ARÍSTOCLES (PLATÓN)

.

               Após a morte de Sócrates (399 a.C.), Platón abandonou Atenas para empreender unha série de viaxens que constituíam o currículo básico de qualquer sábio que se prezasse.  Refuxiou-se primeiro em Mégara, onde foi acolhido durante três anos polo filósofo Euclides (non confundir com o famoso matemático autor dos “Elementos”) e, mais tarde, dirixiu-se a Cirene (na costa da actual Líbia), ao sul da Itália (centro de actividade dos pitagóricos) e, ao Exipto (célebre polos ancestrais conhecimentos astronómicos e matemáticos).  Com quarenta anos, empreendeu a primeira das suas três viaxes à Sicília, segundo Dióxenes Laércio, movido por simples interesses turísticos  (para conhecer  os vulcáns e em particular o Etna, o lugar onde presumivelmente se tinha suicidado Empédocles), embora o mais probábel fosse a vontade de estabelecer contacto com os pitagóricos da ilha.  Unha vez alá, foi convidado para a corte siracusana do tirano Dionísio, onde travou amizade com Díon, cunhado do tirano.  Porém, as relaçóns entre Platón, retraído e pouco dado à folia, e o tirano revelaram-se, no mínimo tensas.  De um lado, Platón acabou entre enfastiado e escandalizado com os contínuos excessos da corte siracusana (“Entón, essa vida, aí considerada feliz, preenchida por perpéctuos festins italianos e siracusanos, enxoava-me de todo: emborrachar-se duas vezes por dia, nunca se deitar  sozinho de noite…”); do outro, o tirano, irritado perante a arrogância do hóspede filósofo.  Sempre segundo Dióxenes Laércio, despediram-se afectuosamente com as seguintes palabras:  Dionísio “As tuas palabras son as de um velho caduco”.  Platón: “E as tuas son as de um tirano”.  De imediato, Dionísio ordenou que o detivessem e o entregassem ao espartano Pólide para que o vendesse como escravo na ilha de Egina: “afinal é um filósofo, e nem sequer dará por isso”, diz-se que acrescentou o tirano em tom sarcástico.  Embora Platón tenha estado prestes a ser executado em Egina, acabou por ser reconhecido e resgatado por um tal Anicérides de Cirene, que o comprou por vinte minas e o devolveu a Atenas.  Foi precisamente no regresso da primeira viaxem a Siracusa que Platón fundou a Academia, considerada por algúns como a primeira universidade europeia.  Uns anos mais tarde, Dionísio I morria e o velho amigo Díon convidou Platón para ir a Siracusa a fim de se encarregar da educaçón do seu sobrinho de trinta anos, o novo tirano da cidade, Dionísio o Xovem. e o de axudar a pôr em práctica os princípios do governo filosófico expostos por Platón em “A República”.  Apesar das boas intençóns iniciais, a experiência voltou a ir de mal a pior.  Para isso contribuíram os receios do novo tirano relativamente a Díon e, a parca predisposiçón do xovem Dionísio para converter-se num filósofo-rei em vez de usufruir das vantaxens de se comportar como um puro e simples déspota.  Assim, expulsou Díon da corte e reteve Platón, mais tarde libertado graças à mediaçón do pitagórico Arquitas.  Em 361 a.C., Platón realizou unha terceira e última viaxem a Siracusa, em resposta aos insistentes pedidos de Dionísio o Xovem, que, qual amante abandonado, xuraba e voltaba a xurar que tinha mudado, que agora tudo sería diferente, non sendo xá o mesmo que antes.

e. a. dal maschio

Deixar un comentario