
Um dos maiores obstáculos no estudo das filosofías helenísticas é a falta de documentos orixinais. Conhecemos melhor as ideias dos estoicos e dos epicuristas antigos através das referências feitas por autores posteriores do que através de cópias fiéis dos seus escritos. Isto é o mesmo que dizer que non conhecemos directamente as suas ideias, mas que as reconstruímos a partir de testemunhas posteriores que lonxe de serem obxectivas, apresentam-se muitas vezes parciais ou tendenciosas e nem sempre sabiam distinguir as opinións pessoais da douctrina histórica efectiva. A verdade é que à maioria destes autores chegou xá unha versón indirecta de todas as ideias e opinións dos pensadores orixinais. Conservamos apenas unha pequena parte dos muitos escritos de Epicuro, non possuímos nenhuma obra completa dos primeiros estoicos gregos, e do escéptico Carnéades tudo o que sabemos é graças a fontes secundárias e tardias. Deste modo, o que se sabe sobre o primeiro pensamento helenístico (da Atenas dos séculos IV e III a. C.) som apenas as suas linhas mestras, ideias xerais, mas non os pormenores nem as argumentaçóns concretas. Esta penúria textual explica, em parte, a razón pola qual os estoicos e os epicuristas nunca merecerom a atençón académica que hoxe achamos que debem merecer, mas também a xá mencionada clara preferência pola metafísica e polas ciências, muito mais do que pola filosofía moral. A perda de inúmeros textos estoicos e epicuristas (non os cínicos, porque estes quase non tinham textos a perder) deveu-se também ao facto de, nas escolas dos primeiros séculos da nossa era, a maior parte da atençón ter sido dada às filosofias platónicas e aristotélicas, cuxas obras foram copiadas em bons códices de pergaminho, ao mesmo tempo que se neglixenciavam os ensinamentos e a cópia dos textos helenísticos. Nos capítulos dedicados aos estoicos e aos epicuristas som mencionadas as fontes primárias e secundárias que conseguiram chegar até nós. No entanto, neste pequeno estudo global non é a nossa prioridade descreber com detalhe as investigaçóns filolóxicas que permitiram encontrar os textos secundários, cuxos exemplares mais antigos datam do século I a. C., duzentos e cinquenta anos depois de os primeiros filósofos helenísticos terem exposto as suas doutrinas. É nosso deber, porém, alertar o leitor para os obstáculos documentais que este período apresenta.
J. A. CARDONA