Arquivos diarios: 28/11/2019

DE MANÓBRAS

Adquerim a certeza inapelábel, de que, se eu non era mais tonto, era porque non ensaiaba. Passei totalmente de Alicia, e puxem-me a cavilar, sobretudo na maneira de desertar. Xá que non vislumbrába a forma de poder facê-lo com garantias. Ós alevíns de xenerais, dei-lhes as clásses todas equivocadas, e em Xunho cateárom todos. O notário foi polo dereito, e os seus alumnos aprobarom todos, com o qual fiquei em entredito. Mas, como ningúm dos pupilos tomaba apontamentos, e eu os convencéra que era melhor exercitar a memória, que foram reclamar ó “Maestro Armero”. Non podiam probar nada! Xá levábamos várias horas de trasego, envalentonados pola arma e o uniforme, quando Pedro se puxo farruco com um taberneiro, que non queria dar de beber. Este, afirmaba que estábamos manchando o uniforme com a nossa borracheira, o qual, aparte do fervor patriótico do droguísta, era verdade. Gásus, a que se armou! Eu, que non estaba nuito mais enteiro, ainda que sim um pouco menos agressivo, tivem que conter por duas vezes o cabo Pedro: a primeira começou por pôr-se grosseiro com duas moças, às que inclúso chegou a apalpar-lhes o cú. O noivo estaba presente, e non passou unha desgraça, porque o notário se atravessou no meio, apaciguando os animos exaltados. Ambrósio Urquijo Sacristán, a partir desse momento, separou-se de nós e voltou para o vagón; mas Pedro dixo que o chefe era el, e non lhe deu a chave. Pouco despois, aproveitando que passaba um cura, soltou unha blasfémia infernal. O cura voltou-se, mansamente airado, fixo o sinal da cruz e musitou unha xaculatória de desagráviu. Non fixo mais, mas Pedro arrancou-se tambaleante, e menos mal que eu me interpuxem no seu caminho a tempo. Cheirábamos a vinho que apestábamos, o vinho que por natureza e crianza cheira bem, e até resulta aromático, misturado com os xugos àcidos do estômago, resulta unha peste. O cantineiro non era tán manso como o cura e, ademais, eu estaba cansado de fazer de barricada; ameaçou chamar a polícia militar, e com esta intençón se aproximou do telephone. O cabo, encarou o mosquetón, pegou o ferrolho e eu pensei que ali ibamos a fenecer todos. Passou-me a borracheira de golpe, e puidem calmá-lo, xogando-me um tiro a queima roupa. Pedím disculpas ao taberneiro, e a empuxóns, saquei o Pedro da cantina. Comigo, pesse ao seu vinho tán ágrio e belicoso, o cabo non se atrevía. Era consciente de que podia ser tán atravessado ou mais do que el. A noite tinha refrescado, e o frescor caminho da estaçón, acabou por devolver-me unha mortal lucidêz. Non me fiaba que o cantineiro, unha vez só, non tivera chamado à polícia e, nestes momentos, pensei outra vez em desertar. À merda com Pedro, à merda com as muniçóns e à merda com tudo. Os feitos, de descubrir-se, eram o suficientemente gráves como para colocar-nos ante um Conselho de Guerra. E eu non estaba disposto a enfrentar-me a este risco. Total, estaba a quarenta quilómetros da minha localidade; era questón de chegar, confessar à minha nái o que acontecera, colher o pouco dinheiro que houbera na casa e marchar para Alemanha. Mas, se chego de súbito, armado e prófugo, à minha nái dá-lhe um atáque. O Pedro, o cabo com mala bebida, nem o fresco da noite o tinha despexado. Assím que carguei com ele e, na proxima fonte que encontrei, metim-lhe a cabeza até que fixo gorgoritos de afogado. O cabo Pedro, o do mal vinho, esquentaba como um condenado e quería montar o mosquetón. Mas, eu xá tinha os ferrolhos no bolso, e non podia. A trancas e barrancas, cruzando raíles e tropezando com o balastro, chegamos à zona militar, ou sexa ao arsenal abandonado. Apoiado contra o vagón, dormitaba o notário, Pedro acomodou-se num leito de palha que lhe preparamos, e ó pouco xá roncaba como unha locomotora. Estába-se bem alí, naquel vagón. E se ninguém aparecia antes das oito, hora à que o enganchariam ó mercadorias, era como se non tivéra passado nada.

JAVIER VILLÁN E DAVID OURO

RUSSELL (UM EU MÚLTIPLO)

Esperançado com a xovem revoluçón, em 1920 visitou a Rússia com unha delegaçón para analisar as consequências daquele processo e reuniu-se com Vladimir Lenine. Na sua “Autobiografía” descreve a decepçón produzida pola conversa e, em xeral, polo rexíme bolchevique, que considerou autoritário e cruel. Apresentou esta experiência em “Práctica e Teoria do Bolchevismo (The Practice and Theory of Bolshevism), o que nos tempos da Guerra Fria lhe granxeou a simpatia dos conservadores. Nesse ano de 1920, era parceiro de Dora Black, com quem visitou Pequim para dar conferências de filosofia durante um ano. No seu regresso, em 1921, Dora engravidou e Russel decidiu, por fim, divorciar-se de Alys. Dora Black, feminista e socialista que Russell conhecera nas campanhas contra a guerra, também visitará a Rússia bolchevique e, ao contrário de Russel, era a favor da revoluçón. Os dous tiverom três filhos – John, Katharine e Harriet -, o que os incentivou a fundar unha escola em que as ideias inovadoras de ambos sobre educaçón fossem postas em práctica. A escola de Beacon Hill funcionou até 1943, mas, em 1932, Russel abandonou a experiência na sequência da dissoluçón do seu casamento. Nesta época, Russell sustentava a família com as suas conferências e libros de divulgaçón sobre diversos temas, como física, educaçón ou moral. Com a perda dos rendimentos estábeis do trabalho académico, teve de viver como “freelancer” até 1944, ano em que foi readmitido em Cambridge. Apesar das suas orixens aristocráticas non tinha grandes recursos, antes polo contrário: a pequena herança da avó foi gasta na publicaçón de “Principia Mathematica”; em 1931, com a morte do irmán, Frank, Russell herdou non só o título de conde como dívidas permanentes, pois durante toda a sua vida teve de pagar unha pensón à segunda mulher de Frank, por obrigaçón legal, e igualmente de sustentar a família que tinha com Dora, além de se encarregar das suas novas relaçóns. Estas obrigaçóns permanentes explicam a intensa actividade editorial de Russell, que, embora por vezes tenha perdido em profundidade e intensidade filosófica, resultou em obras-primas da divulgaçón filosófica pola sua clareza e estilo. Voltaria a casa em 1936, dessa vez com Patricia Spence (chamada “Peter” nos seus textos), estudante de Oxford, antiga ama dos seus filhos e funcionária da escola de Beacon Hill, que, como foi dito acima, Russell abrira xuntamente com Dora. Com Patricia teve um novo filho, Conrad, que se tornaria historiador e figura de destaque do Partido Liberal.

FERNANDO BRONCANO