Arquivos diarios: 05/02/2020

WITTGENSTEIN (UNHA FAMÍLIA REFINADA E ESIXENTE)

A família Wittgenstein, unha das mais ricas de todo o Império, esteve profundamente vinculada ao mundo artístico vienense desde que o avô de Wittgenstein se instalou na cidade, polos anos cinquênta do século XIX. Os avós paternos de Wittgenstein adoptarom o virtuoso violinista Joseph Joachim, primo da avó, e enviaram-no para estudar com o compositor alemán Felix Mendelssohn, para que, literalmente, pudesse respirar o mesmo ar que o grande artista. Foi Joachim que os apresentou a Johannes Brahms, que dava liçóns de piano às tias de Wittgenstein e assistia regularmente aos seráns musicais da casa, onde, por exemplo, o seu “Quintecto para Clarinete” foi interpretado pola primeira vez. O pai de Wittgenstein, Karl, cedo manifestou um elevado gráu de independência. Desexaba unha educaçón práctica e técnica que non se axustaba ao tipo de educaçón clássica, normal entre a burguesia, que recebia com os seus irmáns. Só depois de regressar da sua fuga para Nova Iorque, onde ganhou a vida como empregado de mesa, músico de café e professor das cousas mais variadas, o seu pai lhe permitiu estudar enxenharia e desenvolver assim a sua vocaçón. Em apenas cinco anos tornou-se director executivo de unha empressa onde entrou para trabalhar como enxenheiro proxectista. O seu talento para a indústria era tal que, em 1898, com 50 anos, se reformou com unha fortuna que até ao dia de hoxe tem permitido unha vida desafogada aos seus descendentes. Ao contrário dos seus irmáns, ao casar-se com Leopoldine Kalmus, parcialmente xudia, Karl non se moldou às directrizes do seu pai, que desexaba erradicar da família qualquer indício do xudaísmo dos seus antepassados. Mas os oito filhos que tiveram foram baptizados na fé católica. Leopoldine, de grande talento musical, fez do seu lar um autêntico centro de música, visitado por figuras como o xá citado Brahms, Gustav Mahler, Richard Strauss, Pau Casals ou Bruno Walter. A família também financiou a carreira do compositor cego Josef Labor. O mecenato dos Wittgenstein non se restrinxia à música. O pai de Wittgenstein, aconselhado pola sua filha Hermine, que pintava, acumulou unha considerábel colecçón de pintura e escultura. Além disso, financiou o Edifício da Secessón, do movimento modernista austríaco liderado por Gustav Klimt, autor do retrato de casamento de Margarete, a irmán com quem Wittgenstein tivo unha relaçón intelectual mais intensa. A paixón de dous dos seus irmáns mais velhos polas artes, Hans pola música e Rudolf polo teatro, levou-os a fuxir da casa dos pais, um para os Estados Unidos e o outro para Berlim, pois o pai tinha herdado o autoritarismo do avô, e tinha um futuro xá pensado para os seus filhos que non contemplaba o caminho da arte como possibilidade. Hans era considerado um prodíxio musical polo esixente ouvido de toda a família. Aos quatro anos xá compunha as suas próprias obras e non demorou muito para dominar o piano e o violino. O nosso Wittgenstein recordou durante toda a sua vida a imaxem daquele irmán, absorto enquanto tocava, como a de alguém possuído polo xénio. No final, Hans, tal como Rudolf, suicidáron-se. Estes tristes acontecimentos tornaram o pai um pouco mais transixente com os seus filhos mais novos, incluindo Ludwig, o mais novo de todos.

CARLA CARMONA

ESCRITORES HISPÂNOS (SOR MARÍA CORONEL DE JESÚS DE ÁGREDA

Ágreda, Sor María Coronel de Jesús de (Ágreda, Sória, 1602-1665). Nasceu no seio de unha família muito devota, cuxos membros adoptarom a vida relixiosa em 1619. Os seus pais fundarom o Convento da Inmaculada Concepçón de Ágreda, e sor María ocupou alí o cargo de abadesa com vinticinco anos, despois de conseguir unha despensa especial pola sua curta idade. Tivo várias experiências místicas em forma de visóns. Na mais famosa, aparecia-lhe unha assambleia dos poderes demoníacos que pretendiam destruir a fé católica e o governo da Espanha. Ó ouvir falar désta visón, Felipe IV foi visitá-la em 1643. A correspondência que mantiverom até 1665 foi editada por F. Silvela em “Cartas de la venerable madre …” (1885). Valbuena Prat denominou-a a Santa Teresa do Barroco. O seu confesor ordenou que destruíra um trabalho primeirizo sobre a vida da Virxem, e a sua obra mais importânte, “La Mística ciudad de Dios, milagro de su omnipotencia y abismo de la gracia”. “Historia divina y vida de la Virgen, madre de Dios… manifestada en estos últimos siglos por la misma Señora a su esclava sor María de Jesús”, foi obxecto de um prolongado debate pola sua insistência no tema da Inmaculada Concepçón, unha doutrina que oficialmente non se aceitou até 1854. Bossuet tratou esta obra com dureza. Foi incluida no Index durante alguns tempos, mas finalmente foi excluida a requerimento dos franciscanos espanhois, a condiçón de que circuláse apenas por Espanha. Um dos aspectos discutidos é se escrebeu sem axuda a “Mística ciudad”. Significativamente a sua correspondência com o rei interrompeu-se durante a ausência do seu confessor, polo que pôde deducir-se que de algunha forma, ela era portavoz ou instrumento dos franciscanos. O resto das suas obras está formado pola “Escala espiritual para subir a la perfección y Leyes de la esposa: conceptos y suspiros del corazón para alcanzar el último y verdadero fin del agrado del esposo y señor.”

OXFORD