Arquivos mensuais: Febreiro 2020

LITERATURA CLÁSSICA LATINA (6)

O principal e talvez o único elemento de estabilidade no processo de transmisón e conservaçón da literatura foi o que aportarom as bibliotecas públicas; a base da discusón, non obstante, debe ser constituida por unha labor de conxeitura bastante intelixente. Nunca houbo em Roma ningúm paralelo real com as extraordinárias colecçóns reais de Pérgamo e de Alexandría e menos ainda a erudiçón e actividade crítica asociada ao Museo. Desde o século II a. C. os libros gregos comezarom a entrar na Itália em grandes quantidades, como parte dos botins de guerra; a transiçón da repartiçón à colecçón pode observar-se na figura de L. Licinio Lúculo (Plut., Lucull., 42). Estas colecçóns privadas ofereciam unha fonte estimábel para o erudicto, das que encontramos que se beneficiarom Cicerón e Catón. Quando progressou unha literatura nacional também foi recolhida em colecçóns. Baixo o Império converteu-se em algo normal para os homes ricos proveer nas suas casas bibliotecas, a miúdo menos para o seu uso, que por obstentaçón. Estas colecçóns debem ter sido muito numerosas e o número total de volúmens existentes em um momento dado considerábel; mas non poderiam garantizar a permanencia e a organizaçón que era precisa para assegurar que foram accessíbeis a todos os demandantes acreditados, em lugares conhecidos, os exemplares do que era mais digno de preservar-se – a ser possibel copias cuidadosamente escritas e corrixidas dos melhores exemplares accessíbeis -. O papel das colecçóns públicas na conservaçón da literatura, assim como na sua existencia precária a veces, está ilustrado indirectamente pola notícia de que quando as bibliotecas de Roma forom destruidas polo fogo, Domiciano enviou emisários a Alexandría, para obter copias dos libros perdidos (Suet., Dom., 20). A primeira libraría pública de Roma foi fundada por Asinio Polión no 39 a. C., e o seu exemplo foi seguido por Augusto e os seus sucessores. Em tempos de Constantino parece que habia vintioito na cidade. A fundada por Augusto, no templo de Apolo no Palatino, servíu como protótipo para várias fundaçóns posteriores. Estaba feita sobre um modelo grego, mas o plano era duplo, xá que os libros gregos e os latinos estabam separados; esta separaçón das duas falas era, ó parecer, unha regra ao largo de toda a Antiguidade. O feito é outro indicio de que as culturas grega e latina nunca estiverom integradas num sentido real. A unión da biblioteca ós tempos era também um rasgo corrente, ainda que alguns edificios de bibliotecas eram puramente seculares. Nas provincias, os benefactores locais dotabam as suas comunidades de bibliotecas; o exemplo da biblioteca de Plinio no seu Como natal é bem conhecido, tomándo-se el incluso o trabalho de catalogar (Plin., Epíst., 1, 8, 2). Escaso é o testemunho sobre a financiaçón e o pessoal de mantimento das bibliotecas; em Roma parece que estiverom baixo a supervisón do serviço civil imperial. O Código Teodosiano contêm detalhes dos “antiquarii” (neste contexto non antiquarios, senon escribas empregados na biblioteca de Constantinopla no 372 d. C. no cuidado e conservaçón dos libros, e é lóxico supor (nada mais) que a maior parte das bibliotecas tinham departamentos de cópia adxuntos (scriptoria) a elas, nos que se faciam cópias novas e, se o bibliotecário era um erudicto, se corrixiam as cópias existentes. Xeralmente pode supor-se que os leitores consultabam os libros na biblioteca, mas evidentemente se permitiam os préstamos em ocasións. Era notabelmente difícil conseguir cópias cuidadosas de libros na Antiguidade; como xá temos asinalado, a primeira tarefa de um leitor com um libro novo era corrixí-lo, “emendare”. A vida de um rolo de papiro conservado nunha biblioteca em condiçóns óptimas – tán óptimas como podiam sê-lo no clima da Europa occidental, que non é precisamente o que convêm ao papiro – pode ser considerabelmente mais larga que os douscentos anos mencionados por Plinio, ou incluso os trescentos mencionados por Galeno. Sem embargo, se depositába-mos nunha biblioteca unha boa cópia de um libro – ideal sería, corrixida polo autor – pouco depois da sua publicaçón, podía servir como unha permanente comprobaçón da exactitude das cópias em circulaçón, que teriam unha vida relativamente curta e que necessitabam reemprazar-se a intervalos mais frequêntes do que as cópias da biblioteca. Por desgraça as perdas polo fogo eram frequentes; de todas as bibliotecas fundadas por imperadores romanos dos primeiros tempos, só a biblioteca Ulpia de Trajano parece haber sobrevivido sem danos até ao século V d. C. Sem embargo, parece probábel que a trasmissón da literatura latina, tal como chegou até nós, dependia em certa medida de cópias conservadas em bibliotecas. A qualidade textual das cópias correntes em circulaçón durante a Antiguidade – segundo pode inferir-se do testemunho dos papiros conservados e de outros fragmentos antigos, de citas em gramáticos e fontes similares, e das queixas dos comtemporâneos – non era boa. Non obstante, a tradiçón medieval de muitos autores latinos non é nem por aproximaçón tán corrupta como se podería esperar, se os mais antigos dos nossos “códices” conservados som os descendentes linheais de tais exemplares xeneralizados.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)

MARX (EXPRESSAR A REBELIÓN)

Marx procuraba um xénero para expressar o seu espírito. Non é irrelevante o facto, assinalado polo professor Fernández Buey, de que, dentro do espaço poético, o xovem Marx se encontrasse melhor na poesia satírica, burlesca; dominaba mais e melhor a ironia e o sarcasmo do que as metáforas do sublime: “Fosse por carácter ou por estudos, ou polas duas cousas ao mesmo tempo, aquele xovem estaba mais bem adoptado para a ironia e o epigrama do que para a lírica, e mais bem preparado para o discurso histórico fundamentado (inclusive dramatizado) do que para o relato fantástico; para o tracto directo com as ideias do que para a concretizaçón em imaxens poéticas.” Com efeito, pode ver-se isso em textos como Escorpión e Félix, unha novela humorística, ou em Oulanem, peça dramática inacabada. Marx pôn em cena recursos satíricos de efeitos brilhantes, mostrando os seus talentos para um xénero em que se destacaba na infância e que usaria ao longo da sua vida. O verdadeiro encontro de Marx com a filosofia – e “a filosofia” em Berlim naquela altura queria dizer “filosofia hegeliana” – ocorre através do Doktorklub, unha espécie de “think tank” descontraído e provocador onde se xeravam ideias para a crítica literária, da relixión e da política; onde se forneciam armas intelectuais aos xornais, professores e críticos. As suas figuras mais visíbeis eram Bruno Bauer, K. F. Köppen e A. Rutemberg, com quem o xovem estudante estabeleceu estreitas afinidades. Os “xovens hegelianos”, que usabam Hegel no seu lado mais progressista, tinham unha estratéxia e obxectivos filosóficos extraordinariamente claros: usar a crítica filosófica para fazer avançar o espírito em todas as rexións da realidade, isto é, fazer com que as ideias avançassem, conseguir que a razón penetrasse em todas as esferas sociais. Ainda que a crítica filosófica tivesse como obxectivo imediato a relixión, por considerá-la, no seu domínio da consciência, como obstáculo e inimigo do avanço da razón, o obxectivo final da filosofia era a implantaçón do conceito de estado racional, universal, libertado de todo o particularismo. Para um hegeliano, o “estado cristán” non expressa adequadamente a forma definitiva do estado, pois está afectado de particularidade; é preciso conseguir que sexa simplesmente “estado”. Por isso, a crítica à relixión fai parte da luta polo estado universal. Marx pertenceu ao clube até acabar o curso; alí mergulhou em Hegel e dominou a sua filosofia, encontrando nela um vocabulário fecundo para compreender e enfrentar aquela sociedade inxusta. Nada mais apropriado para enfrentar “em ideia” o poder “feudal e cristán” dos “Junkers” que partir de unha filosofia que afirmava a necessidade e inevitabilidade da sua superaçón, que se lexitimaba ao anunciá-lo e ao promovê-lo. E essa representaçón oferecia-lha a filosofia hegeliana, à qual se entregaria com a admiraçón do convertido que encontrou o xénero literário apropriado para expressar a sua rebelión.

JOSÉ MANUEL BERMUDO

CANCIONEIRO DE DOM DENIS

CANTIGA D’AMIGO (B 568 V 171)

Ai flores, ai flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo!

Ai Deus, e u é?

.

Ai flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado!

Ai Deus, e u é?

.

Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pôs comigo?

Ai Deus, e u é?

.

Se sabedes novas do meu amado,

aquel que mentiu do que m’há jurado,

Ai Deus, e u é?

.

Vós me perguntades polo voss’amigo?

E eu bem vos digo que é san’e vivo.

Ai Deus, e u é?

.

Vós me perguntades polo voss’amado?

E eu bem vos digo que é viv’e sano.

Ai Deus, e u é?

.

E eu bem vos digo que é san’ e vivo,

e será vosc’ ant’ o prazo saído.

Ai Deus, e u é?

.

E eu bem vos digo que é viv’ e sano,

e será vosc’ ant’ o prazo passado.

Ai Deus, e u é?

.

DOM DENIS REI DE PORTUGAL

SOFÍSTICA

Todavía, a frugalidade de Sócrates non nos debe levar ao engano. Polo que sabemos dele, estaba muito lonxe de ser um de tantos santos ascépticos e mal humorados que ao longo da história se dedicaram a fustigar os seus conxéneres, condenando os prazeres e o usufruto da vida (verdade sexa dita, essa descripçón encaixaba muito melhor no seu discípulo Platón). Á partida porque, como o próprio Platón nos conta no Banquete, Sócrates non recusaba a boa mesa, o bom vinho ou a melhor cama. Simplesmente antepunha os valores éticos ao mero prazer hedonista e non era escravo das necessidades materiais: Sócrates non odeia o corpo, simplesmente lhe antepón os valores do espírito. Também estaba muito lonxe de mostrar a arrogância de non poucos censores ou luminárias, pois non tinha qualquer reserva em educar e conversar com um escravo como o fazia com um xovem aristocrata. Durante a xuventude, Sócrates tinha-se familiarizado com as teorias filosóficas da época (Empédocles, Anaxágoras, Dióxenes de Apolónia…), com que ficou rapidamente decepcionado pola falta de acordo e pola atençón que davam de forma quase exclusiva à explicaçón do mundo material, esquecendo as questóns éticas, políticas e espirituais. Non lhe merecia melhor opinión a “moda” filosófica que dominaria o cenário ateniense durante a sua maturidade, a sofística. Decidiu, entón, emprehender um caminho intelectual próprio e levar a cabo unha autêntica revoluçón filosófica, tanto no fundo como na forma. Boa proba disso é que, apesar da disparidade de abordaxens e pensamentos, todas as doutrinas que o precederam passaram à história sob a epígrafe comum de “filosofia pré-socrática”. Foi unha resposta do oráculo de Delfos que ateou definitivamente o pavio da actividade filosófica de Sócrates. Segundo nos conta o próprio Sócrates (ou sexa Platón, pola boca de Sócrates na Apoloxia), em certa ocasión o seu amigo Querefonte dirixiu-se ao santuário de Apolo, em Delfos, para saber quem era o home mais sábio da terra e obteve da pítia a seguinte resposta: “Sócrates é o mais sábio de todos os homes”. Assim que a notícia chegou a Sócrates, este ficou enormemente surprehendido, pois, ao contrário dos poderosos estadistas, dos reputados xenerais, dos artistas afamados e inclusive dos hábeis artesáns, Sócrates non se vangloriaba nem consideraba possuir nenhum conhecimento particular. Por isso, para comprobar o que tinha querido dizer o deus, abordou um político cuxa sabedoria todos tinham em alta consideraçón, mas non tanta como a que ele sentia por si próprio. Sócrates submeteu-o a unha das suas habituais sessóns de perguntas e respostas para pôr à proba os supostos conhecimentos do seu interlocutor, que demonstraram fundar-se em crênças superficiais ou contradictórias. Sócrates ficou decepcionado com a entrevista, que non lhe tinha valido sabedoria algunha, como ele teria esperado, mas simplesmente a inimizade do hipotéctico sábio, cuxa ignorância o filósofo tinha revelado. Após a primeira experiência, Sócrates repetiu as pesquisas com outros cidadáns considerados sábios; em todas elas chegou ao mesmo resultado e acabou granxeando, após todas elas, a aversón dos interlocutores, cuxa pretensa sabedoria fora posta à proba (aversón que, como se verá, contribuiu em grande medida para a sua condenaçón à morte).

E. A. DAL MASCHIO

Imaxe

OS CAMPOS DE FORZA (F39)

Poucos anos depois, o científico británico Michael Faraday razonou que – expressado em têrmos modernos – se unha corrente eléctrica pode producir um campo magnético, um campo magnético debería poder producir unha corrente eléctrica, e demostrou este efeito em 1831. Quatorce anos despois, Faraday também descubríu unha conexón entre o magnetismo e a luz, quando demonstrou que um magnetismo intenso pode afectar a luz polarizada. Faraday tinha unha educaçón formal muito limitada. Nascera na família de um pobre ferreiro perto de Londres e deixou a escola ós trece anos, para trabalhar como recadeiro e enquadernador nunha libraría. Alí, ó largo de uns anos, aprehendeu ciência lendo os libros que tinha para enquadernar e levando a cabo experimentos simples e baratos nos seus tempos libres. Por fim, conseguíu trabalho como axudante no laboratório do grande químico sir Humphrey Davy. Faraday permanecería com el os quarenta e cinco anos restantes da sua vida e, á morte deste, foi o seu sucessor. Faraday tinha dificuldades com as matemáticas e nunca chegou a saber muitas, de maneira que para el resultaba unha autêntica luta conceber unha imaxem teórica dos extranhos fenómenos electromagnéticos que observaba no seu laboratório. Sem embargo, logrou conseguí-lo. Unha das maiores inovaçóns intelectuais de Faraday foi a ideia dos campos de forza. Nos nossos días, graças aos libros e films sobre alienígnas, com olhos saltóns e naves estelares, a maioría do público familiarizou-se com o referido termo, de maneira que talvez deberíamos pagar direitos de autor a Faraday. Mas, nos séculos transcorridos entre Newton e Faraday um dos grandes mistérios da física, era que as suas leis parecíam indicar que há forzas actúan através do espaço vacío que separa os obxectos que interacionam. A Faraday, isto non lhe gustaba. Acreditaba que para mover um obxecto, algo tinha que por-se em contacto com el, de maneira que imaxinou que o espaço entre cargas eléctricas ou imáns se comportaba como se estivera cheio de tubos invissibeis que levaram fisicamente a cabo a tarefa de arrastar ou impulsar. Faraday chamou a estes tubos “um campo de forza”. Unha boa maneira de visualizar um campo de forza é levar a cabo a conhecida demonstraçón escolar em que unha lámina de vidro com pequenas limaduras de ferro esparcidas sobre a sua superfície, se coloca sobre unha barra de um imán. Com uns leves golpes para vencer a fricçón, as limaduras movem-se como empurradas por unha potência invissíbel e quedam dispostas em forma de arcos que se estiram desde um polo do imán até ó outro. Dita forma é unha representaçón da força magnética invissíbel que invade todo o espaço. Na actualidade acreditamos que todas as forças som transmitidas por campos, de maneira que é um conceito importante na física moderna, e non só na ciência ficçón.

STEPHEN HAWKING E LEONARD MLODINOW

RUSSELL (HISTÓRIA DA FILOSOFIA OCCIDENTAL)

Angustiado com as dificuldades económicas, aceitou um trabalho de professor na Universidade de Chicago, em 1938, e depois passou a dar conferências em Los Angeles, na UCLA. Os seus problemas financeiros pareciam, por fim, prestes a resolver-se quando lhe ofertarom um trabalho permanente na City College of New York, mas, infelizmente, a intensa oposiçón de um grupo de pais católicos impediu que chegassem a acordo. Como veremos no último capítulo deste libro, a nái de um dos alumnos queixou-se das ideias em matéria de sexo, popularizadas no seu libro de 1929, Casamento e Moral, e afirmou que non estaba disposta a que um filho seu estudasse nunha universidade em que se preconizassem tais obscenidades. Apesar do apoio de muitos intelectuais, entre eles John Dewey e Albert Einstein, os directores da universidade assustaram-se e Russel non conseguiu o lugar, polo que voltou à sua situaçón precária. Esta melhorou quando um mecenas, o milhonário Albert Barnes, o contratou para dar unha série de conferências sobre história da filosofia que se transformariam na sua História da Filosofia Occidental, um libro muito popular em que expón a sua visón sobre diferentes sistemas e doutrinas.

FERNANDO BRONCANO

GALLEIRA (7)

Xá queda dito que, pertencentes ou nón a unha raza quase primitiva e xente anariana, o pobo ou povos que à sua chegada à Galiza atoparom aquí estabelecidos os celtas, debe presupor-se e até afirmar-se que ocupabam as cûmes dos montes e colinas escarpadas, as cavernas naturais, ou abertas por eles, e as vivendas lacustres que se levantabam sobre as àguas dos lagos ou na desembocadura dos rios. É tudo quanto por agora podemos adiantar; mentras, non se pode chegar a mais, somente afirmar com exactitude que o home quaternário nos resulta completamente desconhecido. Sabemos muito pouco de el e non se atoparom grandes rastros da sua existência. Seguros som na verdade, os indicios efectivos, os descubrimentos: mas faltam aqueles dactos essenciais, e o conhecimento dos rasgos dominantes que permitiriam no seu dia a reconstruçón de um tán curioso passado, anterior a toda tradiçón e a toda memória. E tudo isto, para decir o quê? que pouco ou nada se estudarom as primitivas antiguidades galegas e, do ningúm apreço em que se tiverom. Certamente que em Galiza non faltarom, nem os habitantes das cavernas, nem o home lacustre: no-lo dím com farta claridade os restos de cozinha (kjoekkenmoedings), as pontas das setas e os machados polimentados, que forom achados nas marxens do mar, nas àguas das lagoas e em antiquíssimas sepulturas. Ademais a existência dos nossos trogloditas, xá está demonstrada por escasos e non de todo importantes descubrimentos: que ainda que som só duas as cavernas exploradas, e o seu estudo insuficiênte, non por isso nos deixa de importar quanto acerca delas se saiba. Polo momento nos basta com a sua existência. A verdade é que mentras non sexam estudadas por enteiro, com maior detenimento e melhor instinto, e non se conheçam as que sem dúvida algunha existem neste país, prometendo aos nossos antiquários ancho campo para as suas investigaçóns, nada concreto podemos dizer acerca délas: menos suspeitar as surpressas que neste ponto nos aguardam. Non conhecemos resto algúm do home que se acolheu a este abrigo, nem temos um só silex talhado dos que servirom nos primeiros tempos. Tudo está por saber. Pode-se afirmar, que ainda non se rasgou o véu que cobre a nossa história primitiva. A que raza ou razas pertencia o nosso troglodita? A esta primeira e principal pergunta nada pode responder-se de positivo. Faltam os necessários dactos para alcançar a tanto. Graças, que nos sexa dado adiantar algunhas breves observaçóns e assinalar certos rasgos, que por agora cremos comúns a todos estes especiais habitáculos dos homes do quaternário na Galiza. A principal é, que a xulgar polo que de elas se sabe, se situam comunmente perto das principais estaçóns lacustres e cidades primitivas que as avecinham: que isto se observa tanto em países cercanos ao mar, como nas do interior; que forom habitadas por mais longo tempo do que abarca a idade da pedra, e que à maior parte delas, estám unidas curiosas lendas que probam a sua antiga importância e o apreço que sempre lhes tributou o vulgo, como lembranza de outras idades, de outros homes, de outras crênças.

MANUEL MURGUÍA

FILOSOFÍA ISLÂMICA

Ao falar do começo da filosofía no islán medieval convêm apresentar, mesmo que brevemente, algunhas questóns conexas. Primeiro, a sua denominaçón xenérica: “filosofía árabe” ou “filosofía islâmica”? Quando falamos de “filosofía árabe”, referimo-nos certamente a unha filosofía expressa na língua árabe, non a unha filosofía ligada à raça árabe (a maioria dos seus grandes filósofos pertenceram, de facto, a outras raças). No entanto, essa denominaçón tem o inconveniente de deixar de fora o Irán e com ele o mundo persa, tán rico culturalmente. Outra dificuldade está relacionada com o facto de existirem filosofias xudaicas (por exemplo, Maimónides) e cristáns (por exemplo, o pensador iraquiano do século IX Yahya ibn Adi) escritas em árabe. Por outro lado, no caso europeu também non falamos habitualmente de “filosofía latina”, mas de “filosofía cristán”. Num debate organizado há anos em Lovaina, entre arabistas e medievalistas de prestíxio, hoube consenso na preferência pola expressóm “filosofía islâmica”. Outra questón que convêm clarificar é o âmbito conceptual que a dita expressóm abarca. Está contida em si a teoloxía especulativa (o kalam), a mística (tasawwf) ou o direito islâmico (al-figh)? Reconhecendo que antes de al-Kindi e depois de Averróis hoube no mundo islâmico especulaçóns filosóficas de orientaçón muito diversa, e algunhas de indubitábel valor teórico, relacionadas directamente com a sabedoria oriental, com o gnosticismo e com a relixión, non costumamos incluí-las nos estudos de filosofía islâmica por serem alheias à tradiçón racionalista de raiz grega ou helenizante. Desde a sua inicial expansón na Arábia no primeiro terço do século VII (o calendário muçulmano inicia-se no ano 622, data da fuga de Maomé para a cidade de Medina), a nova relixión caracteriza-se por um apreço polo saber, começando pola aprendizaxem da leitura e da escrita. Entre os “hadiths”, ou ditos, do Profeta que se referem a esse assunto encontramos este: “Aprender um só capítulo de ciência é melhor do que axoelhar-se cem vezes em oraçón”. Apesar da inicial barbárie dos habitantes da Península Arábiga – a maioria deles pastores nómadas e camponeses, a que há que acrescentar os comerciantes instalados nas cidades -, em finais do século VIII o Império Islâmico estendia-se da Ásia Central até ao oceano Atlântico, sobre territórios de fecunda tradiçón científica, técnica e artística como a Síria, a antiga Mesopotâmia (actual Iraque), o Exípto, a Pérsia e a Índia.

ANDRÉS MARTÍNEZ LORCA

ESCRITORES HISPÂNOS (MARIANO AGUILÓ Y FUSTER)

Aguiló y Fuster, Mariano (Palma de Mallorca, 1825-1897). Poeta e bibliógrafo de la Renaixença catalana. A sua Bibliografía catalana mereceu em 1860 o galardóm da Biblioteca Nacional. A poesía, romântica, na sua maior parte em mallorquím e catalán, reuníu-se em L’enteniment i l’amor, Esperança, Amorosas, Llibre de la mort e Focs follets. Em 1866 foi proclamado “mestre en gai saber”.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (DEMETRIO AGUILERA MALTA)

Aguilera Malta, Demetrio (Guayaquil, 1909). Poeta equatoriano, ensaísta, contísta e dramaturgo. Ó princípio foi conhecido por unha notábel colecçón de contos “Los que se van” (Guayaquil, 1930), que é unha obra feita em colaboraçón com Joaquín Gallegos Lara e Enrique Gil Gilbert, que formabam xunto com José de la Cuadra e Alfredo Pareja o grupo de Guayaquil. Mentras estaba em Espanha estudando impressón em offset, surprehendeu-o a Guerra Civil. Uníu-se às tropas republicanas como reporteiro, e escrebeu “¡Madrid! reportaje novelado de una retaguardia heroica” (Barcelona, 1937), relatos vivos de sucessos locais no mesmo estilo de C. Z. (Canal Zone) Los Yanquis en Panamá (1935). O seu teatro foi bem recebido num país pobre em dramaturgos. A sua melhor obra é Lázaro ( com influências de Marcel Pagnol) e Infierno negro (1967), sobre a condiçón dos negros na história. A colecçón de contos Siete lunas y siete serpientes (1970) volta sobre a esixência da xustiza social para os pobres e despoxados, que xa fora tratada em “Los que se van”. As suas novelas mostram um progresso constânte em madurês e complexidade. O protagonista de Don Goyo (1933) simboliza com a sua grande forza o ímpetu criativo da xungla, mentras que La isla virgen (1942; refeita em 1954) presenta unha selva povoada polos filhos de Don Goyo, que se fundem com a maleza e as feras selvaxes, para vencer as forzas cégas do progresso. As suas novelas posteriores formam unha série de “Episódios americanos”: Una cruz en la Sierra Maestra (1960), sobre a Revoluçón Cubana; La caballeresca del sol (1964) sobre a amante de Bolívar, Manuela Sáenz; El Quijote de El Dorado (1964), sobre o conquistador Orellana; Un nuevo mar para el rey, sobre o descobrimento do Pacífico por Balboa e seus amores com unha xovem india; e El secuestro del general (1973), que é unha efectiva sátira contra a dictadura. O seu “realismo máxico” é um ingrediente importânte do estilo que Asturias, Carpentier e sobre tudo García Márquez forom adoptando nas suas últimas novelas.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (JUAN AGUILAR CATENA)

Aguilar Catena, Juan (Úbeda, 1888-1965). Xornalista, autor de contos e româncista romântico, dentro do estilo tradicional cheio de descripçóns coloristas. As suas obras mais importantes som: Los enígmas de Maria Luz (1919), Herida en el vuelo (1921), Disciplinas de amor (1923), Nuestro amigo Juan (1924), La ternura infinita (1926), Un soltero difícil (1928), ¡Va todo! (1929), Dos noches (1930), Úrsula, examíname (1931) e Lo que yo haría (1947).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (GASPAR HONORAT DE AGUILAR)

Aguilar, Gaspar Honorat de (Valencia, 1561-1623). Dramaturgo. O canónigo alabou a sua comédia “El mercader amante en Don Quijote, I, 48. Tem comédias de três tipos: de capa y espada, como La venganza honrosa; de tema relixioso, como El gran Patriarca S. Juan de Ribera; e de ruido, como La gitana melancólica e Los amantes de Cartago. A sua poesía non é muito apreçada, mas o seu poema épico La expulsión de los moros de España (1610), gozou de certa fama. Foi um dos membros fundadores da “Academia de los Nocturnos”.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (FRAY ALBERTO DE AGUAYO)

Aguayo, Fray Alberto de (1469-1525). Poeta e erudicto dominico. Foi o primeiro prior do Mosteiro de Santa Cruz la Real de Granada, depois da conquista da cidade polos reis Católicos em 1492. Traducíu a “De consolatione philosophiae” de Boécio (1518).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (EMILIANO AGUADO HERNÁNDEZ)

Aguado Hernández, Emiliano (Cebolla, Toledo, 1907 – 1979). Crítico de teatro. Ganhou o Premio Nacional de Literatura, por um volume de obras dramáticas, ainda que é mais conhecido como autor dos ensaios “Del siglo XVIII a nuestro días” (1941) e “El arte como revelación” (1943). Publicou também “Job estaba solo” (1963) e “Meditación a los salmos” (1964).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (FRAY PEDRO DE AGUADO)

Aguado, Fray Pedro de (Valdemoro, Madrid, c. 1520 – 1590). Misioneiro franciscano, que foi a Sudamérica em 1560 y em 1573 alcanzou o cargo de provincial dos franciscanos do Nuevo Reino de Granada. A sua melhor obra, Historia de santa Maria y del Nuevo Reino de Granada, foi editada por J. Becker para a Real Academia de la Historia, assím como a sua Historia de Venezuela (1916-1917 y 1918-1919 respectivamente). Foi testemunho presencial de muitos dos feitos que descrebe, e, para os historiadores, Fray Pedro é unha importante fonte primária.

OXFORD