Arquivos mensuais: Febreiro 2019

OS QUARKS (F19)

No caso das partículas subatómicas que non podemos ver, os electróns som um modelo útil que explica muitas observaçóns, como por exemplo as trazas nunha câmara de borbulhas e as manchas luminosas num tubo de televisor, entre outros muitos fenómenos. Dí-se, que o electrón foi descoberto polo físico británico J. J. Thomson nos labotatórios Cavendish da Universidade de Cambridge, quando estaba fazendo experimentos com correntes eléctricas no interior de tubos de gás practicamente vacíos, um fenómeno conhecido como “raios catódicos”. Os experimentos conduciron à audaz conclusón de que os misteriosos raios estabam compostos por minúsculos “corpúsculos” que eram constituintes materais dos átomos,, que até aquel momento habíam sido considerados a unidade fundamental e indivissíbel da matéria. Thomson non “viu” ningúm electrón, nem a sua especulaçón sobre eles, foi demonstrada directamente e sem âmbiguidades polos seus experimentos. Mas o modelo, demonstrou ser crucial nas aplicaçóns, que ván desde a ciência básica à enxenharía e na actualidade todos os físicos xá acreditam nos electóns, aínda que, non poidam vê-los. Os “quarks”, que tampouco podemos ver, som um modelo para explicar as própriedades dos protóns e dos neutróns no núcleo atómico. Aínda que afirmamos que os protóns e os neutróns estám constituidos por “quarks”, nunca observaremos um “quark”, porque a forza que liga os “quarks” entre sí aumenta com a separaçón entre eles e, polo tanto, na natureza non podêm existir “quarks” libres ailhados. Em câmbio, se presentam sempre em grupos de tres (como por exemplo protońs e neutróns), ou como “quark” mais “antiquark” (como por exemplo “mesóns pi”), e se comportám como se estiveram unidos por cintas elásticas. A questón de se têm sentido ailhar um deles, foi um tema de controvérsia. Se os “quqrks” existem realmente? É algo que non podemos afirmar na actualidade. Nos anos posteriores a quando os “quarks” forom propostos por primeira vez. A idéia de que algunhas partículas estabam compostas por diferentes combinaçós de unhas poucas partículas “sub-subnucleares” proporcionou um princípio explicativo simples e atractivo das suas propiedades. Mas, aínda que, os físicos estabám acostumados a aceitar as partículas que só podíam ser inferidas a partir de picos estadístico em dactos referentes à colisóm e dispersón de outras partículas, a ideia de atribuir realidade a unha partícula que, por princípio, podía ser inobservábel foi demasiado para muitos físicos. Com os anos, sem embargo, à medida que o modelo de “Quarks” ía conducindo a mais e mais prediçóns correctas, essa oposiçón foi-se atenuando. Certamente, sería possíbel que algúns alieníxenas com dezassete brazós, olhos com infrarroxos e a costume de soprar crema polas orelhas levarám a cabo as mesmas observaçóns experimentais que nós, mas as decribiríám sem “quarks”. Non obstânte, segundo o “realismo dependênte do modelo”, os “quarks” exístem num modelo que concorda com as nossas observaçóns do comportamento das partículas subnucleáres.

STEPHEN HAWKING E LEONARD MLODINOW

GEORGES BATAILLE

Tanto Blanchot como Bataille seguiram os seminários dictados de 1933 a 1939 por Alexandre Kojéve (1902 – 1968) sobre a “Fenomenoloxía do Espírito” de Hegel, na qual Sartre se baseou para a sua argumentaçón histórica, especialmente na parte dedicada ao Amo e Escravo. Ambos partilham ao detalhe essa reflexón em comum e tentam levá-la um passo mais além, até ao limite. Bataille reivindica durante algum tempo a decapitaçón da dialéctica, a sua suspensón num ponto em que o confronto entre o Amo e o Escravo se constitui num conflicto irresolúbel. “Em Fenomenoloxía do Espírito” – escrebe Bataille em A Literatura e o Mal (1957) – “Hegel, perseguindo a dialéctica do amo (do senhor, do soberano) e do “escravo” (do homem condenado ao trabalho), que está na orixem da teoría comunista da luta de clásses, conduz o escravo ao seu “triunfo”, mas a sua aparente soberanía non se torna entón mais do que vontade autónoma de servidón; a soberanía non tem para si mais do que o lugar do impossíbel”. Alí onde Hegel exalta a negatividade própria do trabalho, através do qual o homem transforma o mundo negando-o e, deste modo, transforma-se a si mesmo, Bataille reivindicará unha “negatividade sem aplicaçón”, sem uso, inútil, sem outra aplicaçón que non a de se manifestar como experiência “soberana”. Assim, a despessa, a perda, o desperdício como formas de transgressón do princípio de utilidade; o éxtase e a embriaguez, a efusón erótica e o sacrifício como impugnaçóns das prerrogativas do eu consciente, racional e utilitário; o riso como transgressón dos imperativos lóxicos do discurso; e a efusón poética como impugnaçón das normas comunicativas da linguaxem, todos eles formarám o universo de conceitos que se abrem à questón a partir desta inversón da dialéctica hegeliana, unha questón para a qual a experiência literária oferecerá unha axuda essencial. Serán também estes conceitos que constituirám o fío conductor da diversificada obra de Bataille, tanto de exercícios de meditaçón como os conteúdos da sua triloxía da “Soma Ateolóxica” (Somme Athéologique – L Expérience Intérieure, 1943; Le Coupable, 1944; Sur Nietzsche, 1945), como os seus ensaios sobre economía e política (A Parte Maldita, 1949; O Erotismo, 1951) ou as suas incursóns no erotismo e na pornografía (História do Olho, 1928; Madame Edwarda, 1941; O Azul do Céu, 1957).

MIGUEL MOREY

JOAO VILLARET

JOAO VILLARET NO SAO LUÍS

Talvez non se ande muito lonxe da verdade afirmando que este disco é mais um documento histórico do que o mero rexisto mecânico de unha voz que se notabilizou na interpretaçón da poesia portuguesa. Se tal afirmaçón nos afoitamos a fazer é porque, só graças a este disco (e a outros que porventura se lhe seguirem), poderám axuizar os vindeiros da perfeiçón alcançada – nestes meados do século XX – por unha arte que quase se xulgaba extinta ou, polo menos, excluída do número de actividades culturais: referimo-nos à declamaçón, como é evidente. Declamaçón ou arte de dizer se lhe chama. E para reabilitar tán difícil quan desprezada arte, necessário se tornaba o advento de um intérprete de xénio que soubesse, pelo seu talento, fazer esquecer tantos e tán ferozes atentados cometidos polo mau gosto e pola ignorância – tal intérprete surxíu na pessoa de Joao Villaret – unha intelixência aguda e desempoeirada, servida por unha voz maleábel, rica, perfeita… Perante factos non há argumentos: o público desconfiado rendeu-se e aderiu à nova causa. Vexa-se (o realismo de reproduçón é de tal ordem que nos faz ver o que ouvimos) como a assistência aplaude após cada poema e como, no final, se move e axita pedindo mais, sempre mais… Documento histórico: um milagre de intelixência ocorrido nestes tempos tán vilipendiados; unha proba que fica e que talvez contribua para que as futuras xeraçóns non nos xulguem com excessivo rigor.

MICHEL FOUCAULT

UNHA EMPREITADA DE DES-SUBXECTIVAÇÓN…

“Os autores mais importantes que, non diria formaram, mas que permitiram desmarcar-me da minha formaçón universitária foram pessoas como Bataille, Nietzsche, Blanchot, Klossowski, que non eram filósofos no sentido institucional do termo, e algunhas experiências pessoais, é claro. O que mais me impressionou e fascinou neles concedeu a especial importância que têm para mim, é que o seu problema non era a construçón de um sistema, mas a construçón de unha experiência pessoal. Por outro lado, na universidade, treinaram-me, formaram-me, forçaram-me a aprender esses grandes monumentos filosóficos que se chamabam hegelianismo, fenomenoloxía… A experiência do fenomenólogo é, basicamente, unha forma de colocar um olhar reflexivo sobre um obxecto qualquer do vivido, sobre o quotidiano na sua forma transitória para captar os seus significados. Para Nietzsche, Bataille, Blanchot, polo contrário, a experiência é tentar chegar a um certo ponto da vida o mais próximo possíbel do invivíbel. O que é necessário é o máximo de intensidade e, ao mesmo tempo, de impossibilidade. O trabalho fenomenolóxico, polo contrário, consiste em desdobrar toda a gama de possibilidades ligadas à experiência quotidiana. Além disso, a fenomenoloxía tenta compreender o significado da experiência quotidiana para descobrir em que medida o suxeito que eu son é efectivamente fundador, nas suas funçóns transcendentais, dessa experiência e dos seus significados. Em contrapartida, a experiência segundo Nietzsche, Blanchot e Bataille tem por funçón arrincar o suxeito de si mesmo, de forma a que xá non sexa ele mesmo ou se vexa transportado à sua aniquilaçón ou à sua dissoluçón. É unha empreitada de des-subxectivaçón.”

MIGUEL MOREY

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (82)

MÁXIMAS MORAIS

Discurridas por Rodriguez o 27 de Maio de 1915, quando da fatal chegada de Lisboa, enfermo por segunda vez:

A desgraça, pón sempre os homes na sombra da morte; ó passo que a sorte e a opulência os fái brilhar como estrelas.

A paixón, enfraquece o corpo e fái desleir o corazón, conturbando os sentidos da alma; ó passo que a satisfaçón fái-os fermosos, orgulhosos, e às vezes encheos de caprichos.

A alegría, fái concorrer os homes, a reunións, sociedades, pândigas, bailes, etc… ; ó passo que a tristeza os humilha, voltando-os exanimes; estes son cultivados, como as herbas do campo, para eles a vida está sempre no estado infantil, pensando e esperando, que mais tarde virá a liberaçón das suas vidas.

A fraqueza, tornanos ternos e amábeis; ó passo que a forza, nos torna imprudentes e pendencieiros.

O sono torna-os torpes, disipando-lhe os pensamentos e estorbando o corpo…, non tremem nas garras da morte; ó passo que a axilidade e a vixía, os capacitam para todos os progressos da vida.

A doênça, cultiva o corpo e a alma, fái sucumbir às vicissitudes da vida; ó passo que a saúde arranca da sua alma, toda a intelixência para avançar nas fontes do progresso.

A riqueza, fái o home non esperimentar dificuldades, para estes non há consideraçón nem convençón; ó passo que os pobres tenhém que experimentar toda sarta de penúrias, estes muitas vezes se maldicem, desexando a morte. Trabalhando suan para viver, xá em vida a terra é a esência do seu sangue.

O magnetísmo máxico nigromântico, conserva os homes em perfeita paz dentro da lei natural, e léva-os a beber nas fontes da intelixência e da consciência; ó passo que o sobrenatural, com actos de desagrávio, fái nascer de aí unha fonte de consequências para derrogar os refléxos da alma.

¿Porque se dí lei natural? Por variádas cousas que passa o home, e que non se podém evitar, que están determinadas por sentença suprema, antes do nascimento do mesmo home. Os Spíritos puros podém modificálas, resignando-se à paciência, acabam por parecer-lhe menos duras, mas nem por isso deixam de sofré-las.

MANUEL CALVIÑO SOUTO

ANTONIN ARTAUD

Pouco depois de chegar a París, Artaud entrou em contacto com o grupo surrealista. Em 1925, publica dois libros de poesía, O Umbigo dos Limbos e O Pesa-nervos, e passa a dirixir o “Escritório de Investigaçóns Surrealistas”, a partir do qual redixe (ou inspira directamente) algunhas das páxinas mais belas e vehementes de todo o surrealismo. Depois da sua ruptura com os surrealistas, volta-se inteiramente para a actividade teatral à qual se dedicaba desde a sua chegada a París, alternando com trabalhos no cinema. De 1923 a 1935, intervém em mais de vinte filmes, entre os quais: Napoleón (1927) de Abel Gance, a Paixón de Joana d’Arc (1928) de C. T. Dreyer ou Liliom (1934) de Fritz Lang. Também escrebe ensaios sobre cinema e guións de filmes, dos quais apenas um chegou a ser filmado: A Concha e o Clérigo (dirixido por Germaine Dulac, em 1926), que estreou, com grande escândalo, um ano antes de Un Chien Andalou de Luis Buñuel e Salvador Dalí. Escrebe textos também para o teatro (Heliogábalo ou o Anarquista Coroado, Os Cenci), e funda em 1927 o Teatro Alfred Jarry, cuxo propósito será “conseguir que tudo o que há de escuro no espírito, de oculto, de non revelado se manifeste nunha espécie de proxecçón material”. Mas será em 1931, depois de ter assistido a unha representaçón do Teatro de Bali, que as suas ideias dramatúrxicas sofrerón um choque decisivo. Começa entón a sua reflexón sobre o acontecimento teatral, que culminará no proxecto de um “teatro da crueldade” (“Sem um elemento de crueldade na base de todo o espectáculo, o teatro non é possíbel. No estado de dexeneraçón em que nos encontramos, é através da pele que a metafísica entrará nos espíritos”). Em 1938, publica O Teatro e o seu Duplo, que reúne os seus escritos sobre o teatro, o seu texto mais famoso.

MIGUEL MOREY

PALABRAS PARA JULIA

Tú no puedes volver atrás

Porque la vida ya te empuja

Como un aullido interminable.

Hija mía, es mejor vivir

Con la alegría de los hombres,

Que llorar ante el muro ciego.

Te sentirás acorralada,

Te sentirás perdida o sola,

Tal vez querrás no haber nacido.

Yo sé muy bien que te dirán

Que la vida no tiene objecto,

Que es un asunto desgraciado.

Entonces siempre acuérdate

De lo que un día yo escribí

Pensando en ti como ahora pienso.

Un hombre solo, una mujer

Así tomados, de uno en uno,

Son como polvo, no son nada.

Pero yo cuando te hablo a ti,

Cuando te escribo estas palabras,

Pienso también en otros hombres.

Tu destino está en los demás,

Tu futuro es tu propia vida,

Tu dignidad es la de todos.

Otros esperan que resistas,

Que les ayude tu alegría,

Tu canción entre sus canciones.

Entonces siempre acuérdate

De lo que un día yo escribí

Pensando en ti como ahora pienso.

Nunca te entregues ni te apartes

Junto al camino, nunca digas

No puedo más y aquí me quedo.

La vida es bella, tú verás

Como a pesar de los pesares

Tendrás amor, tendrás amigos.

Por lo demás no hay elección

Y este mundo tal como es

Será todo tu patrimomio.

Perdóname, no sé decirte

Nada más, pero tú comprende

Que yo aún estoy en el camino.

Y siempre siempre acuérdate,

De lo que un día yo escribí

Pensando en ti como ahora pienso.

JOSÉ AGUSTÍN GOYTÍSOLO


MARX (A DERROTA DE NAPOLEÓN)

.

               A derrota de Napoleón e a instauraçón da Confederaçón Xermânica reverteram as mudanças e acabaram com as esperanças emancipadoras na liberdade e igualdade de dereitos dos renanos; e, quanto aos xudeus, as novas leis antissemitas restrinxiram a sua cidadania: proibiçón do acesso às funçóns públicas e ao exercício de profissóns liberais.  A alternativa que se lhes ofereceu foi a de mudar de relixión, assumindo o cristianismo, e ocultar a sua ascendência xudaica, mudando os nomes.  O pai de Marx sofrería a dupla humilhaçón de renunciar, em 1816, à sua relixión e aceitar a cristán, e a de trocar o nome xudeu, Herschel Mordechai, pelo de Heinrich Marx; a sua nái esperaría uns anos, até que morressem os seus pais, para passar pola vergonha dessa dupla renúncia.  Talvez Heinrich Marx, afinal um xudeu “iluminista”, ou sexa, desxudaizado, mais teísta que xudeu, leitor assíduo de Voltaire, Rousseau ou Lessing, non se importasse muito de abxurar o xudaísmo; mas, precisamente por essa condiçón de iluminista, debe ter sofrido muito por a tal se ver obrigado e, além disso, por ser forçado a assumir outra relixión. Apesar da sua prudência, discriçón e austeridade, virtudes reflectidas na sua correspondência, vivería como unha autêntica traxédia ter de representar aquela farsa perante os seus concidadáns; debe ter sido humilhante, para unha família de profundas e antigas raízes xudaicas, baptizar e educar publicamente os seus filhos no cristianismo.  O líder social-democrata alemán W. Liebknecht, íntimo amigo da família Marx, conta que “toda a vida de Marx responde a este acto (a conversón do seu pai) e à sua vingança”; talvez sexa esaxerado, mas non se debe menosprezar a marca social num neno nascido xudeu (desprezado pelos outros) e filho de um xudeu “convertido” (desprezado pelos seus), num país onde os xudeus eram só meios cidadáns.  Son feridas que levam à divisón e ao confronto com aquela realidade social.  Como aquela outra, xá adolescente (1834), sendo o seu pai um cristán liberal discreto e cívico, em que a polícia prussiana o obrigou a retratar-se publicamente por declaraçóns em que suxería a conveniência de algunhas reformas institucionais.  Foi declarado suspeito pelo governo prussiano, simplesmente “porque tinha mostrado o seu respeito pola bandeira francesa e entoado a Marselhesa nunha reunión de um clube literário”.  Talvez fossem os primeiros contactos da alma de Karl com o despotismo e a dominaçón e parece verosímil que incidissem no seu posterior entendimento da relixión e do estado como duas formas de submissón (alienaçón) dos homes.

josé manuel bermudo

O HUMILDE TOMINHO

.

               Empezaremos com o humilde tominho que, xunto com o loureiro, a salsa e talvés o romeo, é um dos mais perfumados elementos do “bouquet garni” françês.  É o tominho base muito considerábel da cozinha provenzal e de toda a cozinha meridional francesa, xá que está presente no “pot-au-feu”, no “cassoulet”, e na “daube provenzale”, e também nas “lentejas en su jugo”.  O tominho também serve como aromático na cozinha catalán, e nas sopas de tominho, da olorosa “farigola”, som famosas na tradiçón gastronómica pola sua sinxeleza e delicadeza.  É na Catalunha a herba mais própria da Páscua.  Acreditába-se, que nesses días tinha a “farigola” um perfume mais penetrante e unhas muito mais eficázes virtudes curativas.  Muitos o atribuíam ó feito de que, segundo a tradiçón, mentras Xesús expiraba na cruz, o Gólgota cubrira-se de tominho que nasceu florecido expontaneamente para aromatizar o aire e fazer máis levadeira aquela agonía.  Son unhas tradiçóns tán gratuitas como pouco encantadoras; atribuía-se unha maxía curadora ó tominho colhido nestes dias que era comprado nas portas das igrexas e conservado durante todo o ano.  Non esquezamos por outra parte, que o tominho estaba ligado non só à farmacopeia, a cérebre “áuga timolada”, senón também com a gastronomía.  Um autor do século passado dí a este respeito:  “Non há família que non compre algunhas ramas. Quando durante o ano há na casa algunha pessoa que non se sinta bem, administra-lhe a senhora ama, unha sopa bem feita com áuga de tominho, e têm que ser do colhido na Páscua.  Non sabemos que virtudes têm esta pranta; mas como a sopa que se fai com a sua áuga substitui a ceia ou a comida, mais bem atribuímos  os efeitos da melhoría dos doentes. à dieta que tal sopa tái consigo.   

por pickwick

ARÍSTOCLES (PLATÓN)

.

               Após a morte de Sócrates (399 a.C.), Platón abandonou Atenas para empreender unha série de viaxens que constituíam o currículo básico de qualquer sábio que se prezasse.  Refuxiou-se primeiro em Mégara, onde foi acolhido durante três anos polo filósofo Euclides (non confundir com o famoso matemático autor dos “Elementos”) e, mais tarde, dirixiu-se a Cirene (na costa da actual Líbia), ao sul da Itália (centro de actividade dos pitagóricos) e, ao Exipto (célebre polos ancestrais conhecimentos astronómicos e matemáticos).  Com quarenta anos, empreendeu a primeira das suas três viaxes à Sicília, segundo Dióxenes Laércio, movido por simples interesses turísticos  (para conhecer  os vulcáns e em particular o Etna, o lugar onde presumivelmente se tinha suicidado Empédocles), embora o mais probábel fosse a vontade de estabelecer contacto com os pitagóricos da ilha.  Unha vez alá, foi convidado para a corte siracusana do tirano Dionísio, onde travou amizade com Díon, cunhado do tirano.  Porém, as relaçóns entre Platón, retraído e pouco dado à folia, e o tirano revelaram-se, no mínimo tensas.  De um lado, Platón acabou entre enfastiado e escandalizado com os contínuos excessos da corte siracusana (“Entón, essa vida, aí considerada feliz, preenchida por perpéctuos festins italianos e siracusanos, enxoava-me de todo: emborrachar-se duas vezes por dia, nunca se deitar  sozinho de noite…”); do outro, o tirano, irritado perante a arrogância do hóspede filósofo.  Sempre segundo Dióxenes Laércio, despediram-se afectuosamente com as seguintes palabras:  Dionísio “As tuas palabras son as de um velho caduco”.  Platón: “E as tuas son as de um tirano”.  De imediato, Dionísio ordenou que o detivessem e o entregassem ao espartano Pólide para que o vendesse como escravo na ilha de Egina: “afinal é um filósofo, e nem sequer dará por isso”, diz-se que acrescentou o tirano em tom sarcástico.  Embora Platón tenha estado prestes a ser executado em Egina, acabou por ser reconhecido e resgatado por um tal Anicérides de Cirene, que o comprou por vinte minas e o devolveu a Atenas.  Foi precisamente no regresso da primeira viaxem a Siracusa que Platón fundou a Academia, considerada por algúns como a primeira universidade europeia.  Uns anos mais tarde, Dionísio I morria e o velho amigo Díon convidou Platón para ir a Siracusa a fim de se encarregar da educaçón do seu sobrinho de trinta anos, o novo tirano da cidade, Dionísio o Xovem. e o de axudar a pôr em práctica os princípios do governo filosófico expostos por Platón em “A República”.  Apesar das boas intençóns iniciais, a experiência voltou a ir de mal a pior.  Para isso contribuíram os receios do novo tirano relativamente a Díon e, a parca predisposiçón do xovem Dionísio para converter-se num filósofo-rei em vez de usufruir das vantaxens de se comportar como um puro e simples déspota.  Assim, expulsou Díon da corte e reteve Platón, mais tarde libertado graças à mediaçón do pitagórico Arquitas.  Em 361 a.C., Platón realizou unha terceira e última viaxem a Siracusa, em resposta aos insistentes pedidos de Dionísio o Xovem, que, qual amante abandonado, xuraba e voltaba a xurar que tinha mudado, que agora tudo sería diferente, non sendo xá o mesmo que antes.

e. a. dal maschio

GALEGOS LISBOANOS

.

               A finais do século XIX a presenza galega era corrente nas rúas de Lisboa.  O desenvolvemento comercial e industrial fixera atractiva a capital portuguesa para unha emigración que fuxía da miseria e do recrutamento obrigatorio en tempo de conflitos coloniais. Na altura, o número de emigrantes galegos chegou a representar preto dun 70% do total da presenza de estranxeiros en Lisboa (“aínda que poida parecer mentira, poucos forom os que se derom conta que os galegos non eram extranxeiros”).  No servizo doméstico, na hostelería, en  ocupacións como as de “moços de fretes” ou aguadeiros, a emigración galega facíase presente en toda a cidade, até o punto de dar o seu nome a algúns lugares públicos: a Ilha dos Galegos, ao carón do Chafariz do Loreto, era o enclave onde tradicionalmente os emigrantes agardaban a seren contratados para o transporte de auga ou mobiliario, e tamén alí se relacionaban cos seus paisanos de Lisboa.  Quizais algo menos coñecida é a presenza da emigración galega nun sector como era o dos “moços de padeiro”, os empregados das panaderías que, cargando ao lombo con grandes cestas, distribuían o pan desde os obradoiros até os confíns da cidade.  En fotografías e postais, a imaxe do “moço de padeiro” representaba unha das estampas máis pintorescas da Lisboa decimonónica.  Eran varios milleiros os que todos os días saían dos obradoiros coas súas enormes cestas para facer chegar o pan a todos os fogares.  Era unha ocupación que tiña en común coa dos aguadeiros ou “moços de fretes” a dureza do traballo e a súa mobilidade dentro do espazo urbano, o que viña a confirmar que os galegos tiñan que se conformar coas ocupacións máis ingratas dentro do espectro laboral da cidade de Lisboa.

 

eliseo fernández

RUSSELL (A FORMAÇÓN DE UM MATEMÁTICO)

.

               Em Cambridge, no ano 1890, libertou-se da solidón em que fora educado até entón e descobriu a experiência da amizade, bem como a liberdade de costumes dos estudantes.  Durante três anos estudou Matemática, que abandonou para se dedicar à Filosofía no quarto ano.  Em 1894, Cambridge era um dos centros mais destacados da cultura europeia.  Ali ensinavam Henry Sidgwick, um dos grandes filósofos morais britânicos, e John McTaggart, metafísico hegeliano que influenciou muitíssimo Russell.  Alí estaba também Alfred Whitehead, que depressa descobriu o seu talento e o recomendou à sociedade Os Apóstolos, um grupo que admitia apenas doze membros (que ainda existe e do qual fazem parte elementos centrais da intelectualidade inglesa).  Russell xulgou encontrar no idealismo mais ou menos hegeliano unha explicaçón racional e global do pensamento e do mundo.  Foi também em Cambridge que encontrou o seu primeiro amor, na norte-americana Alys Pearsall Smith, de 17 anos, quacre e feminista militante, com quem iniciou o que sería unha constante do seu percurso individual: unha vida intelectual a par do activismo político.  A avó opôs-se a esta relaçón, mas em 1894, assim que atinxiu a maioridade Russel casou com Alys, o que provocou unha dolorosa ruptura familiar.  O casamento com Alys, puritana de formaçón e costumes, um traço que transferiu para a sua forma de encarar as relaçóns sociais, foi infeliz.  Há um texto famoso na Autobiografía de Russel, em que este conta que, durante um passeio de bicicleta em 1902, descobriu que non amava Alys.  Desde 1900 que se concentraba no seu trabalho sobre os fundamentos da matemática e, pouco a pouco, apesar de terem continuado a viver xuntos e o divórcio só se ter realizado em 1921, a sua vida afectiva começou a ir por caminhos diferentes.  Durante esse tempo, Russell teve outros amores.  Amou, sem chegar a ser sua amante, Evelyn, a mulher de Whitehead, e posteriormente teve um românce apaixonado com Lady Ottoline Morrell, helo de ligaçón ao célebre grupo de Bloomsbury, que representa o modernismo literário inglês.  A correspondência com ela foi conservada.  Decorre entre a paixón e o comentário sobre os mais variados assuntos e mostra como a influência dela na sua vida foi determinante.  Russell reconhece que com esta mulher amadureceu afectiva e humanamente.

fernando broncano

O FADO (AMÁLIA RODRIGUES)

.

                                 CALUNGA

De Sao Paulo de Luanda,

Me trouceram para cá!

Ái é!  Ái é!

Calunga!  Calunga!.

Me trouceram para cá!

Ái é!  Ái é!.

Calunga!  Calunga!

Me trouceram para cá!

Minha mae chorava, Calunga!

Ái é!  Ái é!

E eu cantava, Calunga!

Ái é!  Ái é!

Maracatú!  Maracatú!

Ái é!  Ái é!

Calunga!

.

loURENÇO BARBOSA CAPIBA

.

(Amália da Piedade Rebordao Rodrigues, conhecida mundialmente como Amália Rodrigues.  Viu a luz em Lisboa, o vintitrês de Xulho do ano 1920, e morreu o seis de Outubro de 1999.  Fadista, e consequêntemente, também artista do cinêma.  Chamada a “rainha do Fado”, ainda que muitos considerabam que cantaba o fado à espanhola, foi a Fadista que mais nome deu ó Fado por todo o mundo, pois  grabou mais de 170 discos, ao longo da sua vida.  Grande embaixadora da Cultura Portuguesa, a sua enorme qualidade expandiu-se por todo o universo.  A quinta, de unha família de nove irmáns, nasceu na freguesía lisboeta da Pena, nunha família pobre e numerosa, orixinária da Beira Baixa, perto de Castelo Branco.  Quedou em Lisboa com os seus avós paternos, era unha pequena tímida, que cantava para o seu avô e para os vecinhos.  Andou na escola primária da Tapada da Ajuda, onde pola primeira vez cantou para o público, com nove anos na festa da escola.  Com doce anos abandonou a escola para trabalhar como bordadeira, depois trabalhou nunha fábrica de pastéis (época na que intentou suicidar-se comendo cabezas de fósforos), eram cousas de criânças.  Ós quinze anos, xá vendia fruta nas ruas perto do porto de Lisboa, alí ganhou certa fama artistica e conseguíu participar no desfile popular de Alcântara, sendo ouvida por Jorge Soriano (director da Casa do Fado)), a audiçón resultou um éxito, mas perante a oposiçón da família, Amália renunciou.  Apaixonou-se pelo guitarrista Francisco da Cruz de 23 anos, pensando suicidar-se por el.  Casarom-se os dous, e dous anos mais tarde, o Francisco ficou para trás, pois non puido acompanhar a fulgurante ascensón de Amália na escala artística e social, despertando no marido ciúmes e mau-trato, agrabados pela bebedeira.  Francisco da Cruz pedíu o divórcio, e Amália toma veneno dos ratos diante da sua xanela.  Foi nésta altura, que canta por primeira véz no extranxeiro, em Madrid 1943.  Casa por segunda vez em 1961, com um enxenheiro brasileiro César Seábra, no rio de Xaneiro.  A “Revoluçao dos Crávos”, apartou-a da vida artística, acusando-a de colaborar com o rexíme salazarista.  Apesar de que algúns considerabam que participou na “Tríple F” de Salazar (Fado, Fátima, e Futbol), outros pensam que non, que axudou presos e políticos exiládos.  Ainda hoxe, recordo com grandes saudades, quando passo pela rua de Sao Bento, numero 193, mesminho xunto da para nós queridíssima “A Lontra”.     

léria cultural

AS DISPUTAS QUODLIBETALES

.

               Por outro lado, quanto ao método escolástico, devemos clarificar alguns aspectos.  Inicialmente, foi um método de ensino nas escolas (monásticas, catedralícias e palatinas) que encontrou o seu pleno desenvolvimento nas universidades.  Em paralelo à sua vertente pedagóxica, cuxo eixo era a interpretaçón de textos das chamadas “autoridades” (a Bíblia, os Padres da Igrexa e Aristóteles, etc…), vai xerminando um pensamento crítico que tende a valorizar sobretudo o rigor lóxico, a argumentaçón apodíptica ou demonstractiva e a distinçón teórica entre filosofía e teoloxía, como campos de conhecimento com obxectos e métodos diferentes.  Os dois elementos centrais do método escolástico eram a exposiçón ou “lectio” e, o debate ou “quaestio”.  No primeiro, passava-se de unha explicaçón literal do texto a unha análise do seu conteúdo, para concluir com a sua compreensón profunda.  Há que deixar claro que non se lian manuais nem se ditavam apontamentos, mas que se comentabam textos filosóficos ou teolóxicos.  O segundo elemento, o debate, significaba o aparecimento em aula de problemas, dúvidas e dificuldades aos quais o professor debía responder.  Devido à sua importância, chegou a independizar-se da licçón para dar lugar a debates públicos regulados de maneira pormenorizada pola respectiva faculdade.  Uns reduziam-se ao âmbito interno de unha aula, mas outros tinham um carácter solemne, eram abertos a estudantes de outras escolas e neles participabam vários mestres. A evolucçón destas disputas alcançou o seu ponto alto nas chamadas “quodlibetales”, que eram abertas às perguntas que livremente os ouvintes quisessem formular; apenas alguns “magistri” se atreviam a participar.  Boa parte da literatura escolástica têm a sua  orixem nos  relatórios escritos pelos mestres no final das disputas solemnes.  Os xéneros literários evoluíram paralelamente à metodoloxía do ensino.  Passou-se da anotaçón do texto, quer fosse entre linhas, quer fosse nas marxens, ao comentário de unha obra chamado “expositio”.  O seu ponto alto concretizou-se nas Sumas, nas quais se pretendía oferecer aos universitários a elaboraçón sistemática de um campo científico concreto.  Modelo no seu xénero, foi a Suma Teolóxica de Tomás de Aquino.

andrés martínez lorca

O REALISMO DEPENDENTE DO MODELO (F18)

.

               O realismo “dependente do modelo” corresponde à maneira como percebemos os obxectos.  Na visón, o cérebro recebe unha série de sinais ó longo do nervo óptico, sinais que non formam o tipo de imaxem que aceitaríamos no nosso televisor. Há unha mancha cega, no ponto em que o nervo óptico se conecta à retina, e a única zona do nosso campo de visón que goza de boa resoluçón é unha área estreita de aproximadamente um gráu de ângulo visual ó redor do centro da retina, unha área da ordem do ancho da imaxem do pulgar quando temos o brazo alargado.  Assim pois, os dactos brutos enviados ó cérebro constituiem unha imaxe mal pixelada com um buraco no seu centro.  Afortunadamente o cérebro humano processa ditos dactos, combinando os de cada olho e colma os vacíos mediante a hipótese de que as propriedades visuais dos lugares contiguos som semelhantes e interpolándoas.  Ademais, lê unha disposiçón bidimensional de dactos da retina e cría a impresón de um espaço tridimensional. Noutras palabras, o cérebro construi unha imaxe ou modelo mental.  O cérebro é tán perfeito construindo modelos, que se puxéramos uns óculos que invertiram as imaxes que recebemos nos olhos, o nosso cérebro, ó cabo de um tempo, mudaría o modelo e veríamos de novo as cousas dereitas.  Se entón sacáramos os óculos, veríamos o mundo ó revés durante um momento, mas de novo o cérebro se adaptaría.  Isso ilustra que o que queremos dizer quando afirmamos “vexo unha cadeira”, é meramente que utilizamos a luz que a cadeira desprende polo espaço para construir unha imaxe mental, o modelo da cadeira.  Se o modelo está cabeza a baixo, é de esperar que o cérebro corrixa a imaxe antes de que intentemos sentar-nos na cadeira.  Outro problema que o “realismo dependente do modelo” resolve, ou ao menos evita, é o debate sobre o que significa existência.  ¿Como sei que unha mesa existe, se saio da habitaçón e non podo vê-la?  ¿Que significa dizer que cousas que non podemos ver, como os electróns ou os quarks – particulas das que están formados, segundo crêmos, os protóns e os neutróns – existem?  Poderíamos ter um modelo no que a mesa desaparecía cada vez que saímos da habitaçón e reaparecería na mesma posiçón quando voltássemos a entrar.  Mas isto sería embarazoso xá que  ¿que passaría se acontecera algo, quando estamos fora, por exemplo se caíra o tecto?  O modelo em que a mesa desaparece quando saímos do quarto, ¿como se podería explicar, que quando voltemos a entrar, a mesa reaparecerá rota debaixo dos cascotes?  O modelo no que a mesa segue de pé, dá unha explicaçón muito mais simples e concorda com a observaçón.  É tudo o que lhe pedimos.

 

stephen hawking e leonard mlodinow