A EXCEPCIONAL DISCOGRAFÍA

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          UM IMENSO SENTIDO DE LIBERDADE

               Há um pequeno filme com Maria Joao Pires (MJP), numa das páxinas do blogue do crítico britânico Norman Lebrecht. Son cinco minutos de conversa entre a pianista, “em vésperas” do seu afastamento dos palcos, e um xovem músico, em início de carreira. “Importante”, diz MJP, é a libertaçón de tudo o mais, “de todas as preocupaçóns e do ego”, antes de o processo criativo entrar em cena, porque é esse processo que importa, é a música, o respeito pelo compositor, a noçón de que “o compositor está lá, na obra em causa”. “É um processo ao longo da vida”, em que se aprende a non se importar com mais nada, um processo em que tudo e todos están envolvidos, que esixe atençón, concentraçón, amor polas pessoas. É o “mais difícil”, sobretudo em palco, mas também fora dele, porque cada artista, cada músico tem de se libertar do que non é essencial, para viver esse “processo criativo”.  Toda a carreira de MJP o testemunha. Há a concentraçón da pianista, sempre, sobre o essencial, sexa nos anos das grandes digressóns internacionais, ou na mais recente dedicaçón ao ensino.  E há a sua discografía como testemunha de (pelo menos unha parte) desse processo, das gravaçóns iniciais para a xaponesa Denon, aos Concertos de Beethoven, surxidos há poucos anos na independente Onyx Classics.

maria augusta gonçalves

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