Arquivos diarios: 08/02/2020

O FADO EM ABRIL

No 25 de Abril de 1974, com o fim da dictadura e da censura e com a implementaçón da democracia e da inherente liberdade de expressón, o movimento da cançón interventiva impóm-se sobre o fado. A apropriaçón do fado polo antigo rexíme implica conotaçóns negativas e sérios problemas. Verificou-se um significativo decréscimo na popularidade do fado que só viria a ser retomada no fim dos anos 80. A Grande Noite do Fado, evento que promovia novos fadistas, fora suspensa durante dous anos, assistindo-se a unha reduçón substancial do tempo de antena na televisón e na rádio até à década seguinte. A própria Amália, como símbolo maior do fado, sofreu algunha contestaçón, mas veio a ser condecorada em 1980 com a Ordem do Infante D. Henrique, gráu de grande oficial, polo primeiro Presidente da República eleito no pós 25 de Abril, Xeneral António Ramalho Eanes, tendo recebido no mesmo ano a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa. José Afonso, que começara por cantar fado de Coimbra, viria a ter um papel primordial na renova çón da música portuguesa com as cançóns de intervençón, como mensaxem de esquerda, que desenvolve na década de 1960 e que se afirma indiscutivelmente na década de 70. A sua cançón “Vampiros” viria a ter muita importância enquanto ícone esquerdista no pós-25 de Abril. Adriano Correia de Oliveira com “Trova do Vento que passa”, cançón com poema de Manuel Alegre, foi tambem outro dos símbolos estudantis anti-dictadura. Só após a estabilizaçón do novo rexíme democrático em 1976, o fado viria a ser recuperado pola esquerda através de José Ary dos Santos e outros.

FADO PORTUGAL