LITERATURA CASTELÁN (6)

A única xésta castelán conservada quase íntegramente é, como veremos, o “Poema de Mio Cid”, de meiados do século XII, mas isto non quer dizer que non existiram antes del outros muitos cantares da mesma índole, e que este represente o começo da épica medieval. O problema foi largamente discutido e deu orixem a duas posiçóns fundamentais que se contraponhem radicalmente. O françês Bédier sostivo a que se denomina teoría “individualista”; para el, os grandes poemas que se conservam som os primeiros existentes – a “Chanson de Roland”, em França; o “Poema de Mio Cid”, em Espanha -, e ambos som obra de poetas individuais. A teoría de Bédier afirma, em síntese, que as cançóns de xésta non forom escritas até vários séculos despois dos sucéssos e sem relaçón directa com eles; forom, em consequência, criaçón de poetas cultos, de carácter clerical, que tomarom os dactos para as suas obras de fontes escritas, conservadas nalgunha abadía ou mosteiro. Frente a esta opinión, o grande mêstre Menêndez Pidal defendeu o que el chama a “teoría tradicionalista”. “Pensa o tradicionalismo – dí- que as orixens das literaturas românicas som muito anteriores aos textos hoxe subsistentes, e que estes non poidam ser explicados sem ter em conta unha larga tradiçón de textos perdidos, nos quais lentamente, se foi modelando a forma e o fundo dos diversos “xéneros literários”. Se o Roland ou o Mio Cid se contasem realmente entre as primeiras obras escritas em françês ou em castelán, sería um milágre literário absoluctamente incomprehenssíbel; tiverom que preceder-lhe muitos séculos de trabalho para que a vulgaridade de um e outro idioma nascente, e a dos seus falantes, fosse elevada à necessária dignidade artística. Nos textos conservados o xénio épico aparece constituído com caracteres formais e ideolóxicos totalmente estranhos às obras latinas antigas e alto-medievais que se pretende tenham sido inspiradoras únicas”. Rasgo fundamental desta poesía heroica é o seu carácter anónimo: “As literaturas românces nascem ignorándo-se a sí mesmas, desconhecendo por completo o valor e a consideraçón debidas à criaçón artística, e grande anacronismo comete a teoría individualista ó exaltar esse valor, essa consideraçón, nos tempos remotos, comparando-a ao que hoxe sucede. O autor de cada obra primitiva non suspeita a permanência da produçón artística, acude simplesmente à necessidade recreativa de um momento efímero, confundíndo-se com a colectividade à qual serve, abismándo-se nos gostos e nas ideias déla, e muito asombrado quedaría se lhe dixéram que o seu nome de baptismo debía ir unido a aquela obra; el recebe da comunidade um legado cultural anónimo, xá na forma imprecisa, xá reducido a verso, e versifica de novo ou reescrebe a obra anterior, sentindo-se tán anónimo como os outros. Esta anonímia é lei xeral em toda a época dos orixens literários, observândo-se sempre nos primeiros textos conservados; só mais tarde começam a aparecer algunhas obras que levam nome de autor, com as quais começa a época da arte pessoal, mentras a anonímia continua abundante, ainda que decrescendo, ó largo de toda a Idade Média”.

J. L. ALBORG

Deixar un comentario