FILOSOFÍA ISLÂMICA

Ao falar do começo da filosofía no islán medieval convêm apresentar, mesmo que brevemente, algunhas questóns conexas. Primeiro, a sua denominaçón xenérica: “filosofía árabe” ou “filosofía islâmica”? Quando falamos de “filosofía árabe”, referimo-nos certamente a unha filosofía expressa na língua árabe, non a unha filosofía ligada à raça árabe (a maioria dos seus grandes filósofos pertenceram, de facto, a outras raças). No entanto, essa denominaçón tem o inconveniente de deixar de fora o Irán e com ele o mundo persa, tán rico culturalmente. Outra dificuldade está relacionada com o facto de existirem filosofias xudaicas (por exemplo, Maimónides) e cristáns (por exemplo, o pensador iraquiano do século IX Yahya ibn Adi) escritas em árabe. Por outro lado, no caso europeu também non falamos habitualmente de “filosofía latina”, mas de “filosofía cristán”. Num debate organizado há anos em Lovaina, entre arabistas e medievalistas de prestíxio, hoube consenso na preferência pola expressóm “filosofía islâmica”. Outra questón que convêm clarificar é o âmbito conceptual que a dita expressóm abarca. Está contida em si a teoloxía especulativa (o kalam), a mística (tasawwf) ou o direito islâmico (al-figh)? Reconhecendo que antes de al-Kindi e depois de Averróis hoube no mundo islâmico especulaçóns filosóficas de orientaçón muito diversa, e algunhas de indubitábel valor teórico, relacionadas directamente com a sabedoria oriental, com o gnosticismo e com a relixión, non costumamos incluí-las nos estudos de filosofía islâmica por serem alheias à tradiçón racionalista de raiz grega ou helenizante. Desde a sua inicial expansón na Arábia no primeiro terço do século VII (o calendário muçulmano inicia-se no ano 622, data da fuga de Maomé para a cidade de Medina), a nova relixión caracteriza-se por um apreço polo saber, começando pola aprendizaxem da leitura e da escrita. Entre os “hadiths”, ou ditos, do Profeta que se referem a esse assunto encontramos este: “Aprender um só capítulo de ciência é melhor do que axoelhar-se cem vezes em oraçón”. Apesar da inicial barbárie dos habitantes da Península Arábiga – a maioria deles pastores nómadas e camponeses, a que há que acrescentar os comerciantes instalados nas cidades -, em finais do século VIII o Império Islâmico estendia-se da Ásia Central até ao oceano Atlântico, sobre territórios de fecunda tradiçón científica, técnica e artística como a Síria, a antiga Mesopotâmia (actual Iraque), o Exípto, a Pérsia e a Índia.

ANDRÉS MARTÍNEZ LORCA

Deixar un comentario