A LITERATURA CASTELÁN (2)

Non menor que a dificuldade de estabelecer caracteres inequívocos e perdurábeis nunha literatura qualquer é a de dividila convenientemente em épocas ou períodos. O passo de uns a outros nunca é tán concreto que poida determinar-se com precisón; todo câmbio supón um proceso lento e a complexa colaboraçón de muito diversos factores. Se tomamos obras características de certos momentos culminantes e bem definidos e as comparamos entre sí, as diferenças podem ser tán profundas que non há dúvida possíbel de que nos encontramos em diferente tempo; mas o limíte que as separa é tán fluido como a alba ou o ocaso de cada día. A semelhante fluidez contribuie um feito de fácil experiencia, bem comprobado nalgúm dos rasgos desta literatura que estudamos: nunca um período rompe por enteiro com o anterior – em ningúm aspecto da história, que non só nas letras -; muitos factores penetram na época seguinte, bem pola sua maior capacidade de resistencia ou bem porque representam adquisiçóns fundamentais (por encima de modas ou tendências efímeras) às que xá non se pode renunciar; outros, em câmbio, se apresentam como audaces intuiçóns, que se anticipam aos tempos futuros. Desta forma, cada período funde, com os seus próprios rasgos, correntes velhas – ou simplesmente rezagadas – e tendências futuras, fazendo farto problemáticos os limítes de entrada como os de saída. De onde deducimos, que toda separaçón que se estabeleza há de ter non pouco de discutíbel ou de convencional. Pese a tán certas dificuldades e sem desconhecer o descrédito em que caíu a divisón por séculos – esa divisón “tán de almanaque como a centúria”, segundo Menéndez Pidal a chama – , non cabe negar que cada um daqueles costuma diferenciar-se dos demais por caracteres que em boa medida podem precisar-se; non porque os feitos de cultura axustem o seu andar com as revoluçóns astronómicas, senon porque cem anos costumam representar um lapso de tempo suficiente para que o passo do tempo cumpra a sua missón. Bem entendido que non todos os séculos tenhem no processo cultural a mesma duraçón; há séculos “longos” e séculos “anchos”, que se encolhem entre o desborde do anterior e o prematuro alborear do subseguinte. Mas como, à sua vez, também um século pode ser unha etapa demasiado dilatada para supor a persistência invariábel de rasgos específicos, entón fai-se precisa a subdivisón em períodos de maior ou menor extensón, acerca da qual existem os critérios mais variádos. Hoxe goza de xeral prestíxio entre nós – sobre tudo para aplicá-la aos tempos mais próximos – a divisón por xeraçóns, supondo que as pessoas da mesma idade, submetidas ao influxo de factores idênticos, tenhem que constituir um grupo de certa afinidade. Mas tampouco existem xeraçóns “puras”, como non existem séculos “puros”. Sobre qualquer grupo humano exerce sempre a sua presón a xeraçón declinante que com el convive todavía e a nova que se apresta a substituí-la; polo que, salvo em casos muito especiais, a divisón xeneracional pode ser tán caprichosa e discutíbel como outra qualquera. Em linhas xerais, os grandes períodos da história literária coincidem com os das outras literaturas fundamentais da Europa; afirmaçón que também ha de ser aceitada com certa elasticidade. O Resurximento, por exemplo, anticipa-se em Itália – a sua grande criadora e mêstra – em mais de um século com referência aos nossos países; o nosso período neoclassicista, de imitaçón francesa, comeza a adquerir significaçón quando na mesma França se inicia a seu abandono, retraso que há de influir despois na assincronía de todos os nossos movimentos literários do século XIX respeito ao xeral rítmo europeio. Sem embargo, como queira que todos estes fenómenos hán de ser convenientemente matizados no seu momento oportuno, e dado que – com toda a sua problemática exactitude – fai-se inevitábel trazar algúm xénero de divisón por razóns de simples distribuiçón da matéria, aceitamos – como esquema provisional e simplificador – a mais admitida classificaçón da literatura castelán nos períodos seguintes: 1) Idade Média, 2) Resurximento e Época Barroca, 3) O Século XVIII, 4) O Século XIX, 5) A Época Contemporânea.

JUAN LUIS ALBORG

Deixar un comentario