Arquivos diarios: 29/02/2020

LITERATURA CLÁSSICA LATINA (6)

O principal e talvez o único elemento de estabilidade no processo de transmisón e conservaçón da literatura foi o que aportarom as bibliotecas públicas; a base da discusón, non obstante, debe ser constituida por unha labor de conxeitura bastante intelixente. Nunca houbo em Roma ningúm paralelo real com as extraordinárias colecçóns reais de Pérgamo e de Alexandría e menos ainda a erudiçón e actividade crítica asociada ao Museo. Desde o século II a. C. os libros gregos comezarom a entrar na Itália em grandes quantidades, como parte dos botins de guerra; a transiçón da repartiçón à colecçón pode observar-se na figura de L. Licinio Lúculo (Plut., Lucull., 42). Estas colecçóns privadas ofereciam unha fonte estimábel para o erudicto, das que encontramos que se beneficiarom Cicerón e Catón. Quando progressou unha literatura nacional também foi recolhida em colecçóns. Baixo o Império converteu-se em algo normal para os homes ricos proveer nas suas casas bibliotecas, a miúdo menos para o seu uso, que por obstentaçón. Estas colecçóns debem ter sido muito numerosas e o número total de volúmens existentes em um momento dado considerábel; mas non poderiam garantizar a permanencia e a organizaçón que era precisa para assegurar que foram accessíbeis a todos os demandantes acreditados, em lugares conhecidos, os exemplares do que era mais digno de preservar-se – a ser possibel copias cuidadosamente escritas e corrixidas dos melhores exemplares accessíbeis -. O papel das colecçóns públicas na conservaçón da literatura, assim como na sua existencia precária a veces, está ilustrado indirectamente pola notícia de que quando as bibliotecas de Roma forom destruidas polo fogo, Domiciano enviou emisários a Alexandría, para obter copias dos libros perdidos (Suet., Dom., 20). A primeira libraría pública de Roma foi fundada por Asinio Polión no 39 a. C., e o seu exemplo foi seguido por Augusto e os seus sucessores. Em tempos de Constantino parece que habia vintioito na cidade. A fundada por Augusto, no templo de Apolo no Palatino, servíu como protótipo para várias fundaçóns posteriores. Estaba feita sobre um modelo grego, mas o plano era duplo, xá que os libros gregos e os latinos estabam separados; esta separaçón das duas falas era, ó parecer, unha regra ao largo de toda a Antiguidade. O feito é outro indicio de que as culturas grega e latina nunca estiverom integradas num sentido real. A unión da biblioteca ós tempos era também um rasgo corrente, ainda que alguns edificios de bibliotecas eram puramente seculares. Nas provincias, os benefactores locais dotabam as suas comunidades de bibliotecas; o exemplo da biblioteca de Plinio no seu Como natal é bem conhecido, tomándo-se el incluso o trabalho de catalogar (Plin., Epíst., 1, 8, 2). Escaso é o testemunho sobre a financiaçón e o pessoal de mantimento das bibliotecas; em Roma parece que estiverom baixo a supervisón do serviço civil imperial. O Código Teodosiano contêm detalhes dos “antiquarii” (neste contexto non antiquarios, senon escribas empregados na biblioteca de Constantinopla no 372 d. C. no cuidado e conservaçón dos libros, e é lóxico supor (nada mais) que a maior parte das bibliotecas tinham departamentos de cópia adxuntos (scriptoria) a elas, nos que se faciam cópias novas e, se o bibliotecário era um erudicto, se corrixiam as cópias existentes. Xeralmente pode supor-se que os leitores consultabam os libros na biblioteca, mas evidentemente se permitiam os préstamos em ocasións. Era notabelmente difícil conseguir cópias cuidadosas de libros na Antiguidade; como xá temos asinalado, a primeira tarefa de um leitor com um libro novo era corrixí-lo, “emendare”. A vida de um rolo de papiro conservado nunha biblioteca em condiçóns óptimas – tán óptimas como podiam sê-lo no clima da Europa occidental, que non é precisamente o que convêm ao papiro – pode ser considerabelmente mais larga que os douscentos anos mencionados por Plinio, ou incluso os trescentos mencionados por Galeno. Sem embargo, se depositába-mos nunha biblioteca unha boa cópia de um libro – ideal sería, corrixida polo autor – pouco depois da sua publicaçón, podía servir como unha permanente comprobaçón da exactitude das cópias em circulaçón, que teriam unha vida relativamente curta e que necessitabam reemprazar-se a intervalos mais frequêntes do que as cópias da biblioteca. Por desgraça as perdas polo fogo eram frequentes; de todas as bibliotecas fundadas por imperadores romanos dos primeiros tempos, só a biblioteca Ulpia de Trajano parece haber sobrevivido sem danos até ao século V d. C. Sem embargo, parece probábel que a trasmissón da literatura latina, tal como chegou até nós, dependia em certa medida de cópias conservadas em bibliotecas. A qualidade textual das cópias correntes em circulaçón durante a Antiguidade – segundo pode inferir-se do testemunho dos papiros conservados e de outros fragmentos antigos, de citas em gramáticos e fontes similares, e das queixas dos comtemporâneos – non era boa. Non obstante, a tradiçón medieval de muitos autores latinos non é nem por aproximaçón tán corrupta como se podería esperar, se os mais antigos dos nossos “códices” conservados som os descendentes linheais de tais exemplares xeneralizados.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)