ROUSSEAU (O PROGRESSO HUMANO)

A ideia de progresso para melhor consegue, entón, sobrepor-se às cosmovisóns mais pessimistas e qualquer retrocesso é assumido como algo necessário para tomar um renovado impulso. Naturalmente, esta visón do futuro está suxeita à lei pendular dos decursos históricos, que infelizmente agora ficou invertida, de tal forma que todos os relatos futuristas de ficçón científica, lonxe de imaxinarem um devir mais risonho, mostram apenas enormes desgraças e hecatombes cada vez mais sinistras. Caberia argumentar que isso também sucedia, por exemplo, há meio século, e que aí está para o demonstrar , sem ir mais longe, o impactante desenlace do filme “O Planeta dos Macacos” (1968), com aquela antolóxica cena final em que Charlton Heston de depara com as ruínas da estátua da Liberdade encalhadas nunha praia. Porém, a enorme diferença reside em que durante os anos sessenta do século XX, apesar dos pesares, da ameaça de unha guerra nuclear, do muro de Berlim e de quanto se quiser para aqui chamar, os pais pensavam que os seus filhos iam viver melhor do que eles próprios, convicçón que muito poucos se podem dar ao luxo de albergar nestes tempos em que as inxustiças se globalizaram.

ROBERTO R. ARAMAYO

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