes de papiro para buscar unha referência ou um contexto exacto. Este carácter oral de Homero é de primeira importância non só como factor de transmisón e conservaçón da sua obra, senón também para determinar a sua verdadeira qualidade. Porque sobre a Ilíada e a Odiseia é imperativo entender que forom compostas completa ou substancialmente sem axuda da escritura, por um poeta ou poetas que eram analfabetos de feito e para públicos que non sabíam ler (ó menos com fins literários). Isto é o que se pode deducir das probas internas a partir do estilo dos poemas, e em particular a partir da sua dependência, em grande medida, de frases ou fórmulas estandarizadas que podem adaptar-se conxuntamente para cubrir muitas das acçóns e acontecimentos comuns da experiência heroica. Tanto o âmplo âmbito desta cobertura como a sua surprehendente economía (xá que existía usualmente unha só expresón para nomear unha só ideia dentro dos límites de unha proporçón dada do hexámetro) som proba de que Homero utilizou unha dicçón “tradicional”, evolucionada ó largo de variadas xeraçóns por unha continuidade de cantores.
Se há unha questón especialmente controversa na biografia intelectual habermasiana é a das continuidades e descontinuidades com os seus “antepassados” da primeira xeraçón da Teoría Crítica, especialmente com Adorno e Horkheimer. Em xeral, relacionamos a Teoría Crítica com a chamada Escola de Frankfurt. Nessa cidade alemán, no seu Instituto de Investigaçón Social, xuntaram-se pensadores e cientistas sociais que questionabam aquela a que chamabam – em concreto, Horkheimer – “Teoría Tradicional”. Correlacionaram de modo inovador o teórico com os resultados das investigaçóns sociais e da psicanálise e foram, no período entre as duas grandes guerras, muito críticos tanto para com o marxismo dogmático, tendo em vista a sua aplicaçón na URSS, como para com o capitalismo e as suas derivaçóns fascistas. O nazismo tivo efeitos devastadores na Escola: exílio, perseguiçón e, nalguns casos, como o de Walter Benjamin, morte. Depois da guerra restabeleceu-se e foi campo fértil para o pensamento de Jürgen Habermas, considerado um membro da sua segunda xeraçón. Adorno e Horkheimer, angustiados pola guerra e atormentados polo significado histórico de Auschwitz, produziram unha interpretaçón extremamente pessimista do percurso iluminista europeu contra a qual Habermas reaxe. Seguindo Juan Carlos Velasco, poderemos assinalar unha série de semelhanças e diferenças entre Habermas e os seus predecessores: Horkheimer, que desconfia de Habermas por vê-lo como esquerdista, recusa-se a orientar a sua tese de habilitaçón, necessária na Alemanha para a carreira académica. Isto leva-o a recorrer a Abendroth, professor que supervisionará História e Crítica da Opinión Pública, publicada em 1962. O nosso autor descobrirá o tesouro iluminista, em grande parte dilapidado, da esfera pública, que tornará a protagonista inspiradora de todo o seu discurso teórico e político até a transformar no modelo normativo da democracia deliberativa. Para Habermas, os anos 60 e 70 som de busca constante de unha saída do pessimismo destilado pola obra dos pensadores da Escola de Frankfurt. Esixe-se um novo começo que possibilite o horizonte da emancipaçón. Nunha década revê de unha perspectiva social a teoria do conhecimento, sobretudo em “Ciência e Técnica como Ideoloxía” e “Conhecimento e Interesse”, ambos de 1968, com o obxectivo de resgatar um impulso emancipatório que fundamente o proxecto democrático. Na primeira obra, em vez da categoría de trabalho proporá a da interaçón que pouco a pouco se tornará, combinada com a filosofía da linguaxem, o fundamento do seu sistema filosófico à volta da racionalidade comunicativa.
A obra Marianela, que conta a história de amor entre um cego, Pablo Panáguilas, e unha muchacha pouco agraciada, Marianela, no marco de referência dos problemas do trabalho e da miséria nas minas do norte da Espanha, foi unha das obras mais populares de Benito Pérez Galdós. Nela fai-se evidente a fé do autor na ciência, que na sua ficçón devolve o dom da vista a Panáguilas e, como consequência, o sentido da realidade. Mas essa mesma ciência que reconstruíe o inválido, acaba por destruír a Marianela, cuxa fealdade non resiste a mudanza. Marianela é um românce realista na linguaxe, mas idealista na concepçón estéctica, entanto que Galdós elabora as personáxes por abstraçón de certas qualidades humanas, situando-as num lugar que é unha síntese da província espanhola, sem localizaçón precisa. Talvez a concepçón da novela de têse, resabiáda, na qual Benito Pérez Galdós incidíu sobre tudo nunha primeira etapa.
Estamos agora em condiçóns de fazer unha ideia da profundidade que tem o conto de “O louco”. Aqueles que se encontram na praça exemplificam unha actitude passiva e conservadora típica da modernidade. Riem-se do louco porque non entendem que o anúncio da morte de Deus é muito mais do que unha simples declaraçón de ateísmo. Reconhecem que Deus morreu, mas ao mesmo tempo querem manter os priviléxios de um mundo rexido por unha visón metafísica. Sem se aperceberem, substituíram a fé relixiosa pola confiança no progresso económico e científico. Para eles, “qualquer sentido é melhor que sentido nenhum”. Son, pois, uns “nihilistas incompletos”. Embora a morte de Deus sexa um facto consumado, os homes da praça comportam-se como se non tivesse sucedido. Acreditam que o home que anda com unha linterna em plena luz do dia está “louco” precisamente porque lhes comunica unha notícia para a qual ainda non están preparados. Unha notícia que pón em perigo a paz medíocre do seu presente. Por isso, o louco – como Zaratustra, como Nietzsche – é um “filósofo do manhám”. A sua mensaxem “ainda está a caminho e non chegou aos ouvidos dos homes”. Consciente da sua solidón, afirma: “Cheguei demasiado cedo, ainda non é o meu tempo”. O ateísmo de Nietzsche non é unha postura fácil. É um ateísmo da vontade: non acreditar em Deus implica “querer” non acreditar em Deus. Um ateísmo que se propón lutar sem quartel contra qualquer vestíxio de metafísica e nihilismo presente nas nossas consciências. O aforismo intitulado “Novos combates” de A Gaia Ciência dá-nos unha ideia da magnitude da tarefa: “Deus morreu: mas da maneira como é a espécie humana, talvez durante milénios ainda haxa cavernas nas quais se mostre a sua sombra. E nós – também nós temos ainda que vencer a sua sombra!”. Este é, claramente, o ensinamento que tenta transmitir-nos o relato nietzschiano do louco. A sombra de Deus é mais comprida do que pensamos ser. E só quando conseguirmos vencer semelhante sombra, a “grandeza” da morte de Deus deixará de ser “demasiado grande” para nós. Chegado este ponto, os ateus (pós-)modernos som obrigados a interrogar-se: estamos xá à altura desse “enorme acontecimento” que é a morte de Deus? A pergunta é crucial. Enquanto acreditarmos que o nihilismo é um fenómeno superficial, enquanto non assumirmos que se trata de um mal que penetra em todos os âmbitos da vida, estaremos condenados a ser nihilistas. Cairemos, assim, presos num paradoxo: non seremos unicamente os assassinos de Deus, mas também as suas víctimas.
A única xésta castelán conservada quase íntegramente é, como veremos, o “Poema de Mio Cid”, de meiados do século XII, mas isto non quer dizer que non existiram antes del outros muitos cantares da mesma índole, e que este represente o começo da épica medieval. O problema foi largamente discutido e deu orixem a duas posiçóns fundamentais que se contraponhem radicalmente. O françês Bédier sostivo a que se denomina teoría “individualista”; para el, os grandes poemas que se conservam som os primeiros existentes – a “Chanson de Roland”, em França; o “Poema de Mio Cid”, em Espanha -, e ambos som obra de poetas individuais. A teoría de Bédier afirma, em síntese, que as cançóns de xésta non forom escritas até vários séculos despois dos sucéssos e sem relaçón directa com eles; forom, em consequência, criaçón de poetas cultos, de carácter clerical, que tomarom os dactos para as suas obras de fontes escritas, conservadas nalgunha abadía ou mosteiro. Frente a esta opinión, o grande mêstre Menêndez Pidal defendeu o que el chama a “teoría tradicionalista”. “Pensa o tradicionalismo – dí- que as orixens das literaturas românicas som muito anteriores aos textos hoxe subsistentes, e que estes non poidam ser explicados sem ter em conta unha larga tradiçón de textos perdidos, nos quais lentamente, se foi modelando a forma e o fundo dos diversos “xéneros literários”. Se o Roland ou o Mio Cid se contasem realmente entre as primeiras obras escritas em françês ou em castelán, sería um milágre literário absoluctamente incomprehenssíbel; tiverom que preceder-lhe muitos séculos de trabalho para que a vulgaridade de um e outro idioma nascente, e a dos seus falantes, fosse elevada à necessária dignidade artística. Nos textos conservados o xénio épico aparece constituído com caracteres formais e ideolóxicos totalmente estranhos às obras latinas antigas e alto-medievais que se pretende tenham sido inspiradoras únicas”. Rasgo fundamental desta poesía heroica é o seu carácter anónimo: “As literaturas românces nascem ignorándo-se a sí mesmas, desconhecendo por completo o valor e a consideraçón debidas à criaçón artística, e grande anacronismo comete a teoría individualista ó exaltar esse valor, essa consideraçón, nos tempos remotos, comparando-a ao que hoxe sucede. O autor de cada obra primitiva non suspeita a permanência da produçón artística, acude simplesmente à necessidade recreativa de um momento efímero, confundíndo-se com a colectividade à qual serve, abismándo-se nos gostos e nas ideias déla, e muito asombrado quedaría se lhe dixéram que o seu nome de baptismo debía ir unido a aquela obra; el recebe da comunidade um legado cultural anónimo, xá na forma imprecisa, xá reducido a verso, e versifica de novo ou reescrebe a obra anterior, sentindo-se tán anónimo como os outros. Esta anonímia é lei xeral em toda a época dos orixens literários, observândo-se sempre nos primeiros textos conservados; só mais tarde começam a aparecer algunhas obras que levam nome de autor, com as quais começa a época da arte pessoal, mentras a anonímia continua abundante, ainda que decrescendo, ó largo de toda a Idade Média”.
Din que neste caso a palabra “é” tem suposiçón de essência, non de existência, e que é mera cópula; e que, em consequência, aquela proposiçón é eterna e que assím se toma sempre nas ciências, e que incluso antes da criaçón do home essa proposiçón era verdadeira e que na mente divina estabam as essências todas das cousas. Partindo de aí escrebem maravilhas sobre o Ente e a Essência. ¿ Haberá algo mais vacío de sentido? De tal maneira desviam as palabras da sua significaçón própria e as corrompem, que a sua maneira de falar resulta totalmente diferente da dos seus pais, ainda que sendo a mesma. E quando acodes a eles para aprender algo, mudam de tal modo o significado das palabras anteriormente empregadas por tí, que xá non designam as mesmas cousas, as naturais, senon as que eles inventam para que tú, ávido de saber e totalmente ignorante de estas cousas novas, os escuites, admires, venéres e reverencies, como agudíssimos observadores da natureza, quando disputam e disertam subtilmente sobre essas cousas, tal como se lhes aparecerom nos seus insómnios, ainda que as exponham com surprehendente habilidade. Asombra tanta barbárie. ¿Há algo mais sinxélo, mais claro, de uso mais frequênte que a palabra “é”? ¡Quanta polémica, non obstante, sobre ela! Os nenos som mais doctos que os filósofos. Quando lhes perguntas se o seu pai “está” em casa, respondem que está, se está; quando lhes perguntas se é “mau”, negam que o sexa. O filósofo, em cambio, afirma que é um animal, um home inexistênte.
No 25 de Abril de 1974, com o fim da dictadura e da censura e com a implementaçón da democracia e da inherente liberdade de expressón, o movimento da cançón interventiva impóm-se sobre o fado. A apropriaçón do fado polo antigo rexíme implica conotaçóns negativas e sérios problemas. Verificou-se um significativo decréscimo na popularidade do fado que só viria a ser retomada no fim dos anos 80. A Grande Noite do Fado, evento que promovia novos fadistas, fora suspensa durante dous anos, assistindo-se a unha reduçón substancial do tempo de antena na televisón e na rádio até à década seguinte. A própria Amália, como símbolo maior do fado, sofreu algunha contestaçón, mas veio a ser condecorada em 1980 com a Ordem do Infante D. Henrique, gráu de grande oficial, polo primeiro Presidente da República eleito no pós 25 de Abril, Xeneral António Ramalho Eanes, tendo recebido no mesmo ano a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa. José Afonso, que começara por cantar fado de Coimbra, viria a ter um papel primordial na renova çón da música portuguesa com as cançóns de intervençón, como mensaxem de esquerda, que desenvolve na década de 1960 e que se afirma indiscutivelmente na década de 70. A sua cançón “Vampiros” viria a ter muita importância enquanto ícone esquerdista no pós-25 de Abril. Adriano Correia de Oliveira com “Trova do Vento que passa”, cançón com poema de Manuel Alegre, foi tambem outro dos símbolos estudantis anti-dictadura. Só após a estabilizaçón do novo rexíme democrático em 1976, o fado viria a ser recuperado pola esquerda através de José Ary dos Santos e outros.
Como se non bastasse, o fausto e o esplendor do glorioso passado tinha-se desvanecido, e à décadas (ou mesmo séculos) que o outrora poderoso Império Romano deslizava lentamente pelo declíve que o conduziria à sua longa decadência e ruina. Roma tinha atinxido a sua extensón máxima no lonxínquo ano de 117 d. C., com as campanhas de Trajano na Dácia e na Mesopotâmia, e o seu triunfo tinha sido xerido com sabedoria polos três imperadores que lhe sucederam, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio, que passarom à história, xuntamente com o próprio Trajano e com Nerva, como os “cinco imperadores bons”. Non obstante, com Trajano, a expansón de Roma atinxíu também os limites que a estructura institucional do Império e as condicionantes tecnolóxicas da época (transportes, comunicaçóns…) lhes permitiam; nos quase três séculos que se seguiram às conquistas de Trajano, o esforço militar do Império foi quase exclusivamente defensivo e non se acrescentarom (polo menos de forma duradoura) novos territórios sob o seu domínio. Nunha sociedade eminentemente agrícola (como o foram todas até ao século XX) e na qual escasseaba o progresso técnico (como acontecia na maioria da Antiguidade), as conquistas constituíam o principal estímulo económico para o crescimento: novas terras de cultivo e mán de obra para os campos (escravos). Consequentemente, o fim da política expansionista implicou também a estagnaçón económica para um Império que de qualquer maneira, tinha de manter um poderoso exército para fazer frente às crescentes ameaças que se multiplicavam ao longo das suas extensas fronteiras. As sementes da decadência política do Império também xá tinham sido semeadas num passado lonxínquo. A profissionalizaçón do exército, promovida por Mário no século I a. C., e a criaçón da guarda pretoriana por parte de Augusto, converteram paulatinamente, as lexións nas grandes protagonistas da luta polo poder. Bastión e garante da ordem imperial, as lexións foram as responsábeis pola ascensón e queda dos imperadores durante os dous últimos séculos do Império.
As alemáns había que vê-las, quase em couros, estendidas ó sol, somnolentas e ofegantes polo exceso de calor e pola sede, non por outra cousa. Assím tumbadas, eram quase iguais a nós. De pé, a cousa cambiaba muito. De pé, o umbigo, principal causa da nossa fascinaçón, chegaba um palmo mais arriba do nosso, à altura do peito ou algo parecido. O qual, ainda que humilhante, tinha unha ventaxa: as tetas das alemáns plantabam-se erectas à altura de uns olhos, que de tán fixos, se punham estrábicos e esquizofrénicos. Descubriamos, em suma, que éramos baixinhos. E birolhos. Ou, polo menos, de unha bizqueira conxuntural estimulada pola luxúria. E mal alimentados; segredo este que, ainda que o silenciaram as nossas bocas, o proclamabam os nossos corpos. Onde os corpos das alemáns adelgazabam desenhando unha perfeita simetría e unha limpeza de linhas, sem rebordes na cintura, os nossos comezabam a desparramar-se sem ordem nem concerto. Daba igual: por encima de um sentimento classista da estéctica, alzaba-se o fervor igualitarista do desexo. Um desexo libidinoso dos espanhois daqueles anos sesenta, podía conquistar o mundo. Era o ardor patriótico sem fronteiras. E debía ser idéntico, ou parecido, ao dos conquistadores da América e aos Tercios de Flandes, aqueles aventureiros que, onde non chegam com o brazo, chegam com a ponta da espada. Ou com a ponta do capulho, que foi sempre a autêntica reserva espiritual das Espanhas.
A família Wittgenstein, unha das mais ricas de todo o Império, esteve profundamente vinculada ao mundo artístico vienense desde que o avô de Wittgenstein se instalou na cidade, polos anos cinquênta do século XIX. Os avós paternos de Wittgenstein adoptarom o virtuoso violinista Joseph Joachim, primo da avó, e enviaram-no para estudar com o compositor alemán Felix Mendelssohn, para que, literalmente, pudesse respirar o mesmo ar que o grande artista. Foi Joachim que os apresentou a Johannes Brahms, que dava liçóns de piano às tias de Wittgenstein e assistia regularmente aos seráns musicais da casa, onde, por exemplo, o seu “Quintecto para Clarinete” foi interpretado pola primeira vez. O pai de Wittgenstein, Karl, cedo manifestou um elevado gráu de independência. Desexaba unha educaçón práctica e técnica que non se axustaba ao tipo de educaçón clássica, normal entre a burguesia, que recebia com os seus irmáns. Só depois de regressar da sua fuga para Nova Iorque, onde ganhou a vida como empregado de mesa, músico de café e professor das cousas mais variadas, o seu pai lhe permitiu estudar enxenharia e desenvolver assim a sua vocaçón. Em apenas cinco anos tornou-se director executivo de unha empressa onde entrou para trabalhar como enxenheiro proxectista. O seu talento para a indústria era tal que, em 1898, com 50 anos, se reformou com unha fortuna que até ao dia de hoxe tem permitido unha vida desafogada aos seus descendentes. Ao contrário dos seus irmáns, ao casar-se com Leopoldine Kalmus, parcialmente xudia, Karl non se moldou às directrizes do seu pai, que desexaba erradicar da família qualquer indício do xudaísmo dos seus antepassados. Mas os oito filhos que tiveram foram baptizados na fé católica. Leopoldine, de grande talento musical, fez do seu lar um autêntico centro de música, visitado por figuras como o xá citado Brahms, Gustav Mahler, Richard Strauss, Pau Casals ou Bruno Walter. A família também financiou a carreira do compositor cego Josef Labor. O mecenato dos Wittgenstein non se restrinxia à música. O pai de Wittgenstein, aconselhado pola sua filha Hermine, que pintava, acumulou unha considerábel colecçón de pintura e escultura. Além disso, financiou o Edifício da Secessón, do movimento modernista austríaco liderado por Gustav Klimt, autor do retrato de casamento de Margarete, a irmán com quem Wittgenstein tivo unha relaçón intelectual mais intensa. A paixón de dous dos seus irmáns mais velhos polas artes, Hans pola música e Rudolf polo teatro, levou-os a fuxir da casa dos pais, um para os Estados Unidos e o outro para Berlim, pois o pai tinha herdado o autoritarismo do avô, e tinha um futuro xá pensado para os seus filhos que non contemplaba o caminho da arte como possibilidade. Hans era considerado um prodíxio musical polo esixente ouvido de toda a família. Aos quatro anos xá compunha as suas próprias obras e non demorou muito para dominar o piano e o violino. O nosso Wittgenstein recordou durante toda a sua vida a imaxem daquele irmán, absorto enquanto tocava, como a de alguém possuído polo xénio. No final, Hans, tal como Rudolf, suicidáron-se. Estes tristes acontecimentos tornaram o pai um pouco mais transixente com os seus filhos mais novos, incluindo Ludwig, o mais novo de todos.
Ágreda, Sor María Coronel de Jesús de (Ágreda, Sória, 1602-1665). Nasceu no seio de unha família muito devota, cuxos membros adoptarom a vida relixiosa em 1619. Os seus pais fundarom o Convento da Inmaculada Concepçón de Ágreda, e sor María ocupou alí o cargo de abadesa com vinticinco anos, despois de conseguir unha despensa especial pola sua curta idade. Tivo várias experiências místicas em forma de visóns. Na mais famosa, aparecia-lhe unha assambleia dos poderes demoníacos que pretendiam destruir a fé católica e o governo da Espanha. Ó ouvir falar désta visón, Felipe IV foi visitá-la em 1643. A correspondência que mantiverom até 1665 foi editada por F. Silvela em “Cartas de la venerable madre …” (1885). Valbuena Prat denominou-a a Santa Teresa do Barroco. O seu confesor ordenou que destruíra um trabalho primeirizo sobre a vida da Virxem, e a sua obra mais importânte, “La Mística ciudad de Dios, milagro de su omnipotencia y abismo de la gracia”. “Historia divina y vida de la Virgen, madre de Dios… manifestada en estos últimos siglos por la misma Señora a su esclava sor María de Jesús”, foi obxecto de um prolongado debate pola sua insistência no tema da Inmaculada Concepçón, unha doutrina que oficialmente non se aceitou até 1854. Bossuet tratou esta obra com dureza. Foi incluida no Index durante alguns tempos, mas finalmente foi excluida a requerimento dos franciscanos espanhois, a condiçón de que circuláse apenas por Espanha. Um dos aspectos discutidos é se escrebeu sem axuda a “Mística ciudad”. Significativamente a sua correspondência com o rei interrompeu-se durante a ausência do seu confessor, polo que pôde deducir-se que de algunha forma, ela era portavoz ou instrumento dos franciscanos. O resto das suas obras está formado pola “Escala espiritual para subir a la perfección y Leyes de la esposa: conceptos y suspiros del corazón para alcanzar el último y verdadero fin del agrado del esposo y señor.”