.
Um importante filósofo espanhol explicaba, com algunha ironia, o seu desconcerto quando, no início de uns estudos de filosofía tán brilhantes como iconoclastas, decidiu ler xuntamente com um companheiro a obra mais conhecida de Hegel, a Fenomenoloxía do Espírito. Despois de algunhas horas de luta com a primeira páxina, tiveram de pedir axuda, xá non devido à dificuldade para seguir a argumentaçón, mas, sobretudo, para saber sobre o que o autor estaba a falar messas primeiras linhas da sua obra. Hegel é certamente difícil, e o seu estilo, sem dúvida, pouco cartesiano. No entanto, a maior dificuldade, quando lidamos com ele – e non apenas quando nos iniciamos na sua leitura – é unha inevitábel cisón interna. Non se pode ler Hegel de unha maneira distanciada ou fría, como quem simplesmente desexa saber o que diz um autor, retardando até lá o xuízo sobre ele. Sem unha disposiçón favorábel e, atrever-me-ia a dizer, entusiasta, os textos de Hegel (sobretudo o texto central chamado Ciência da Lóxica) son, na minha opinión, literalmente impossíveis de suportar. Mas, ao mesmo tempo, a leitura vê-se constantemente perturbada por unha sombra de suspeita sobre a lexitimidade non apenas de algunhas das proposiçóns que o autor vai avançando, mas sobretudo do tortuoso caminho que nos conduz até elas. No primeiro capítulo deste pequeno libro veremos que, nesta disposiçón ambivalente, a desconfianza acaba muitas vezes por se impor, de tal forma que alguns dos mais ilustres leitores de Hegel tornaram-se nos seus mais acérrimos críticos
víctor gómez PIN
Publicado en Uncategorized