Arquivos diarios: 19/11/2019

HABERMAS (A DICTADURA FINANCEIRA)

A República de Bona, a República Federal da Alemanha, e a sua constituiçón de 1949 constituem o marco nacional-estatal de referência para as abordaxens políticas de Habermas até à reunificaçón. É neste contexto que se posiciona sobre o Estado Social de direito que na Alemanha se constitui como Estado Social. Habermas foi sempre um defensor acérrimo dos processos democráticos, incluindo os processos de “constitucionalizaçón”, e sentirá como decepçóns non apenas o xá referido fracasso da Constituiçón europeia como também o facto de, após a queda do Muro de Berlim, a reunificaçón alemán ser levada a cabo em velocidade de cruzeiro – um processo capitaneado por Helmut Kohl -, que contornará a esixência de um processo constituinte. Depois da reunificaçón e no quadro da Unión Europeia, Habermas redimensionará muitas das suas formulaçóns e propostas políticas na direçón do tradicionalismo federalista como opçón possíbel para a Europa e do cosmopolitismo kantiano como horizonte mundial para conseguir a hexemonia dos direitos humanos. Na citaçón anterior em que referia os contextos para repensar a cidadania, Habermas xá referia, em 1992, a contradiçón que a Europa enfrenta em relaçón às migraçóns internacionais. A integraçón de imigrantes é um aspecto da questón, mas também a necessidade de lidar com os pedidos de asilo e refúxio em consonância com o princípio do universalismo. Habermas defenderá a vocaçón universalista e cosmopolita da Europa. Ao mesmo tempo torna-se patente que o estado-naçón fica ultrapassado polos efeitos sistémicos da economia globalizada, e que se desenha unha constelaçón pós-nacional. Habermas confia que a Europa supere a actual conxuntura de desagregaçón e défice democrático com o obxectivo de fazer frente aos efeitos lesivos de unha economia global sem direçón política. Só unha grande entidade política (a única esperança é a Europa) poderá dominar as dinâmicas económicas da globalizaçón e restaurar unha ordem democrática contra o que muitos denominam “Dictadura Financeira”. É nesta conxuntura de extrema gravidade que se encontra actualmente a cidadania europeia

MARÍA JOSÉ GUERRA PALMERO