AURELIUS AGUSTINUS (SUBSTRATUM)

Igualmente notório é o contraste entre a indiferença pelo pai e a veneraçón que Santo Agostinho sente por Mónica, a nai. Segundo o retracto que fez dela em Confissóns, Mónica converteu-se no protótipo e encarnaçón do ideal da nai cristán: educada no seio de unha família profundamente crente, Mónica é-nos apresentada como um exemplo de devoçón e de fé inquestionada e inquestionável, como unha esposa submissa, que suporta com abnegaçón as explosóns de ira do marido, mas sobretudo, como unha nai dedicada, cuxa maior preocupaçón é zelar pola probidade espiritual (católica) dos seus descendentes. Se as Confissóns constituiem o relato autobiográfico de um caminho de conversón espiritual, non é de estranhar que Mónica sexa a outra indiscutível protagonista do texto, xá que, para Santo Agostinho, a piedade e a perseverança da nai foram determinantes no seu caminho rumo à verdade. Por fim e para concluir as relaçóns de parentesco, a família de Agostinho integrava pelo menos um irmán (Navíxio) e talvez duas irmáns, cuxos nomes desconhecemos. Se ampliarmos o campo de observaçón para lá do restricto círculo familiar, o pano de fundo com que Santo Agostinho cresceu (e onde até ao fim, decorreria quase toda a sua vida) é o de unha remota província do tardio Império Romano: Numídia. Remota non tanto em termos xeográficos (corresponde, sensivelmente, à actual Tunísia e aos territórios fronteiriços com a Arxélia), mas pelo seu papel periférico na história do Império. Ao contrário das províncias do Mediterrâneo oriental (Grécia, Ásia, Síria, Exípto…), que sempre mantiveram o seu perfil de grandes centros económicos, comerciais e culturais do Império, ou da própria Hispânia, de onde vieram três dos mais influentes imperadores romanos (Trajano, Adriano e Teodósio), a Numídia romana, mesmo nas suas melhores épocas, nunca passou de unha próspera e bucólica província agrícola, celeiro da sempre faminta Roma, mas afastada das efervescentes disputas e correntes filosóficas ou literárias. Convém recordar que Santo Agostinho foi, literalmente, um provinciano, tal como era provinciano o meio em que se educou e no qual concebeu o grosso do seu pensamento.

E. A. DAL MASCHIO

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