BERKELEY (O TENEBROSO DA “GLORIOSA”)

Paralelamente, o apoxeu da sociedade de consumo xerou unha espécie de permissividade nos costumes, as apostas, o teatro e os bailes centravam o debate entre as diversas sensibilidades relixiosas acerca dos limites da moralidade. Mas as causas do confronto relixioso na Gran-Bretanha do século XVIII non procediam exclusivamente dos comportamentos morais, antes se misturabam com outras de grande importância política, social e económica, como os confrontos territoriais na Escócia, em Gales e na Irlanda, ou a independência dos territórios da América. O períplo vital de George Berkeley transcorreu, como vimos entre a Irlanda a Inglaterra e a América, além das suas viagens por França e Itália. A parte do século XVIII que lhe coube em sorte viver foi marcada pelos conflictos na Irlanda e na Escócia e pela independência das colónias americanas. Como non podia deixar de ser, as contradiçóns latentes nesses conflictos também se manifestabam na vida quotidiana dos cidadáns desses países. Berkeley fazia parte de unha sociedade convulsa marcada por grandes diferenças sociais. Xunto dele conviviam aristócratas, nobres, camponeses, fazendeiros, xornaleiros, colonos, trabalhadores industriais e artesáns, alguns deles enquadrados nunha incipiente classe média difícil de definir. A elegância partilhava o palco com a miséria, muitas vezes sem possibilidade de diferenciar libertinos e rufías, bufóns e pedantes, vigaristas e ladróns, que se misturabam apesar dos seus modos ou da sua vestimenta. A Revoluçón de 1688 inaugurara em Inglaterra unha nova situaçón de maior liberdade, conducente a unha incipiente separaçón de poderes que outorgou o poder lexislativo ao Parlamento, lonxe da inxerência da Coroa. Todavia, em muitas ocasións, a monarquia continuava a exercer o poder absolucto, a práctica do voto non estaba garantida e as elítes monopolizavam o Parlamento de facto, había deputados que tinham muitos dos seus familiares a desempenharem tarefas relacionadas com a sua própria actividade parlamentar. Naqueles tempos, o luxo convivia com o tifo e a insalubridade, e a violência nas ruas só era combatida com repressóm brutal por parte das instituiçóns. A evidência de unha enorme desigualdade social tornava-se cada dia mais insuportábel.

LUIS ALFONSO IGLESIAS HUELGA

Deixar un comentario