Abbâd, Abû (Ronda, n. 1371). De família nobre, viaxou a Tlemcen, Salé e Fez, onde chegou a ser “Imâm” e “Kâtib” da mezquita de Qarawiyyîn. Destacou pela sua vida ascéptica e polas suas ideias. Instruíu a muitos discípulos e deixou unha obra importante, Comentários às sentenças de Ibn Atâ Allâh.
Abaunza, Pedro (Sevilha, 1599 – 1649). Investigador. Escrebeu uns comentários a Marcial que quedaron inédictos e outros sobre Los Decretos, estes últimos publicados no Novus Thesaurus Iuris Civilis et Canonici de Meerman (La Haya, 1751 – 1754, sete volumes).
Paralelamente, o apoxeu da sociedade de consumo xerou unha espécie de permissividade nos costumes, as apostas, o teatro e os bailes centravam o debate entre as diversas sensibilidades relixiosas acerca dos limites da moralidade. Mas as causas do confronto relixioso na Gran-Bretanha do século XVIII non procediam exclusivamente dos comportamentos morais, antes se misturabam com outras de grande importância política, social e económica, como os confrontos territoriais na Escócia, em Gales e na Irlanda, ou a independência dos territórios da América. O períplo vital de George Berkeley transcorreu, como vimos entre a Irlanda a Inglaterra e a América, além das suas viagens por França e Itália. A parte do século XVIII que lhe coube em sorte viver foi marcada pelos conflictos na Irlanda e na Escócia e pela independência das colónias americanas. Como non podia deixar de ser, as contradiçóns latentes nesses conflictos também se manifestabam na vida quotidiana dos cidadáns desses países. Berkeley fazia parte de unha sociedade convulsa marcada por grandes diferenças sociais. Xunto dele conviviam aristócratas, nobres, camponeses, fazendeiros, xornaleiros, colonos, trabalhadores industriais e artesáns, alguns deles enquadrados nunha incipiente classe média difícil de definir. A elegância partilhava o palco com a miséria, muitas vezes sem possibilidade de diferenciar libertinos e rufías, bufóns e pedantes, vigaristas e ladróns, que se misturabam apesar dos seus modos ou da sua vestimenta. A Revoluçón de 1688 inaugurara em Inglaterra unha nova situaçón de maior liberdade, conducente a unha incipiente separaçón de poderes que outorgou o poder lexislativo ao Parlamento, lonxe da inxerência da Coroa. Todavia, em muitas ocasións, a monarquia continuava a exercer o poder absolucto, a práctica do voto non estaba garantida e as elítes monopolizavam o Parlamento de facto, había deputados que tinham muitos dos seus familiares a desempenharem tarefas relacionadas com a sua própria actividade parlamentar. Naqueles tempos, o luxo convivia com o tifo e a insalubridade, e a violência nas ruas só era combatida com repressóm brutal por parte das instituiçóns. A evidência de unha enorme desigualdade social tornava-se cada dia mais insuportábel.
Os gregos, que nos deixarom os nomes, as formas e os modelos clássicos da traxédia, da comédia, da épica, da lírica e da poesia pastoril e, de feito, de quase todos os xéneros literários conhecidos no Occidente, non desarrolharom um sistema de escritura adequado para o rexistro desta literatura até unha data tardía da sua história. Quando, a finais do século VIII a. C., o conseguiron alcanzar, xá a literatura exípcia, relixiosa ou secular, se tinha transmitido em rolhos de papiro durante mais de dous milénios; a literatura das civilizaçóns mesopotâmicas, inscripta em arxila, se remontaba a unha antiguidade mais ou menos igual de remota. Tinha habido, desde logo, um período de alfabetizaçón muito restrinxida nos grandes centros da civilizaçón micénica; encontrando-se tabuinhas com inscripçóns feitas em arxila que datam da segunda metade do segundo milénio em Pilos, Tebas e Micenas, no continente, e em Cnosos, em Creta. A escritura (conhecida como lineal B) parece unha adaptaçón ruda e rápida ó grego micénico da escritura cretense lineal A (ainda non descifrada, mas que quase seguro que non é grego); o novo sistema de escritura usaba-se, segundo os dactos de que dispomos, para listas de propriedades e simples rexistros legais sobre tudo (“largas listas de nomes, rexistros de gando, grán e outros productos, libros de contas de contábeis anónimos”). Non se conserva ningúm texto de unha qualidade sequera vagamente literária. Em qualquer caso, a ineficácia da escritura como instrumento de fim literário queda clara a primeira vista: carece tanto de economía como de claridade. Ó ser um silabário, non um alfabeto, o número de signos que há que memorizar (oitenta e sete) resulta excessivo. E a escritura non distíngue entre os sons que representamos como r e l, omite s inicial assím como m, n, r e s em fim de sílaba, etc. Os signos para pa-ka-na, por exemplo, representam o que em grego posterior será phasgana; ka-ko é chalkos; ku-ru-so, chrusos; pe-ma, sperma; pa-te pode ser pater ou pantes. Obviamente, sería quase impossíbel interpretar a escritura sem marxém de error a menos que o significado estivera indicado polo contexto, como o está neste caso, por ideogramas reconhecidos para espada, bronce, ouro, etc… Ainda assím, as desavênças entre os erudictos modernos sobre a interpretaçón dos signos é frequente. Quando, muito a finais do segundo milénio a. C., os palácios micénicos forom destruidos polo fogo, as tabuinhas de arxila com as suas extranhas marcas quedarom sepultadas nas ruinas; cocidas polo fogo até unha dureza de tixolo, permanecendo ocultas até que as pás dos excavadores as descubrírom em pleno século XX. Em Grecia perdeu-se todo recordo desta temperán era alfabetizada, se exceptuamos os “signos funestos” de Homero (a mensaxe levada por Belerofonte que decía “mata o portador” na Ilíada, 6, 168), que podem ser unha lonxana reminiscência disso, conservada sem comprendê-la pola tradiçón oral. Quando, muitos séculos mais tarde, os gregos voltarom a aprender a escreber, adaptarom, como antigamente, unha escritura desenhada para um idioma extranxeiro: um sistema fenício (semita do norte) usado em Síria. Mas esta vez adaptarom-no com um éxito absolucto: non só deu à luz um sistema de signos plenamente adequado ós sons gregos, senon que também melhorou o orixinal. A escritura semítica non indicaba as vocais; isto daba lugar a muitas malinterpretaçóns, e, em qualquer contexto que non fora muito obvio, esixía leitores e intérpretes experimentados. Para representar as suas vocais, os adaptadores gregos asignarom alguns dos símbolos consonânticos semíticos que para eles eram redundantes e criarom assím o primeiro alfabeto xenuino: um sistema de escritura que, pola sua economía e claridade, podía converter-se num meio de comunicaçón popular, e non só campo exclusivo de especialistas experimentados, o que tinha sido sempre nas civilizaçóns do Meio Oriente (e quase com seguridade na Grécia Micénica). A procedência fenícia do alfabeto está reflexado na lenda (Cadmo, rei de Tiro, que habería traído as letras para a cidade de Tebas, que fundou), e as letras forom conhecidas até tempos posteriores como “phoinikeia” (Hdt., 5, 58). Mas a data real (em oposiçón à mítica) da sua apariçón na Grécia resulta problemática. Os mais antigos exemplos que se conservam da escritura grega no novo alfabeto, mais bem alfabetos, xá que había significativas variantes locais) están todos incísos ou pintados em cerámica e, ainda que a data de ditos fragmentos é principalmente unha deduçón da história do estilo decorativo, existe um acordo bastante xeral sobre a combinaçón de todos eles para suxerir unha data da segunda metade do século VIII a. C. Procedem de todo o mundo grego: Ática, Beócia, Corinto, no continente; Rodas, ó Este, e Isquia, xunto á costa do sul de Itália, no Oeste.
Xá antes da publicaçón de A Revoluçón Copernicana, Kuhn começara a tirar apontamentos sobre as questóns epistemolóxicas que mais lhe interessavam, em especial sobre a natureza das grandes mudanças no desenvolvimento do conhecimento científico: os temas que depois haberia de consolidar na sua segunda grande obra A Estructura das revoluçóns Científicas. Com o primeiro libro, Kuhn mostrara ao público que era um bom historiador da ciência; com o segundo queria mostrar que também era um bom filósofo da ciência. Nos primeiros anos depois da sua publicaçón, A Estructura das Revoluçóns Científicas non tivo a ressonância que Kuhn esperaba. Ele próprio conta que escreveu o libro a pensar em primeiro lugar nos filósofos da ciência. Só que eles, pelo menos naquele momento, non se mostrarom especialmente impressionados. Hoube algunhas recensóns do libro em revistas de filosofia, que non forom muito positivas. Nessa época, ainda dominada, em grande medida, pelos herdeiros do positivismo lóxico, a opinión da maioria dos filósofos da ciência parece ter sido que o libro de Kuhn era o texto de um historiador da ciência, que dizia cousas interessantes, sem dúvida, mas que non tinha muito a ver com as questóns xenuínas da filosofia da ciência. Por outro lado, no campo dos historiadores profissionais deu-se o efeito paralelo e contraposto: com o libro, Kuhn teria passado para o lado dos filósofos e teria deixado de ser um verdadeiro historiador. Curiosamente, e para surpresa do próprio Kuhn, o primeiro âmbito disciplinar em que o seu libro teve um verdadeiro impacto foi o das ciências sociais, em particular, o da socioloxía da ciência. Com efeito, na abordaxem kuhniana há unha entidade sociolóxica que desempenha um papel preponderante como “portadora de um paradigma”: as “comunidades científicas”, ou sexa, pequenos grupos de pessoas que investigam determinado campo, partilhando unha série de ideias básicas e interrelacionando-se de forma estreita. Tais comunidades son, em boa parte, independentes dos obxectivos e das estructuras das instituiçóns, Estados, empresas, etc… , com que, sem dúvida, están relacionadas de algunha forma, mas non son essenciais para compreender a natureza intrínseca da investigaçón científica. Esta orientaçón “microssociolóxica” no estudo da ciência rapidamente despertou o interesse de unha nova xeraçón de sociólogos, apesar de non ter sido neles que Kuhn pensara em primeiro lugar ao publicar o seu libro.
Quando se penetra no nosso país, desde Portugal, a fermosura da paisaxém non permite pensar em cousa algunha. Mas antes de vadear o Minho, polos encantados lugares nos que as àguas pertencem a dous reinos diferentes, é impossíbel escapar à diversidade de reflexóns que surxem na nossa alma. Céu e Terra afirman a unha voz que os que alí viven som nossos irmáns; que a bandeira azul e branca dos Braganças, cobre a povos de sangre galega. A sua fala é tán nossa como os seus mares. As nossas montanhas salvam todo limíte, e com os seus brazos de granito unem, como noutros tempos, ós que tenhem unha mesma orixém, unha mesma história. Às veces arraigada em terra de ambas naçóns a arbore, dá sombra a xentes que sendo unas, se tenhem por diversas. Nos separam mais duramente do resto da peninsula as àsperas alturas do Manzanal, e a estepa de Terra de Campos o limíte mais acusado do território galego, que non é o caso do Minho e das cordilheiras de Penagache e Esculqueira. Desde que as àguas do nosso grande río correm unidas ó mar, o ar, a estaçón, o home e as ondas som iguais em ambas ribeiras. Caminha e A Guarda, pontos avanzados, se miram nas mesmas àguas. Os raios do Sol as firem por igual: as cançóns que resoam no ar tenhem unha só cadência; os páxaros aquáticos pousam o seu voo indistintamente em ambas marxens, que agora se chamam fronteiras. As pequenas ilhas, que cobertas de verdura parecem flotar indecisas sobre as àguas irmandadas, pertença de uns e de outros; os barcos que cruzam as ondas irritadas parecen feitos para viaxar e combater xuntos baixo um mesmo pabilhom. ¿Por qué están separados? Só o céu o sabe; ainda que é certo que aquelas xentes, filhas de um mesmo pai, alimentam entre sí rencores como os de Caín e Abel. Se duvidamos de que som unos, nos-lo diría a fereza com que se combatem, o mútuo despreço que se profésam, o duro dos ódios que a cada momento se levantam no seu corazón com redobrado ímpetu e furor. Héis aquí, que despois de saúdar a fronteira galega e de ver desde terra portuguesa passar diante da nossa vista, como encantado panorama, A Guarda com o seu promontório, as aldeias que povoam o val do Rosal e os diversos eidos que branqueiam ó largo da costa, nos momentos de estreitamento do rio, divisam-se claramente as diferentes povoaçóns da Galleira, xá se ouvem as cantigas da Terra, (…) O que entra ó nosso país por tán encantadores lugares, elhe impossíbel negar que poucos paisaxens podem comparar-se com estes que se presentam diante dos nossos olhos. De um lado a ribeira portuguesa coberta de frondosa vexetaçóm, aparecendo a pequena colina amuralhada de Valença. Do outro Tui, que desde a altura extende as suas ruas em declíve, ó longo das barreiras, entre hortas e xardíns, como quem vai buscando as àguas e as sombras do seu rio bem amado. Ó que tenha gozado dos agrestes e solitários desfiladeiros de Pedrafita e Nogais, encantadas Tebaidas onde se perdem e apagam os ruídos do mundo, a visón de Tui e dos seus poéticos arredores o surprêndem e maravilham, presentándo-se à sua vista como habitada pelos deuses. A fábula que fai deter alí ao filho de Diomedes, no é mais sorrinte que aquel Céu e aquela terra fermossíssima. A adelfa, que medra apenas nos desolados cauces dos quais é o único adorno, torna-se aquí unha árbore que se cubre de eternas flores purpúreas. A camélia fai-se tamém árbore; a laranxeira, coberta de frutos dourados, chega à altura dos castanheiros que medram ó seu redor. O dia, no que estas comarcas sexam mais frequêntadas, Tui será unha estaçón priviléxiada. Quando os vapores remontem o rio e rompam aquelas àguas apacíbeis e como dormidas, verá-se que non há nada mais fermoso que estas correntes e as suas frondosas marxens. Desde Tui a Salvaterra, perto de nove léguas, a paisaxém é das que quedam grabadas na alma e para sempre o seu imperecedeiro recordo. (…) Hái-nos que estám xá acostumados à fermosura sem limítes destes campos galegos, non se passa por estes lugares encantados, sem admiraçón e asombro. É impossíbel que em parte algunha da terra se encontre lugar mais apacíbel, mais fresco, mais cheio de luz. O tíbio do ar, o suave dos matices, o brando dos rumores, a luz, as folhas, os céus, a sossegada corrente, tudo encanta e embelesa. ¡Oh dulcíssimas soidades, eternalmente xovens e fermosas, digno límite de este país galego, tán pródigo em semelhantes espectáculos, se surpreendesteis a um corazón habituado à vossa beleza, qué farás, dí-nos, aos que acostumados às austeridades e à gravidade da estepa, lonxe das cousas risonhas, cruzam por primeira vez estes caminhos e contemplam estas ribeiras cobertas de folhas e de verdura, povoadas de rumores, que semelham as antigas melodias, deixam no corazón os seus monotonos e indescifrábeis encantamentos! As almas doentias, as que presa de inextinxíbeis inquietudes buscam o retiro solitário, as ondas silenciosas, as calzadas umbrías; os que amam a natural eloquência dos seres inanimados, atopariam facilmente nestes sítios quanto deba enchê-los de calma bemfeitora tán necesária. (…) A sua melancolía fere; a sua beleza enxendra pensamentos risonhos; (…); as horas passam caladas e lentas como as àguas do rio; as paixóns perdem a sua impetuosidade; as afeiçóns ganham em intensidade e duraçón; o home, em fím, parece reflexar em sí mesmo algo da beleza e da tranquilidade dos paisaxes que o rodeiam.
A publicaçón de A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos e de A Pobreza do Historicismo levou a que oferecessem a Popper unha vaga na London School of Economics. Em 1946, os Popper emigraram para Londres, desta vez definitivamente. Em 1949, e sem abandonar o lugar na London School of Economics. Popper foi nomeado professor de Filosofía da Ciência na Universidade de Londres. A partir dos anos 50, a reputaçón de Popper foi-se consolidando. Para isso contribuiu, em especial, a traduçón para inglês de A Lóxica da Pesquisa Científica, que até entón só existia em alemán. A versón inglesa é unha revisón e unha ampliaçón da obra orixinal. A partir de entón, a obra primitiva de Popper foi divulgada por todo o mundo e traduzida para muitas outras línguas, entre elas o português. Nos anos 60 e 70, Popper publicou os seus últimos dous grandes libros de filosofía da ciência, Conxecturas e Refutaçóns e Conhecimento Obxectivo, prontamente traduzidos para as principais línguas europeias. Na primeira obra, Popper refina e desenvolve as ideias expostas na sua grande obra anterior; a principal novidade é a introduçón do conceito de “verosimilitude”, ou aproximaçón à verdade, que exporemos no próximo capítulo. Em Conhecimento Obxectivo, Popper desenvolve unha teoría dinâmica do conhecimento humano em xeral, implicitamente em respostas ao desafio feito anos antes por A Estructura das Revoluçóns Científicas, de Thomas Kuhn. Para tal, inspira-se na teoría da seleçón natural de Darwin: as nossas ideias sobre o mundo que nos rodeia, e sobretudo as nossas ideias científicas, resultam do esforço para nos adaptarmos a esse mundo e resolvermos os problemas que nos son apresentados, e, tal como no caso das espécies animais e vexetais, há ideias e teorias mais adaptadas que outras aos problemas que enfrentam, mas, definitivamente, todas nascem, se desenvolvem e morrem.