Arquivos diarios: 09/11/2019

RAWLS (RACIONAIS E RAZOÁVEIS)

Unha teoría da xustiza debe reconhecer que temos o direito de procurar atinxir os nossos obxectivos pessoais na vida com os meios que acharmos oportunos. Temos direito a viver a vida que considerarmos boa para nós sem que os outros o impeçam. Mas também somos razoáveis, ou sexa, entendemos que a nossa ideia de vida boa non se debe impor à dos outros nem debe ser um obstáculo para aquilo que os outros consideram ser bom para eles. Por isso, é razoável acordar regras de convivência que permitam a todos sem excepçón desenvolver os seus proxectos de vida. Non é razoábel non estar dispostos a propor esses princípios ou a honrar os termos equitativos da cooperaçón quando podemos razoavelmente esperar que os outros os ván aceitar; non é nada razoábel que alguém pareça ou finxa propô-los ou honrá-los, mas estexa disposto a violá-los em seu próprio benefício mal a ocasión o permita. Deste modo, de um ponto de vista público (que é o ponto de vista da escolha dos princípios de xustiça) a razoabilidade debe, loxicamente, preceder a racionalidade: sabemos que os nossos planos de vida non debem ser concretizados contra os planos de vida dos outros. De outra forma, a xustiça non faz sentido. Pensar que os meus interesses, só pelo facto de serem meus ( ou de corresponderem ao que considero ser ética, relixiosa ou epistemoloxicamente verdadeiro), son mais valiosos do que os dos outros, anula totalmente o “sentido de xustiça”. E todos os seres humanos son capazes de ter um sentido de xustiça, pensa Rawls. Em terceiro lugar, as pessoas racionais e razoáveis que ván partilhar um acordo social veem-se a si próprias como “libres e iguais”. Como os indivíduos desexam viver de acordo com as suas próprias ideias sobre o que é bom para eles, debem ser libres. Isso significa três cousas. Primeiro, que as pessoas son capazes de ter unha ideia do que é bom para elas e de poderem mudá-la sempre que o considerem oportuno. Segundo, que as pessoas son libres porque se veem a si próprias como fontes autolexitimadoras (self-authenticating sources) de esixências morais válidas, ou sexa, como criadoras e avaliadoras de princípios morais. À marxem de qualquer autoridade e xerarquía social, cada pessoa é autónoma para decidir como debe viver (este será um ponto que trará rapidamente problemas de coherência em relaçón ao resto dos postulados). Ser moralmente autónomo significa non recorrer a unha fonte externa, a um terceiro (Deus, a Igrexa, a Naçón, a tradiçón, a natureza, os sábios, etc…) para decidir porque um acto é moralmente bom. É o próprio indivíduo que tem a última palabra. E terceiro, que as pessoas son libres porque se responsabilizam polos fins que escolherom. As pessoas non son portadoras passivas de desexos, como no utilitarismo, pois têm a capacidade de assumir a responsabilidade polos seus obxectivos morais. Portanto, também son responsáveis polo axustamento dos seus desexos ao conxunto de recursos que, com xustiça (depois de cumprirem os princípios de xustiça), lhes correspondem.

ÁNGEL PUYOL