THOMAS S. KUHN (PASSAR PARA O LADO DOS FILÓSOFOS)

Xá antes da publicaçón de A Revoluçón Copernicana, Kuhn começara a tirar apontamentos sobre as questóns epistemolóxicas que mais lhe interessavam, em especial sobre a natureza das grandes mudanças no desenvolvimento do conhecimento científico: os temas que depois haberia de consolidar na sua segunda grande obra A Estructura das revoluçóns Científicas. Com o primeiro libro, Kuhn mostrara ao público que era um bom historiador da ciência; com o segundo queria mostrar que também era um bom filósofo da ciência. Nos primeiros anos depois da sua publicaçón, A Estructura das Revoluçóns Científicas non tivo a ressonância que Kuhn esperaba. Ele próprio conta que escreveu o libro a pensar em primeiro lugar nos filósofos da ciência. Só que eles, pelo menos naquele momento, non se mostrarom especialmente impressionados. Hoube algunhas recensóns do libro em revistas de filosofia, que non forom muito positivas. Nessa época, ainda dominada, em grande medida, pelos herdeiros do positivismo lóxico, a opinión da maioria dos filósofos da ciência parece ter sido que o libro de Kuhn era o texto de um historiador da ciência, que dizia cousas interessantes, sem dúvida, mas que non tinha muito a ver com as questóns xenuínas da filosofia da ciência. Por outro lado, no campo dos historiadores profissionais deu-se o efeito paralelo e contraposto: com o libro, Kuhn teria passado para o lado dos filósofos e teria deixado de ser um verdadeiro historiador. Curiosamente, e para surpresa do próprio Kuhn, o primeiro âmbito disciplinar em que o seu libro teve um verdadeiro impacto foi o das ciências sociais, em particular, o da socioloxía da ciência. Com efeito, na abordaxem kuhniana há unha entidade sociolóxica que desempenha um papel preponderante como “portadora de um paradigma”: as “comunidades científicas”, ou sexa, pequenos grupos de pessoas que investigam determinado campo, partilhando unha série de ideias básicas e interrelacionando-se de forma estreita. Tais comunidades son, em boa parte, independentes dos obxectivos e das estructuras das instituiçóns, Estados, empresas, etc… , com que, sem dúvida, están relacionadas de algunha forma, mas non son essenciais para compreender a natureza intrínseca da investigaçón científica. Esta orientaçón “microssociolóxica” no estudo da ciência rapidamente despertou o interesse de unha nova xeraçón de sociólogos, apesar de non ter sido neles que Kuhn pensara em primeiro lugar ao publicar o seu libro.

C. ULISES MOULINES

Deixar un comentario