ANTONIN ARTAUD

Pouco depois de chegar a París, Artaud entrou em contacto com o grupo surrealista. Em 1925, publica dois libros de poesía, O Umbigo dos Limbos e O Pesa-nervos, e passa a dirixir o “Escritório de Investigaçóns Surrealistas”, a partir do qual redixe (ou inspira directamente) algunhas das páxinas mais belas e vehementes de todo o surrealismo. Depois da sua ruptura com os surrealistas, volta-se inteiramente para a actividade teatral à qual se dedicaba desde a sua chegada a París, alternando com trabalhos no cinema. De 1923 a 1935, intervém em mais de vinte filmes, entre os quais: Napoleón (1927) de Abel Gance, a Paixón de Joana d’Arc (1928) de C. T. Dreyer ou Liliom (1934) de Fritz Lang. Também escrebe ensaios sobre cinema e guións de filmes, dos quais apenas um chegou a ser filmado: A Concha e o Clérigo (dirixido por Germaine Dulac, em 1926), que estreou, com grande escândalo, um ano antes de Un Chien Andalou de Luis Buñuel e Salvador Dalí. Escrebe textos também para o teatro (Heliogábalo ou o Anarquista Coroado, Os Cenci), e funda em 1927 o Teatro Alfred Jarry, cuxo propósito será “conseguir que tudo o que há de escuro no espírito, de oculto, de non revelado se manifeste nunha espécie de proxecçón material”. Mas será em 1931, depois de ter assistido a unha representaçón do Teatro de Bali, que as suas ideias dramatúrxicas sofrerón um choque decisivo. Começa entón a sua reflexón sobre o acontecimento teatral, que culminará no proxecto de um “teatro da crueldade” (“Sem um elemento de crueldade na base de todo o espectáculo, o teatro non é possíbel. No estado de dexeneraçón em que nos encontramos, é através da pele que a metafísica entrará nos espíritos”). Em 1938, publica O Teatro e o seu Duplo, que reúne os seus escritos sobre o teatro, o seu texto mais famoso.

MIGUEL MOREY

Deixar un comentario