Arquivos diarios: 19/02/2019

RUSSELL (A FORMAÇÓN DE UM MATEMÁTICO)

.

               Em Cambridge, no ano 1890, libertou-se da solidón em que fora educado até entón e descobriu a experiência da amizade, bem como a liberdade de costumes dos estudantes.  Durante três anos estudou Matemática, que abandonou para se dedicar à Filosofía no quarto ano.  Em 1894, Cambridge era um dos centros mais destacados da cultura europeia.  Ali ensinavam Henry Sidgwick, um dos grandes filósofos morais britânicos, e John McTaggart, metafísico hegeliano que influenciou muitíssimo Russell.  Alí estaba também Alfred Whitehead, que depressa descobriu o seu talento e o recomendou à sociedade Os Apóstolos, um grupo que admitia apenas doze membros (que ainda existe e do qual fazem parte elementos centrais da intelectualidade inglesa).  Russell xulgou encontrar no idealismo mais ou menos hegeliano unha explicaçón racional e global do pensamento e do mundo.  Foi também em Cambridge que encontrou o seu primeiro amor, na norte-americana Alys Pearsall Smith, de 17 anos, quacre e feminista militante, com quem iniciou o que sería unha constante do seu percurso individual: unha vida intelectual a par do activismo político.  A avó opôs-se a esta relaçón, mas em 1894, assim que atinxiu a maioridade Russel casou com Alys, o que provocou unha dolorosa ruptura familiar.  O casamento com Alys, puritana de formaçón e costumes, um traço que transferiu para a sua forma de encarar as relaçóns sociais, foi infeliz.  Há um texto famoso na Autobiografía de Russel, em que este conta que, durante um passeio de bicicleta em 1902, descobriu que non amava Alys.  Desde 1900 que se concentraba no seu trabalho sobre os fundamentos da matemática e, pouco a pouco, apesar de terem continuado a viver xuntos e o divórcio só se ter realizado em 1921, a sua vida afectiva começou a ir por caminhos diferentes.  Durante esse tempo, Russell teve outros amores.  Amou, sem chegar a ser sua amante, Evelyn, a mulher de Whitehead, e posteriormente teve um românce apaixonado com Lady Ottoline Morrell, helo de ligaçón ao célebre grupo de Bloomsbury, que representa o modernismo literário inglês.  A correspondência com ela foi conservada.  Decorre entre a paixón e o comentário sobre os mais variados assuntos e mostra como a influência dela na sua vida foi determinante.  Russell reconhece que com esta mulher amadureceu afectiva e humanamente.

fernando broncano

O FADO (AMÁLIA RODRIGUES)

.

                                 CALUNGA

De Sao Paulo de Luanda,

Me trouceram para cá!

Ái é!  Ái é!

Calunga!  Calunga!.

Me trouceram para cá!

Ái é!  Ái é!.

Calunga!  Calunga!

Me trouceram para cá!

Minha mae chorava, Calunga!

Ái é!  Ái é!

E eu cantava, Calunga!

Ái é!  Ái é!

Maracatú!  Maracatú!

Ái é!  Ái é!

Calunga!

.

loURENÇO BARBOSA CAPIBA

.

(Amália da Piedade Rebordao Rodrigues, conhecida mundialmente como Amália Rodrigues.  Viu a luz em Lisboa, o vintitrês de Xulho do ano 1920, e morreu o seis de Outubro de 1999.  Fadista, e consequêntemente, também artista do cinêma.  Chamada a “rainha do Fado”, ainda que muitos considerabam que cantaba o fado à espanhola, foi a Fadista que mais nome deu ó Fado por todo o mundo, pois  grabou mais de 170 discos, ao longo da sua vida.  Grande embaixadora da Cultura Portuguesa, a sua enorme qualidade expandiu-se por todo o universo.  A quinta, de unha família de nove irmáns, nasceu na freguesía lisboeta da Pena, nunha família pobre e numerosa, orixinária da Beira Baixa, perto de Castelo Branco.  Quedou em Lisboa com os seus avós paternos, era unha pequena tímida, que cantava para o seu avô e para os vecinhos.  Andou na escola primária da Tapada da Ajuda, onde pola primeira vez cantou para o público, com nove anos na festa da escola.  Com doce anos abandonou a escola para trabalhar como bordadeira, depois trabalhou nunha fábrica de pastéis (época na que intentou suicidar-se comendo cabezas de fósforos), eram cousas de criânças.  Ós quinze anos, xá vendia fruta nas ruas perto do porto de Lisboa, alí ganhou certa fama artistica e conseguíu participar no desfile popular de Alcântara, sendo ouvida por Jorge Soriano (director da Casa do Fado)), a audiçón resultou um éxito, mas perante a oposiçón da família, Amália renunciou.  Apaixonou-se pelo guitarrista Francisco da Cruz de 23 anos, pensando suicidar-se por el.  Casarom-se os dous, e dous anos mais tarde, o Francisco ficou para trás, pois non puido acompanhar a fulgurante ascensón de Amália na escala artística e social, despertando no marido ciúmes e mau-trato, agrabados pela bebedeira.  Francisco da Cruz pedíu o divórcio, e Amália toma veneno dos ratos diante da sua xanela.  Foi nésta altura, que canta por primeira véz no extranxeiro, em Madrid 1943.  Casa por segunda vez em 1961, com um enxenheiro brasileiro César Seábra, no rio de Xaneiro.  A “Revoluçao dos Crávos”, apartou-a da vida artística, acusando-a de colaborar com o rexíme salazarista.  Apesar de que algúns considerabam que participou na “Tríple F” de Salazar (Fado, Fátima, e Futbol), outros pensam que non, que axudou presos e políticos exiládos.  Ainda hoxe, recordo com grandes saudades, quando passo pela rua de Sao Bento, numero 193, mesminho xunto da para nós queridíssima “A Lontra”.     

léria cultural