Para dizer a verdade, a nossa relaçón com o ser é principalmente doméstica. De facto, ser é o que subentendemos quando, distraídamente, manexamos ou fazemos as coisas mais quotidianas e normais, como vestirmo-nos de manhán, caminhar para chegar ao emprego ou comer com talheres, pregar um crávo com um martelo ou beber de um copo. O subentendido funciona, quer se trate de cousas ou de acçóns, mas também de forma destacada quando dizemos que vamos contar unha cousa. As cousas, como vemos, também de dizem, e a nossa relaçón com elas ocupa um lugar muito proeminente nesse dizer. De cada unha das cousas que fago ou que digo posso dizer que é. De mim próprio, para começar, que posso manexá-las e dizê-las, precisamente, porque, antes de mais nada, “son”. Há unha certa tiranía do ser, porque nada parece ficar fora dele, ao ponto de se poder dizer, embora isso tenha consequências de longo alcance e, às vezes, quase tenebrosas, que tudo é: terá de se esclarecer, de facto, porque passamos tán facilmente do falar de cada cousa em particular a esse todo. É, inclusivamente, porque é quase mais fácil dizer algo sobre o todo do que sobre unha cousa concreta, cuxa proximidade nos parece unha barreira. Parece que o subentendido “ser” nos leva, por si só a reconhecer algo como o “tudo”, como se no significado “ser” residisse unha tendência que o levasse a fundir-se com ele. Mas talvez isso aconteça quando ao mesmo tempo subentendemos que o ser é um significado, assunto obviamente nada claro, como tentaremos ver. Em todo o caso da perspectiva do subentendimento, poder-se-ia dizer que o ser aparece como algo irremediável, embora também, para nosso descanso, despercebido. De facto, o que sería de nós se a cada passo, quando fazemos, usamos ou dizemos unha cousa, tivéssemos de estar a perguntar pelo ser daquilo que fazemos ou da cousa e tivéssemos até de discernir, para continuar a avançar. se, por exemplo, no caso de “pregar” e de “martelo”, se trata de um mesmo ou de um diferente ser? Talvez a única forma de abordar a questón para este caso e outros similares fosse através da linguaxem, cuxa gramática estabelece unha diferença fundamental entre o verbo (pregar) e o substantivo (martelo). Apercebemo-nos do abismo que subxaz a esta diferença entre o verbo e o substantivo, e o que se esconde por trás dela? Inxenuamente poder-se-ia perguntar: onde há mais ser, no verbo ou no substantivo? Qualquer pessoa podería ver que a pergunta esconde um truque, mas non faz mal continuar a segui-lo, se nos esclarece algunha cousa. O recurso à linguaxem, por outro lado, non nos devería fazer esquecer que esta distinçón xá obviou o “ser”, que é anterior a toda a diferença gramatical.
Foi presisamente com Ercília Costa (1902-1985), também conhecida como a “Santa do Fado”, ou “Sereia peregrina do Fado” que o fado inicia a sua internacionalizaçón, sendo esta a primeira fadista que tentou de forma sistemática levar o fado além-fronteiras. Apesar de ser actriz de revista, foi como fadista que se notabilizou. Realizou várias digressóns internacionais, entre as quais, no Brasil em 1936, França em 1937, Estados Unidos em 1939 e 1947. Foi acompanhada por grandes mestres da guitarra portuguesa, como Armandinho ou Raul Nery e gravou vários discos antes da década de 1950, tendo sido unha das grandes artistas de primeira metade do século XX. O fado, enquanto forma de entretenimento, marcava também presença assídua no circo e no circo equestre, através das suas populares cantatrizes, como é o caso de Judite Pinto ou Maria Emília Ferreira. O fado, ao proxectar-se internacionalmente, afirma-se como a grande cançón nacional nas décadas de 30 e 40 do século passado, ganhando maior espaço na literatura, teatro, cinema, rádio e indústria discográfica. Ao assumir unha nova dimensón, o fado chega ao grande público e ganha contornos nitidamente comerciais. É nesta época que se alicerça o imaxinário fadista que se vem a expandir e solidificar nas décadas seguintes. Nasce entón a figura do fadista enquanto artista, que passa a brilhar nos palcos do teatro, nas pantalhas do cinema, na rádio e a fazer-se ouvir em disco. Com o fadista surxem as casas de fado, estas xá bem diferentes das tabernas e dos bordéis de outrora, que se instalam nos bairros históricos e promovem o convívio no seio do “milieu” artístico.
Hume propôs este ideal de unha forma coherente e sistemática. O seu pensamento desdobrou-se nunha série de facetas e aspectos, mas todos apontavam para unha mesma direçón: pensava que podia axudar-nos a mudar a nossa existência, orientando-nos em relaçón ao estabelecimento das nossas prioridades à escala pessoal e social. Perseguia a construçón de um estilo de vida baseado na realizaçón das nossas tendências naturais e propunha um modelo de sociedade em que facilmente elas pudessem florescer. Na medida em que as nossas sociedades ocidentais encarnam muitos dos valores que defendeu. Hume continua a ser nosso contemporâneo e, a outro nível, é unha alternativa para confrontar outros modelos sociais. À medida que formos aprofundando o seu pensamento, iremos ver que a sua análise da sociedade constitui unha grande exposiçón da filosofía política que, num sentido muito lato, chegou a conhecer-se mais tarde com o nome de “Liberalismo”. Quando terminar a leitura do presente libro, o leitor pode fazer a proveitosa experiência mental de confrontar tudo o que aquí foi exposto com a realidade de qualquer sociedade na qual predomine unha relixión monoteísta. Trata-se de um bom exemplo de que o Iluminismo tem ainda muito para alcançar.
Às oito da tarde, mais ou menos. A Polícia Militar metía no trulho a dous colegas, que tinham pescado unha “merluza” patriótica. Em vez de cantar “Astúrias patria querida”, cantabam o himno da Lexión, “soy un hombre a quien la suerte hirió con zarpa de fieraaaa, soy el novio de la muerte que va unirse en lazo fuerte con tán leal compañeeeraaa.” Mais próprio houbera sido que cantaram o himno da infantaría, que para isso eram da Arma e, ademais resultaba mais bonito e menos fúnebre, “ardor guerrero vibra en nuestros pechos e de amor patrio henchido el corazón…” Vinham broncos, desalinhados e como “cubas”, e armabam camorra por tudo e por nada. Afirmando, que aquilo non era unha borracheira, senón unha celebraçón. Non lhes fixem muito caso, e a um que se puxo pesado, ameacei dar-lhe unha “hostia”. Foi mán de santo; calou a boca e começóu a dormir. Por aquela, eu non soportaba os borrachos, o cheiro ácido do seu alento, o fedor a leite cortada, quem non sabía mexar, que non bebera! Non recordo que faría conmigo mesmo, quando me passaba de copas. Ós poucos minutos roncabam igual que locomotoras. E, como tampouco aguantaba os ronquidos, despertei-os zarandeándo-os sem consideraçón. Eu passei a noite em branco e eles em sobresaltos e em vixía: o vinho podía-lhes mais, mas o temor a molestar-me cos ronquidos podía-lhes muito mais. E permanecerom despertos. O seguinte dia, ó toque de diana, soltarom-nos, xá non recordabam muito bem que tinha passado, mas, pedirom-me perdón. Eu, xa comezaba a estar no calabozo como em casa própria, assim que foi o melhor que puideram fazer, disculpar-se pola intromisón e falta de cortesía. (…) O qual me confirmou a ideia de que muitas cousas que lhe passam às pessoas, som puros “nervos”, falta de confiança em sí mesmos e solidón. E que, segundo te trate a vida, e segundo com quem te xuntes, és de unha maneira ou de outra. A mim, por exemplo: aquel arresto deixára-me muita acidez na alma. De acordo que eu non era um modelo, nem o meu amor pola disciplina era para colgarme medalhas. Mas, por unha pelexa num bar com dous cabróns, non se me podía por o ferro de maldito; que isso foi o que no quartel fixerón comigo; marcarme a fogo. Xa non era o recruta torpón e patoso, “reeecruta calamidaaad parabaparabapapá…” Agora, era o soldado sem honra, que o día sagrado da xura de bandeira, cumpría arresto no calabozo.
Quando Aristóteles fez dezzassete anos, Próxeno enviou-o a Atenas, para completar a sua educaçón na Academia de Platón, considerada xá naquela altura a melhor instituiçón pedagóxica da Grécia. Tudo parece indicar que, nessa època, Aristóteles mostrava um grande interesse pola ciência empírica e que era um alumno com personalidade, como demonstra unha das alcunhas que os seus colegas lhe atribuíam “o leitor”, non porque lesse muito, mas porque – atençón – lia el próprio os textos, em vez de os mandar ler a um escravo, como era a norma da época. Na Academia entrou em contacto com o pensamento platónico, apesar de ter demorado mais de dois anos até conhecer pessoalmente o mestre, pois, no momento da sua entrada, Platón encontrava-se de viaxem pola Sicília. Escreveu-se muito sobre o hipotéctico choque de titáns e posterior ruptura entre ambos os pensadores. mas custa a acreditar que Aristóteles passasse vinte anos na instituiçón sem se sentir intelectualmente compensado ou simplesmente confortável. Por outro lado, o Estaxirita tornou-se rapidamente no principal discípulo do mestre, aspecto inconcebível quando se afirma que o primeiro defendeu teorías radicalmente opostas às do segundo. Aparentemente, está documentado o carácter polémico e o espírito crítico de Aristóteles, de quem, de acordo com Dióxenes Laércio, Platón tería dito, por exemplo, que “dá couces contra mim, como os potros recém nascidos contra a própria nái”, xerando algunhas tensóns. Apesar de tudo, o mestre estaba perfeitamente consciente do talento do seu discípulo, a quem também dedicaba alcunhas tán lisonxeiras como “a intelixência”. De qualquer forma, a natureza da relaçón pessoal entre os dous xigantes da filosofía continua hoxe a ser um mistério e albo de discusóns. O único facto obxectivo é que, ao longo da sua obra, Aristóteles sempre se referiu a Platón com suma admiraçón, ainda que com frieza. E parece mais do que razoábel inclinarmo-nos para o teoría de que Aristóteles se foi distanciando pouco a pouco das teorías do mestre, especialmente a partir do momento em que abandonou a Academia.
Ó compreender que necessitaba unha axuda, a Senhora Turner presentou à sua nobre cliente um tál Simón Forman, todavía mais bruxo do que ela. E por isso debe entender-se que, se a Senhora Turner se contentaba com empregar uns filtros ou uns ungüentos mais ou menos duvidosos, Forman non titubeaba em recorrer à maxía negra. Era, segundo afirmaba a almidonadora, um home muito hábil que negociaba com os demónios e obtinha deles quanto desexaba. Como era natural, a sua melhor arma era a misa negra. Este foi o meio que propuxo a Lady Frances, a qual, por sua parte, non vacilou nem um instante, tal era o temor que lhe inspiraba ter de suportar a um esposo. Y unha noite sombría, aquela mulher xovem e encantadora non temeu ofertar o seu corpo à abdominábel ceremónia… Despois, algo mais tranquilizada, partíu para Chartley. Simón Forman tinha-lhe assegurado que Essex se comportaría com ela como se fosse um irmán… Mas sem dúvida a maxía de Forman non era o que este pretendía, pois Frances non tardou em compreender que se tinha envilecido inútilmente. Apenas Essex víu a sua mulher, quedou prendado loucamente dela e, como é lóxico, tratou em seguida de fazer valer os seus dereitos conxugais. Frances, aterrada, recorreu primeiro a todas as estrataxemas possíbeis, desde o pudor ultraxado até à xaqueca mais insoportábel, e así ganhou várias noites, mas Essex era xovem ardente e de escasa paciência. Verdadeiramente assustada, Frances pedíu auxilio e dirixíu duas cartas desesperadas, unha à Senhora Turner e a outra a Forman, ao que ousou escreber: “Queridíssimo padre, rogovos unha vez mais que conservéis o vosso afecto por mím, aínda que xa sei que o tenho. Fazei que o meu marido se calme a meu respeito…” As respostas chegarón em forma de uns polvos com os que había que sazonar os alimentos do inflamado esposo, e de unha figurinha de cera, obra de Forman, que pretendía representar o referido marido. Na zona do corazón, esta figurinha tinha craváda unha longa espinha de árbore sem folhas, destinada a provocar a morte de Essex ó cabo de um ano. Este non morreu, mas as drogas dos feiticeiros fixérom-no enfermar gravemente, sem que, a pesar de tudo, se chegasse a um desenlace fatal. Aínda que desexára vivamente desembarazar-se de el, a xovem esposa titubeaba todavía ante a utilizaçón de um veneno mortal, mas a sua vida conxugal estaba-se convertindo num inferno. Essex, enfurecido polas negativas da mulher à que adoraba e à que aínda non tinha podido tocar, enlouquecía a olhos vista e a sua loucura era furiosa. Frances, atemorizada, suplicou ós seus que acabassem com aquela unión que a horrorizaba, xá que cada dia era mais intenso o amor que a unia a Robert Carr. Os Howard acabaron por deixar-se convencer e, a finais de 1612, apresentarón ò rei unha petiçón de anulaçón do matrimónio por parte da condesa de Essex e da sua família, transmitida pola Comisón dos Obispos da Inglaterra. O motivo invocado era a “non consumaçón do matrimónio por impotência do marido”, o que non deixaba de ser o cúmulo… A través de Robert Carr, os Howard tinham o rei da sua parte, e contra semelhante coaligaçón, os Essex non podían actuar. A sombra da anulaçón aproximaba-se a grandes passos quando, da maneira mais imprevissíbel, alguém intervém para opor-se ó facto: nada menos que Overbury, que non quería que o seu amo idolatrado se casára com Frances. Para dar forza òs seus argumentos, Overbury ameazou a Carr com o escândalo se persistía na sua actitude, o que provocou unha disputa que non tardou em agriar-se. Os dous xovens trocarom inxúrias e estiverom perto de agredir-se. Overbury apenas tivo tempo de escapar do muito pesado punho de Robert, mas ó encontrar a Lady Essex num corredor de Whitehall, preso da ira lhe chamou em pleno rostro: ¡Zorra! A bella Frances estivo a um trís de afogar-se em cólera, mas recuperou a compostura. Um quarto de hora mais tarde manifestaba a sua opinión sobre o Overbury por todos os recobecos do palácio: ¡Esse vilán! ¡Essa escória da humanidade, esse demónio encarnado…! Entretanto, o flamante Lord Rochester, por sua parte, calmaba-se. A reflexón o levou à conclusón de que mais valía apaciguar a Overbury. ¡Sabía tantas cousas!
A publicaçón de A Orixem da Geometría teve, em xeral, unha recepçón muito positiva (recebeu o prestixiado Prémio Jean Cavaillès, em epistemoloxía moderna, por exemplo) tanto por parte da filosofía institucional como dos seus sectores mais críticos. O tom com que iniciava a sua introduçón xá propiciaba esse consenso: “A nossa única ambiçón é reconhecer e situar, neste texto, unha fase do pensamento de Husserl, com os seus pressupostos e a sua própria incompletitude”. Para algúns, o trabalho realizado com o texto de Husserl era tecnicamente inmaculado e incluía contribuiçóns valiosas para a sua interpretaçón. Para outros, Derrida levaba ao limite a abordaxem fenomenolóxica enquanto assinalaba as solicitaçóns de princípio internas ao seu discurso. Com o tempo, non foi difícil reconhecer no seu texto o anúncio detalhado do seu percurso futuro. Assim, a orixem (o absoluto orixinário) será caracterizada ali como algo que é anunciado, mas que escapa continuamente, que nunca se pode tornar presente, mantendo-se apenas como diferença, sempre futura, traços estes que se reencontrarán mais tarde sistematizados e reelaborados sob a noçón de “différance”. A notoriedade que alcança com a publicaçón do seu texto sobre Husserl terá como primeira consequência a multiplicaçón de convites para participar em inúmeras publicaçóns e conferências. A primeira palestra que dará em París, no Collège Philosophique, incidirá sobre a História da Loucura de Foucault (“Cogito e História da Loucura”, 1963). Por ocasión da publicaçón de A Orixem da Geometría, Foucault escrevera-lhe: “sem dúvida, o primeiro acto da filosofía para nós é – e por muito tempo – a leitura: a tua apresenta-se precisamente e de forma evidente como tal acto. Por isso, tem esta honestidade réxia”. A leitura como práctica filosófica fica assim assinalada como unha espécie de marca xeracional que ambos partilham, embora se trate de duas maneiras de ler, a xenealóxíca e a desconstructiva que, sendo ambas extremamente minuciosas, em breve se manifestarám como diametralmente diverxentes. Agora, na sua palestra, Derrida irá focar-se num detalhe “menor” (o uso que Foucault faz no seu texto de unha passaxem da primeira das Meditaçóns de Descartes, apenas três páxinas de um libro que tem 673) para denunciar a partir dela unha dimensón implícita, que non é dita, mas guía todo o texto, e que non se sustenta apenas sobre unha indeterminaçón básica. Depressa se reconhecerá na argumentaçón de Derrida um esforço demolidor que, contudo, non implicará qualquer resposta imediata de Foucault. A correspondência que entón mantêm sobre o assunto é claramente amigábel, agradecendo Foucault o esforço e garantindo-lhe que irá rever a sua leitura da passaxem em questón. A resposta furiosa de Foucault só terá lugar anos mais tarde e o que a desencadeia debe ser procurado num desencontro entre ambos que nada tem a ver com essa palestra. Em Agosto de 1971, Mikitaka Nakano, director da revista xaponesa Paideia, pede a Foucault que colabore num número sobre as relaçóns entre filosofía e literatura, e ocorrerá aí a publicaçón do seu contra-ataque (“O meu corpo, esse papel, esse fogo”, 1972), Nele, Foucault desqualifica todo o proxecto de Derrida, afirmando que a sua compreensón do trabalho filosófico non passa de unha compreensón tradicional, cuxo modelo discursivo inerente sería a práctica da “análise de texto”.
Enxo-o com Isolina e com Rosa de Uma. Eu tinha tido vários sonhos com Isolina, ocurridos durante os meses de Septembro e Outubro, mas que non eram tán reais, nem idênticos como no princípio, que cheguei a… Todos ibam decaindo e desfalecendo, pareciame que era muito nova, outras vezes que era mais pequena que na realidade, etc… Um dia, estando eu no meio do monte chamado a Fraga de Matamá, por perto das duas e cinquenta do meio dia, estaba um Sol ardente e caím no sono com um quebranto que todavía estaba doente. Sonhei o seguinte: que Isolina estaba falando comigo, mas sem vê-la, parecía como se falára desde a mais lonxana expansón dos Mundos infinitos, a sua voz baixa, muito marchita, rouca e lânguida; parecía que falára a infinitos milhóns de léguas desviada, parecía que a sua voz brotára da infinita Eternidade dos Mundos desconhecidos. Minha alma conservaba um bago recordo das penas Terrestres “ad illa divigâtur”, e sumia-se na mais pura admiraçón de terror, como extasiada. Eu sabía por intuiçón concedida pola Divina Providência “mater ejuz, nollo illame conjugâlem”, mas ela continuou fazendo caricias, nos intervalos que solíam vir ó caso, até ó mes de Novembro de 1916, “Consiliis mater ejus ad illam datur, mecum vidicufi sunt.” Voz desde a Expansón, esta voz de Isolina anotada na páxina 119, parece ser a última Prophecía por ser a que me recorda mais algo, mas pode por-se na antepenúltima, as demais, non tenhem ningunha identidade com a cousa sonhada, só basta decir que non tenhem mérito nem valor nas columnas deste libro.
“Houve unha grande época da filosofía contemporânea, a de Sartre, de Merleau-Ponty, na qual um texto filosófico, um texto teórico, devia dizer afinal o que era a vida, a morte, a sexualidade, se Deus existia ou se Deus non existia, o que era a liberdade, o que fazer na vida política, como se comportar com o outro, etc… Este tipo de filosofía, parece que agora xá non pode continuar, que, se se quiser, a filosofía talvez non se tenha volatilizado, mas sim dispersado, que existe um trabalho teórico que de algunha forma se conxuga no plural. A teoría e a actividade filosófica produzem-se em diferentes âmbitos que están como que separados uns dos outros. Há unha actividade teórica que ocorre no campo da matemática, unha actividade teórica que se manifesta no campo da linguística ou no campo da história das relixións ou no campo da história apenas, etc… E é aqui, finalmente, nesta espécie de pluralidade do trabalho teórico, que é realizada unha filosofía que ainda non encontrou o seu pensador único e o seu discurso unitário.”
Paul-Michel Foucault nasceu em Poitiers, a 15 de Outubro de 1926, no seio de unha família abastada. Depois da Ocupaçón, mudou-se para París onde continuou a sua formaçón. Entrou na École Normale Supérieure em 1946. Terá como primeiros colegas Pierre Bourdieu, Maurice Pinguet, Jean-Claude Passeron, Paul Veyne. Licenciou-se em filosofía pola Sorbonne em 1948. Segue com admiraçón os cursos de Merleau-Ponty (“exercía um fascínio sobre nós”, recordará), que em 1949 lhes deu a descobrir o pensamento de Saussure. Licencia-se em psicoloxía. A sua vida pessoal atravessa momentos difíceis nessa época, de desapego existencial, no qual non faltam tentativas de suicídio nem o abuso do álchool, nem quem o confronte com a sua orientaçón sexual. Em 1950, ingressou no Partido Comunista, talvez como resultado das convulsóns políticas que surxiram em França na sequência da guerra com a Indochina, a sua colónia asiática. No ano seguinte, obtêm a agregaçón em filosofía. É nomeado assistente de psicoloxía na Escola Normal, onde os seus cursos de segunda-feira son muito frequentados. E trabalha como psicólogo no laboratório de electroencefalografía do hospital psiquiátrico de Sainte-Anne. Forma-se em psicopatoloxía e em psicoloxía experimental. Lê Nietzsche, Bataille, Blanchot, Char, mas também estuda Ludwig Binswanger, que introduziu a Análise Existencial na práctica psicanalíctica e psiquiátrica, e que visita na Suíça. Investiga-o sobre a interpretaçón das pranchas do teste de Rorschach. Publicará nessa altura Doença Mental e Psicoloxía (texto cuxa reediçón vetaría anos mais tarde), encomendado por Althusser, para unha coleçón de divulgaçón universitária que dirixe. E aparece também a sua traduçón de Sonho e Existência (Traum und Existenz), de Binswanger, precedida por unha longa introduçón.
A Montanha, está tán presente em José María de Pereda, como Madrid em Galdós, Andalucía em Valera, Oviedo em Claŕin ou Valencia em Blasco Ibáñez. Nasceu em Polanco em 1833, Pereda foi o filho número vintium de unha família acomodada, tradicionalista, católica e muito celosa das suas costûmes, das suas ideias e dos seus priviléxios. Foi educado segundo as mais rigurosas normas católicas, Pereda, sobre tudo a raíz do triunfo da Revoluçón de 1868, convertiu-se num crítico enemigo dos novos gobernantes, a quêm facía responsábeis de todos os males acaecidos. É possíbel, que o que o autor de Peñas Arriba temese – e de ahí os seus ataques – mais bem fora a ideoloxía liberal, que aos muito modestos câmbios sociais efectuados. Pereda refuxía-se, talvéz como reaçón ante os sucessos políticos, num rexionalismo nostálxico, tanto marinheiro como campesino, com o qual se enfrenta ó resurximento da classe média urbana, tinxida de nobres liberalismos; segundo ésta pauta, na sua obra enfrentam-se as nobres virtudes do fidalgo e do aldeán, com o ruím e maléfico positivismo do home da cidade. Em todo o caso – ó César o que é do César – , Pereda é autor de unha produçón desigual, sim, mas também de um valor indiscutíbel e significativo, na peculiar evoluçón da novela decimonónica espanhola. Escenas Montañesas, aparecido em 1864, e Tipos y Paisajes y Esbozos y Rasguños, publicados uns anos mais tarde, som textos muito representativos do “costumbrismo”, que inunda toda a literatura do século XIX e que late tanto nos românces dos melhores, como nos dos piores autores, posto que é um dos seus componentes fundamentais e incluso necessários. Nos ditos quadros, Pereda contrásta o presente com o passado, para el sempre mais positivo e felís – “qualquer tempo passado foi melhor”, parece anhorar – , assim como nas suas novelas El Buey Suelto ou De tal palo, tal astilha, ensaia a apoloxía do matrimónio e em Don Gonzalo González de la Gonzalera, propugna um fim político determinado. As duas obras mais representativas de José María de Pereda som Sotileza e Peñas Arriba; a primeira é um canto ó mar santanderino e às suas xentes, nas que se fundem três das constântes do autor – a épica, a idílica e a costûmista -, segundo afirmou um crítico, xa fai uns anos; a segunda é um poema da Montaña, o mundo fresco e sán, sublime e armónico – como afirma o autor – que se levanta frente à corrupçón espiritual da sociedade: o tradicionalismo rural e patriarcal, onde se mantenhem firmes e vixentes os valores morais da humanidade, frente à gangrena xerada nas cidades e producida polas “incríbeis ambiçóns do home culto”.
Dous anos antes visitara o México, onde se iniciaría nos rituais do peiote e na caça ao veado dos índios tarahumara. A convivência com o povo índio e a experiência da droga transformaram-no profundamente. Com o tempo, a sua experiência de entón será reunida num libro, Os Tarahumaras. Após o seu regresso, é detido em Dublin por vadiaxem e deportado para França, onde é submetido a internamento psiquiátrico compulsivo. Começa aí o seu calvário clínico. É internado primeiro no hospital psiquiátrico Quatre-Mares, dali é transferido para Sainte-Anne (onde o Dr. J. Lacan o diagnosticará como “definitivamente perdido para a literatura”), depois para o hospital de Ville-Évrard e finalmente para Rodez. No total, perto de dez anos de clausura, com as respectivas sessóns de electrochoque. E, no entanto, aquando da sua liberaçón, em 1946, a classe intelectual e artística parisiense ficou comovida com o seu regresso: a criaçón teatral que desenvolve em O Regresso de Artaud, o Momo (1947), a emissón radiofónica de Para Acabar de Vez com o Juízo de Deus (1947), ou a publicaçón do seu Van Gogh: o Suicidado da Sociedade (1947) son reconhecidos como impactos artísticos de primeira ordem. Morrerá no ano seguinte. E, lentamente, o seu trabalho começa entón a ganhar importância: em 1956, começarám a ser publicadas as suas obras completas e, gradualmente, Artaud transformar-se-á em obxecto de estudo e ponto de referência, despertando um interesse crescente tanto entre escritores e artístas como entre filósofos da craveira de Merleau-Ponty, Michel Foucault, Gilles Deleuze ou Jacques Derrida.
Também non é irrelevante para a sua formaçón a frequência do Real Gymnasium Friedrich Wilhelm III de Trier (1833 – 1835), que, mesmo estando sob xurisdiçón prussiana, manteve o seu espírito humanista liberal e afrancesado, bem guiado por Johann Hugo Wyttenbach, de forte formaçón kantiana, de quem Marx guardaría sempre unha excelente recordaçón. Marx conviveu com colegas que, como ele, eram filhos de classes abastadas, muitos deles de profissóns liberais e funcionários públicos. Ali surxíu a sua amizade com Edgar von Westphalen, irmán de Jenny, sua futura esposa; por intermédio de Edgar entraría na casa da família de Ludwig von Westphalen, conselheiro do governo, enviado à cidade precisamente pola sua disposiçón iluminista, humanista e liberal, que o governo prussiano considerava unha boa qualidade para lidar com aquela Renánia tán afrancesada como antifeudal. Ludwig era um homem surpreendentemente culto, amante dos clássicos gregos e latinos, leitor infatigábel de Shakespeare, admirador do romantismo; soube ver no amigo dos seus filhos um neno viváz e com ânsias de aprender, e soubo transmitir-lhe o amor pelo conhecimento. Marx nunca o esquecería; nunca esqueceu os seus mestres e, em contrapartida, nunca reconheceu mestres nas suas lutas políticas. Pola informaçón de que dispomos, Marx non foi um xovem especialmente sociábel. Ainda que gozasse do apreço dos colegas, pois estava sempre disposto a brincadeiras e festas, em xeral temiam-no polas suas ironias e dialéctica ofensiva, que usava para ridicularizar qualquer um por motivos sem importância; temían os versos satíricos que lhe brotavam com facilidade da pluma. Este traço do seu carácter, como veremos de seguida, non se diluiría com o tempo. Formou-se com apenas dezassete anos. Conserva-se ainda o parecer da Real Comissón Examinadora que, no seu relatório final, diz: “Tem dotes naturais e mostra qualidades louváveis para o trabalho em línguas antigas, em alemán e em história, bem como unha notável capacidade para a matemática; também mostra pouca aplicaçón no estudo do francês.” A Comissón concedia-lhe o título “na esperança de que satisfaga as favorábeis expectativas que os seus dotes xustificam”. Tudo parece indicar que valorizavam mais as suas dotes intelectuais do que o seu comportamento e entrega ao estudo.
O dia seguinte fomos “de vinos”, e a passear pola rua de Santiago, que era conhecida polo “tontódromo” porque, de sete a nove, era o lugar de mais raparigas “pijas” por metro quadrado, que puidera haber nésta Espanha. Cuidando de non perder de vista o Mancebo e o Caballero, que non deixabam “chica” sem requebro ou grossaría. O que, de maricóns, nada de nada! Mas non bebiam!! E, este sí que era um grande contratempo, pois non parabam detrás das nenas e nós, por non perdê-los de vista, tampouco podiamos entrar em bares, e andábamos a “palo seco”. As “chicas”, ós soldados rasos, á classe de tropa, nem puto caso; tinha que ser de alférez para arriba. E, se eram de complemento, ou sexa de carreira, também valíam os sarxentos, ainda que estes estabam um pouco em baixa, por ser perdigóns das suas respectivas promoçóns. Ante os “piropos”, as raparigas faciam unha careta, ou algúm remilgo; e perante as grossadas, um asco. E ante a intençón de dar-lhes “palique”, parando-as de frente ou aproximando-se polas costas, saíam de estampida. O sítio para ligues da soldadesca era o Campo Grande, paraíso de criádas e reserva bosquimana de uniformes. A diário, como cuidadoras de nenos, às quintas pola tarde, como día libre de todo serviço doméstico, as fámulas de xefes e oficiais acupabam aquela deliciosa floresta. Por ficarmos a sós, tinhamos que sobornar a rapaziáda da que cuidabam, para comprar caramelos. Algunha “niña” listíssima, sabedora das “triquiñuelas”, acabou arruinando algunhas economías. Cada dous por três vinha, a muito taimada, a interromper os arrumacos e había que soltar novos estipêndios. Era unha extorsionísta; unha chantaxísta, com cara de mosquinha morta, mas de alta escola. Perseguindo duas “chicas” de bom ver, ainda que algo esquívas, entramos por unhas calexas povoádas de tabernas por onde andaba o mocério. Chamaba-se aquel santuário de vinhateiros, e senda de elefantes pois, segundo lenda archisabida, todo o que alí se aventuraba, saía trompa. Non sei se voçês o apanham, mas a mím parece-me non ter graça algunha. As ninfas sentaron-se a unha mesa, lonxe do tráfego e da barafunda do mostrador, nunha mesa contigua colocaron-se os nossos riváis. Tratabam de pegar a febra, torpemente, com risotadas e ordinareces; o que non eram modais para nenas tán finas. Nós, vixiávamos desde o mostrador, diante, ó fim, de dous “campanos” de vinho bem servidos; eu, olho nas nenas, o “bizco”, miraba esquizofrénico os colegas de quartel. Non tinham nada que fazer com aquelas mozas, via-se claro. Así que, deixando o “bizco”, aproximei-me à mesa, tirei a gorra e propuxem às duas virxens, que nos deixaram sentar-nos à sua mesa, mais que nada para librá-las daqueles moscardóns. Esta abordaxem desconcertou-as e, sem pensar duas vezes dixéron que sí. Voltando ó mostrador, ordenei ó “camarero” que trouxéra mais dous “campanos” para a mesa, e ao Sinésio que me acompanhara, o qual non quería, porque tinha medo de ser demasiado feo, e de que elas se riram dele. Mas decidiu-se ó fim, e começou a torturar a gorra, retorcendo-a entre as máns, como fán os campesinos quando están ante alguém que consideram importânte. Serenou as cabriolas dos seus olhos e os visáxes da sua cara e passou ó lado dos colegas com aire de emperador romano. Daba mais importância o Sinésio, ó resquemor dos “chupatintas” que à hospitalidade das raparigas. A bisqueira do Sinésio non repeleu a estas e, por momentos, crecía e miraba por encima do hombro ós outros. Trataba de fazer-se simpático e perdeu um pouco de medo à sua fealdade. Como costuma acontecer nestes casos, unha das duas era “guapa” e a outra um pouco menos, mas sem chegar a feia; só que había que fixar-se mais. Mirando-a com detimento descubria-se unha beleza oculta que, sem dúvida podía dar muito xogo. À “guapa” dediquei as minhas seduçóns. e a minha lábia, ainda que sem esaxerar, para non espantar a outra. Dixo-me que se chamaba Alicia, e que estudaba clássicas, mas que de momento, tinha dificuldades com o Latím. Como ó desgaire, citei um párrafo de Cicerón, esse que começa: “quosque tandem, Catilina, patientiam nostram abuteris.” Alicia, quedou pasmada e mais pasmado aínda o Sinésio, tanto que me fixo um guinho, ignoro se consciente ou alteraçón circunstancial da natural assimetría dos seus olhos. A outra chamaba-se Adela e tinha mais retranca que Alicia; quería ser xornalista, o qual descolocou ó Sinésio, descolocado de por sí em qualquer ambiênte que non fora de labradores e ganháns. Aínda non tinha passado o primeiro “martini” e xá aquelas estudantes tinham que marchar (…) Puxéron todo tipo de obxeçóns a que as acompanhara-mos a casa; mas eu sabía qual era a verdade lisa e chán: que algúm conhecido as vira ó lado de dous “guripas” miserábeis. Se polo menos foramos da aviaçón, aquilo tería um passar. Paguei a conta e as acompanhei até á porta. Alí o Sinésio, quadrou-se, deu um taconazo e saudou militarmente para despedí-las. Despois, virou-se para a mesa do Mancebo e do Caballero e fixo um corte de mangas. Tinha estalado a guerra, e a primeira batalha librou-se nas mesmas portas do Mesón Cigales, nada mais marchar as raparigas. O primeiro que fixo o patizambo, foi arrear-lhe a Caballero unha patada nos colhóns, que o dobrou. Logo, soltou a mán com verdadeira eficácia e deixou a Mancebo com um olho à “virulé” e dous dentes de menos. Tudo passou com vertixinosa rapidez, e non me deu tempo a intervir, ou a fuxir. Os aulhidos das victimas, forom tais, que apareceu a Polícia Militar a por ordem na refrega. “Foi o outro! Foi o outro!”, clamabam os vapuleados, um agarrado ós colhóns e o outro limpando o sangre da boca. Mas alí non existía outro, porque, quando vín vir a polícia, dixem-lhe ó “bizco”: lárgate que te trincam e está perto a prevençón de onte. Ós xementes, advertim-lhe que se decíam algo do Rascafría, a próxima sería pior. Alombei com as responsabilidades eu só e, ó porme levantisco, levei um porrazo dum polícia que me dixo que a autoridade era el. Com estes inconvenientes eu non tinha contado. Leváron-me ò quartel, fixerón um informe esaxerado da peripécia e aquela noite passei-a no calabozo por escândalo e borracheira, o qual era manifestamente falso; e por agresón a uns companheiros, o qual fora verdade, aínda que non toda a verdade. (…) E, caíu-me unha semana no calabozo.