Arquivos diarios: 26/02/2019

MICHEL FOUCAULT

UNHA EMPREITADA DE DES-SUBXECTIVAÇÓN…

“Os autores mais importantes que, non diria formaram, mas que permitiram desmarcar-me da minha formaçón universitária foram pessoas como Bataille, Nietzsche, Blanchot, Klossowski, que non eram filósofos no sentido institucional do termo, e algunhas experiências pessoais, é claro. O que mais me impressionou e fascinou neles concedeu a especial importância que têm para mim, é que o seu problema non era a construçón de um sistema, mas a construçón de unha experiência pessoal. Por outro lado, na universidade, treinaram-me, formaram-me, forçaram-me a aprender esses grandes monumentos filosóficos que se chamabam hegelianismo, fenomenoloxía… A experiência do fenomenólogo é, basicamente, unha forma de colocar um olhar reflexivo sobre um obxecto qualquer do vivido, sobre o quotidiano na sua forma transitória para captar os seus significados. Para Nietzsche, Bataille, Blanchot, polo contrário, a experiência é tentar chegar a um certo ponto da vida o mais próximo possíbel do invivíbel. O que é necessário é o máximo de intensidade e, ao mesmo tempo, de impossibilidade. O trabalho fenomenolóxico, polo contrário, consiste em desdobrar toda a gama de possibilidades ligadas à experiência quotidiana. Além disso, a fenomenoloxía tenta compreender o significado da experiência quotidiana para descobrir em que medida o suxeito que eu son é efectivamente fundador, nas suas funçóns transcendentais, dessa experiência e dos seus significados. Em contrapartida, a experiência segundo Nietzsche, Blanchot e Bataille tem por funçón arrincar o suxeito de si mesmo, de forma a que xá non sexa ele mesmo ou se vexa transportado à sua aniquilaçón ou à sua dissoluçón. É unha empreitada de des-subxectivaçón.”

MIGUEL MOREY

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (82)

MÁXIMAS MORAIS

Discurridas por Rodriguez o 27 de Maio de 1915, quando da fatal chegada de Lisboa, enfermo por segunda vez:

A desgraça, pón sempre os homes na sombra da morte; ó passo que a sorte e a opulência os fái brilhar como estrelas.

A paixón, enfraquece o corpo e fái desleir o corazón, conturbando os sentidos da alma; ó passo que a satisfaçón fái-os fermosos, orgulhosos, e às vezes encheos de caprichos.

A alegría, fái concorrer os homes, a reunións, sociedades, pândigas, bailes, etc… ; ó passo que a tristeza os humilha, voltando-os exanimes; estes son cultivados, como as herbas do campo, para eles a vida está sempre no estado infantil, pensando e esperando, que mais tarde virá a liberaçón das suas vidas.

A fraqueza, tornanos ternos e amábeis; ó passo que a forza, nos torna imprudentes e pendencieiros.

O sono torna-os torpes, disipando-lhe os pensamentos e estorbando o corpo…, non tremem nas garras da morte; ó passo que a axilidade e a vixía, os capacitam para todos os progressos da vida.

A doênça, cultiva o corpo e a alma, fái sucumbir às vicissitudes da vida; ó passo que a saúde arranca da sua alma, toda a intelixência para avançar nas fontes do progresso.

A riqueza, fái o home non esperimentar dificuldades, para estes non há consideraçón nem convençón; ó passo que os pobres tenhém que experimentar toda sarta de penúrias, estes muitas vezes se maldicem, desexando a morte. Trabalhando suan para viver, xá em vida a terra é a esência do seu sangue.

O magnetísmo máxico nigromântico, conserva os homes em perfeita paz dentro da lei natural, e léva-os a beber nas fontes da intelixência e da consciência; ó passo que o sobrenatural, com actos de desagrávio, fái nascer de aí unha fonte de consequências para derrogar os refléxos da alma.

¿Porque se dí lei natural? Por variádas cousas que passa o home, e que non se podém evitar, que están determinadas por sentença suprema, antes do nascimento do mesmo home. Os Spíritos puros podém modificálas, resignando-se à paciência, acabam por parecer-lhe menos duras, mas nem por isso deixam de sofré-las.

MANUEL CALVIÑO SOUTO