O FADO DE COIMBRA
.
A nomenclatura “Fado de Coimbra” non é consensual, contudo é popularmente assím conhecido, e está institucionalizado como tal, sendo igualmente correcto chamar-lhe “Cançao de Coimbra”, apesar de esta cidade ter muitas outras cançóns rexionais. O fado surxe em Coimbra no final do século XIX e, desde o início, tem unha forte tradiçón académica, estando directamente relacionado com as serenatas dos estudantes, com características de balada, onde as temáticas son os amores estudantis, o amor pela cidade, entre outros. Musicalmente utiliza compassos com divisón ternária e ocasionalmente binária, a composiçón basseia-se em tonalidades menores e do ponto de vista rítmico utiliza por norma andamentos lentos. A voz apresenta facetas líricas, libertando-se por vezes do ritmo, a guitarra faz o acompanhamento rítmico com intervençóns esporádicas de contra-canto e melódicas enquanto a viola suporta o ritmo com um baixo mais constante, reforçando a harmonia da guitarra. Os cantores e os músicos usam traxe académico: preto, com camisa branca, gravata negra, capa e batina. Canta-se à noite e ao ar libre, nas ruas, nas praças da cidade e à porta das residências das raparigas em xeito de declaraçón de amor. O seu lugar mais emblemático é a Sé Velha de Coimbra onde mantêm presença obrigatória por altura da “Queima das Fitas”, assím como no Parque de Santa Cruz, nas festas estudantis. É cantado por homes e acompanhado por unha viola (guitarra clássica) e guitarra de Coimbra. A “Guitarra de Coimbra” é afinada um tom abaixo e a cabeça do braço é em forma de lágrima, contrastando com a voluta da sua conxénere de Lisboa. A isto se deveu a estreita colaboraçón de Artur Paredes (pai do expoente máximo da guitarra portuguesa, Carlos Paredes) com a familia de constructores Grácio, que também teve preponderância na transformaçón do desenho do corpo em prol do aumento do volume, em detrimento da ornamentaçón. A sua história tem como grandes figuras Augusto Hilário, António Menano, Artur Paredes, Edmundo Bettencourt, Fernando Machado Soares, Carlos Paredes, Luiz Goes, Adriano Correia de Oliveira e José Afonso, estando estes três últimos mais ligados à “Cançón de Intervençón”. A tradiçón do Fado de Coimbra continua a manter a sua vitalidade no seio universitário pelos novos grupos de estudantes que ván surxindo xeraçón após xeraçón, continuando a sua evoluçón e renovaçón polo século XXI.
FADO PORTUGAL
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.