SANTO AGOSTINHO (A NATUREZA DO MAL)

.

               Num exercício de simplificaçón extrema, podríamos dizer que o pensamento de Santo Agostinho encontra na doutrina da graça, fundada e avalizada pela autoridade da Igrexa, a resposta à presença do mal.  Mas esse pensamento non se desenvolve de forma sistemática, como nunha articulaçón progressiva de um plano conceptual que se vai desprendendo ao longo de unha série de obras. Santo Agostinho non foi um filósofo “de sistema”, que se propôs oferecer ao mundo unha cosmovisón fechada e acabada; Santo Agostinho foi um bispo, unha das personalidades mais destacadas na xerarquía de unha instituiçón, a Igrexa, que se encontrava, na época, em pleno processo de construcçón e consolidaçón.  Assim, o cerne da sua actividade non foi a contemplaçón, como talvez tivesse gostado, mas a labor pastoral e a defesa da instituiçón de que era membro face aos ataques de outras ideoloxías ou relixiosidades, com as quais competía pela supremacía.  E é no decurso dessas diatribes que o bispo de Hipona foi iluminando os diversos conceitos e doutrinas que lhe outorgaríam a fama.  Como explicaremos no capítulo seguinte, há poucos pensadores na história cuxa produçón intelectual tenha sido feita tán á par com o seu périplo existencial.  Fiéis ao espírito do que foi a sua vida, as diversas questóns abordadas serán tratadas no quadro das polémicas que o opuxeram aos seus sucessivos “inimigos”, o que também nos permitirá observar a evoluçón do seu pensamento.  Com a superaçón da influência maniqueísta, dar-se-á a integraçón da filosofía platónica no cristianismo  e a explicaçón da natureza do mal, antecipando xá algunhas consideraçóns sobre a graça e a vontade.  No combate com o cisma donatista, afirmar-se-á a incontestabilidade da autoridade da Igrexa.  Frente aos pelaxianos, aprofundar-se-á na centralidade da graça, com o desenvolvimento das suas concepçóns a respeito do pecado orixinal, o libre arbítrio e a predestinaçón.  As críticas pagáns ao cristianismo, motivadas pelo saco de Roma no ano 410, inspirarám a composiçón de A Cidade de Deus, na qual moldou a sua filosofía da história e o papel da Igrexa nela.  Pegando no seu conxunto, teremos a imaxem de um pensamento vivo, idêntico na sua essência mas em permanente evoluçón, que nos permitirá iluminar aspectos fundamentais da nossa tradiçón cultural.

e. a. dal maschio

Deixar un comentario