RORTY (DO PLATONISMO AO HISTORICISMO)

.

               Quando Rorty começou a considerar a ideia de se dedicar à filosofía, por volta de 1945, non foi por ter vivido algunha experiência crucial.  Foi rudo resultado de um processo gradual marcado pela desorientaçón.  Nasceu a 4 de outubro de 1931 em Nova Iorque, no seio de unha família de activistas políticos e intelectuais.  O pai, James Rorty, filho de um imigrante irlandês e de unha professora primária, foi escritor, poeta e xornalista; dirixíu a revista ilustrada de ideoloxía socialista The Masses, que foi levada a tribunal por se opor ao alistamento militar; e, em 1934, publicou Our Master’s Voice, unha análise do negócio da publicidade.  Em 1926, James Rorty deu a conhecer a colecçón de poemas Children of the Sun, que pela sua elaboraçón e liberdade surpreendeu os críticos, que non esperavam esse tipo de poesía de um militante político.  A nai de Rorty, Winifred Rauschenbusch, licenciou-se em socioloxía na Universidade de Chicago, onde teve aulas com o célebre e muito influente psicólogo social George Herbert Mead.  Era filha do teólogo Walter Rauschenbusch (1861-1918), figura de grande destaque do chamado Evangelho Social, um movimento progressista que surxíu em 1870 quando muitos protestantes liberais abandonaram o fundamentalismo bíblico e abrazaram ideais socialistas e modernizadores.  A nai de Rorty herdou esta consciência social e escreveu sobre problemas raciais, sobre o seu professor Robert Park (professor de socioloxía urbana de Chicago) e sobre Jane Addams, a grande socióloga e reformadora que em 1889 fundou a Hull House, um centro de acolhimento e formaçón para mulheres.  Unha tía-avó de Rorty tinha escrito um estudo sobre a escritora Mary Wollstonecraft, pioneira na defesa dos direitos das mulheres, pelo que, de certa forma, o feminismo também circulou pela família.  As suas duas tías tiveram vida política,unha como presidente de um centro de estudos artísticos progressistas e a outra como assessora da administraçón Roosevelt.  O ambiente na casa de Rorty durante os seus anos de formaçón foi sempre marcado pola política.  O pai tinha dirixido unha liga de grupos profissionais que apoiava candidatos comunistas, mas em 1932 cortou relaçóns com o Partido Comunista Americano. Três anos depois, o Daily Worker rotulou-o de trotskista e publicou unha caricatura sua em que surxe como unha foca amestrada pelo magnate do xornalismo William Randolph Hearst.  À medida que a família se foi distanciando do comunismo, começou a circular pela casa muito mais propaganda e xornais do Partido Socialista, do Partido Socialista do Trabalho e do Partido Socialista dos Trabalhadores, que o xovem Rorty também lia (PRA).  Aos sete anos, em 1938, Bucko (assim era chamado o pequeno Rorty) distribuiu sanduíches durante unha festa de Halloween.  Entre os convidados estavam o anarcossindicalista italiano Carlo Tresca (baleado anos despois nas ruas de Nova Iorque) e o xornalista Whittaker Chambers (que acabava de cortar relaçóns com o Partido Comunista e temía ser assassinado por Estaline); também assistiram John Dewey, o lendário filósofo, o seu discípulo Sidney Hook, o crítico literário Lionel Trilling e a escritora Suzanne La Follete.  Pela casa de Rorty também desfilaram políticos que tinham participado na Revolucçón Russa e fuxido para os Estados Unidos, como Jacob B. Hardman,  de orixem russa, que dirixíu a federaçón xudía do Partido Socialista da América do Norte e coordenou a área educativa de um sindicato (o Sindicato Geral de Trabalhadores Têxteis) com quêm os pais de Rorty trabalharam, que contava com muitos afiliados polacos.  Quando Trotsky foi assassinado em 1940, um dos seus secretários, John Frank, escondeu-se durante uns meses sob um nome falso na casa de campo dos Rorty.  Pelo facto de ter brincado ao colo de muitos antiestalinistas do círculo de Nova Iorque, non é de admirar que os visse como os bons da fita.

ramón del castillo

Deixar un comentario